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17/02/2018 08h42

Jogos Olímpicos de Inverno

Milésimo ouro da história dos Jogos fica com superstar japonês

Yuzuru Hanyu chega ao bicampeonato na patinação no gelo após apresentações impactantes no somatório dos programas curto e livre. Prata também vai para o Japão e Espanha conquista inédito bronze

 

A quantidade de bichinhos de pelúcia arremessados na Arena de Gelo de Gangneung após sua apresentação era um indicativo preciso da dimensão que Yuzuru Hanyu tem entre torcedores japoneses e fãs da patinação no gelo. O japonês nem havia feito a rotina mais perfeita da noite no programa livre. Mas, apoiado no alto grau de dificuldade dos movimentos que se propôs a fazer e na nota incrível que havia conquistado no dia anterior, ele e a torcida sabiam que havia boas chances de que ele saísse dos Jogos Olímpicos de PyeongChang com a medalha de ouro.

Trabalho extra para a meninada: chuva de bichinhos de pelúcia após a apresentação de Hanyu. Foto: Olympic.org

De fato, quando anunciada a nota de Hanyu, as suspeitas se confirmaram. Os dois saltos quádruplos do primeiro dia de apresentação, que lhe ajudaram a chegar a 111,68 pontos no programa curto e à liderança parcial, somaram-se a quatro giros quádruplos que ele tentou na madrugada deste sábado (horário de Brasília), um deles seguido de um salto triplo. Com esse cardápio, mesmo que um dos saltos não tenha saído como manda o figurino, e a aterrissagem tenha sido uma quase queda, Hanyu acumulou outros 206,17 pontos. Na soma, os 317.85 valeram ao atleta de 23 anos o título olímpico. Uma conquista ainda mais significativa porque, em novembro de 2017, ele sofreu uma lesão nos ligamentos do tornozelo direito que o deixou fora da prática até o início de janeiro deste ano.

"Chegar a esse ponto foi realmente difícil, porque estive um tempo fora da possibilidade de treinar, mas foi um tempo em que pude fazer muito planejamento e pensar sobre estratégia"
Yuzuru Hanyu

"Não tenho palavras neste momento. Estou extasiado. Só posso dizer que estou incrivelmente feliz com a performance e o resultado depois de tanto treinamento duro. Chegar a esse ponto foi realmente difícil, porque estive um tempo fora da possibilidade de treinar, mas foi um período em que pude fazer muito planejamento e pensar sobre estratégia", afirmou Hanyu.

O superstar japonês, que fez a coreografia ao som da trilha de Seimei, de Shigeru Umebayashi, conquistou não somente o bicampeonato olímpico em sequência (havia sido campeão em Sochi, 2014). Ele se tornou o dono do milésimo ouro na história dos Jogos de Inverno. O primeiro foi entregue 94 anos atrás para o americano Charles Jewtraw, vencedor dos 500m na patinação de velocidade nos Jogos de Chamonix, na França.

Yuzuru Hanyu durante a apresentação na rotina livre. Foto: olympic.org

A coincidência numérica casa perfeitamente com o passado recente de feitos inquestionáveis de Hanyu, com dois títulos (2014 e 2017) e duas pratas nos últimos quatro Mundiais (2015 e 2016) e quatro títulos da final do Grand Prix (2014, 2015, 2016 e 2017).

A segunda colocação ficou com um compatriota e adversário frequente de Hanyu, Shoma Uno (306,90 pontos), de 20 anos. Ele dançou a rotina livre ao som de um trecho da ópera Turandot, de Puccini, e chegou perto de superar o compatriota. Pesou contra ele uma queda na aterrissagem do primeiro de seus saltos quádruplos.

"Eu errei o primeiro, mas o resto do programa foi bom. Consegui ficar calmo e fui capaz de entregar uma boa performance na sequência. Tentei patinar como nos treinos", disse. A prata dele se soma ao ouro conquistado no Mundial Júnior de 2015, à prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de Innsbruck, em 2012, e à prata no Mundial de 2017.

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Pódio completo: Hanyu (ao centro), Uno e o espanhol Fernandez. Foto: olympic.org

Duas vezes campeão mundial (2015 e 2016) e seis vezes o melhor da Europa, o espanhol Javier Fernandez  também fez história. Ele levou o país ibérico a um inédito pódio numa competição olímpica de patinação no gelo. Ao som de O homem de La Mancha, de Mitch Leigh, ele fez uma apresentação limpa, mas menos performática que os dois principais adversários, e acabou com o bronze (305,24 pontos). "Eu sei que não fiz uma apresentação perfeita, mas estou satisfeito. Saio daqui com uma medalha olímpica".

rededoesporte.gov.br, com informações do site oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno