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Volei

05/02/2016 13h48

Virada Olímpica

Vôlei defende histórico de bons resultados e se arma para resistir à pressão

Com cinco medalhas em seis possíveis nas últimas três edições dos Jogos, seleções masculina e feminina já têm cronograma traçado para chegarem ao Rio em condições de repetir pódios

Nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos, poucas modalidades garantiram tantas medalhas para o Brasil quanto o vôlei de quadra. De seis medalhas possíveis, as seleções brasileiras ganharam cinco, sendo três de ouro (duas no feminino em Pequim-2008 e Londres-2012 e uma no masculino em Atenas-2004) e duas de prata (ambas no masculino, em Pequim e Londres). Com as próximas Olimpíadas no Rio de Janeiro, é natural que o favoritismo do Brasil e a expectativa da torcida aumentem, mas atletas e comissões técnicas das seleções estão cientes do desafio que terão pela frente.

“Eu acho que esse desafio vai ser o mais difícil das nossas vidas. Porém, vejo com otimismo essa situação de jogar próximo da torcida, em um local que você já conhece. Nosso time tem condições de jogar de igual para igual com qualquer time do mundo. Eu sempre digo que a gente tem a responsabilidade de jogar bem, de se apresentar bem, de jogar bem dentro de casa, e fazer o melhor possível. Ganhar ou perder faz parte da competição”, diz José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina atual bicampeã olímpica e que também conquistou um ouro com os homens em Barcelona-1992.

O otimismo do treinador é compartilhado pelo oposto Wallace Souza, prata em Londres-2012 com a seleção masculina. “Não vai ser nada fácil, mesmo jogando em casa. Sempre tem uma pressão a mais, mas é uma pressão boa. O time vai saber lidar com isso. Infelizmente na Liga Mundial que foi em casa a gente não conseguiu chegar à fase final, mas acho que tem tudo para dar certo dessa vez e vamos tentar trazer essa pressão para cima dos adversários”, afirma o jogador do Sada Cruzeiro, lembrando da edição de 2015 da Liga Mundial, quando o Brasil acabou fora do pódio.

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Wallace saca contra a Rússia na final de Londres, 2012: prata com gosto amargo. Foto: Getty Images

A vontade de dar a volta por cima depois da decepção na Liga fica mais forte quando Wallace lembra da medalha de ouro que escapou há quatro anos, em Londres, quando o Brasil perdeu a final para a Rússia. “Acho que eles fizeram bem o lado deles na ultima Olimpíada, mas com certeza a gente ficou frustrado, ainda mais por estar ganhando de 2 sets a 0, ter a oportunidade de fechar e não conseguir, mas o jogo foi jogado. Fica o gosto amargo, mas a gente vai fazer de tudo para não acontecer isso de novo e trabalhar bastante para trazer esse ouro”, projeta.

Recuperado de cirurgia para corrigir uma hérnia de disco, Wallace não esconde a vontade de disputar uma edição dos Jogos em casa. “Eu sofri uma cirurgia, mas agora estou na melhor forma para poder ajudar tanto o clube quanto a seleção se vier a convocação. Estou trabalhando para isso. Todo ano sempre digo a mesma coisa: ninguém tem vaga cativa na seleção. Tem que fazer por onde, e eu trabalho em cima disso. Mas acho que a preparação está boa e vamos chegar bem para essas Olimpíadas”, projeta.

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José Roberto Guimarães celebra o ouro da seleção feminina em 2012: para ele, Rio será o maior desafio da carreira. Foto: Getty Images

Calendário

Até o começo de abril, jogadores e jogadoras que atuam no Brasil disputam a Superliga. “As competições acabam no dia 3 abril, que é a final feminina, e no dia 10 para o masculino. A seleção feminina será convocada na semana entre 4 e 8 de abril e a masculina, na semana de 11 a 15 de abril. Uma semana depois das convocações as seleções começam a treinar em Saquarema e ficam até o final de maio”, explica o coordenador de seleções da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Renan Dal Zotto, que fez parte da “Geração de Prata” da seleção  masculina do Brasil em Los Angeles-1984.

Após o primeiro período de treinos, a seleção feminina vai disputar o Grand Prix, que terá três etapas: no Brasil, em Macau e na Turquia. “Voltando do Grand Prix, a seleção feminina se concentra por mais duas semanas em Saquarema e deve ir para a Vila Olímpica no dia 1º de agosto”, conta Renan. O primeiro jogo do time de Zé Roberto Guimarães está marcado para 6 de agosto. A equipe masculina segue roteiro parecido. Após a Liga Mundial, fica em Saquarema por duas semanas e vai para a Vila Olímpica. 

Os Jogos de 2016 terão 12 participantes em cada um dos torneios. Serão dois grupos de seis, em que todas as seleções se enfrentam. Os quatro primeiros avançam e disputam as quartas de final de acordo com as campanhas na primeira fase. Os vencedores avançam para as semifinais e, depois, para a final. Os perdedores das semifinais jogam pelo bronze. O Brasil já está classificado por ser o país-sede. As últimas vagas serão definidas em torneios qualificatórios marcados para junho. 

Para Renan Dal Zotto, o equilíbrio entre as seleções atualmente fará com que seis a oito equipes cheguem ao Rio com condições de brigar pelo título, tanto no masculino quanto no feminino. Por isso, o dirigente evita colocar a medalha de ouro como única meta. “A gente sabe da responsabilidade que é, principalmente por estar jogando no Rio. A expectativa é sempre de buscar medalha, o pódio, e depois ver os resultados. É uma responsabilidade grande, que gera pressão, mas as duas seleções são experimentadas, experientes, temos que contar com isso também para conseguirmos os resultados”, resume.

Mateus Baeta - Brasil2016.gov.br