Vitória da maioridade de Wesley vale vaga na semifinal para a seleção de futsal

Na sobra de uma das 42 finalizações brasileiras na partida contra a Costa Rica, a bola caiu no pé do camisa 10. O ala fingiu que chutaria, driblou o goleiro Daniel Mairena e tocou fácil, rolando, para o gol. Era o terceiro brasileiro na partida que terminaria 6 x 2 para o Brasil. Logo depois de gritar gol, a fração brasileira dos 1.570 torcedores presentes na Arena de Tecnópolis entoou os parabéns.

Paulista de Jandira, Wesley Santos completou 18 anos nesta quinta-feira (11.10). Um dos principais nomes do jogo, ele ainda se deu de presente uma pintura na segunda etapa, com uma finalização com os três dedos externos do pé direito, após um contra-ataque pela esquerda. O chute venceu o goleiro adversário, bateu na trave e entrou.

O ala Wesley durante os Jogos Olímpicos da Juventude: dois gols contra a Costa Rica de presente. Foto: Danilo Borges/rededoesporte.gov.br

"Cara, é um momento sensacional. Vestir a amarelinha, ajudar com dois gols, ganhar a partida e garantir vaga na semifinal. Não tem preço, não tem melhor presente de aniversário", afirmou o ala, que joga no Corinthians e tem como ídolo no futsal o habilidoso ala Leandro Lino.

"Cara, é um momento sensacional. Vestir a amarelinha, ajudar com dois gols, ganhar a partida e garantir vaga na semifinal. Não tem preço, não tem melhor presente de aniversário"

Wesley, ala da Seleção Brasileira Sub-18 

O resultado levou o Brasil a três vitórias em três partidas nos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, com 16 gols marcados e três sofridos no Grupo B da competição. Falta ainda um compromisso na primeira fase, diante da frágil equipe de Ilhas Salomão. O país insular do Pacífico fez três partidas, perdeu todas e já sofreu 30 gols. O duelo será neste sábado, 13.10, a partir das 18h. A vitória garante o Brasil na liderança da chave.

Pelo regulamento, os dois melhores de cada um dos dois grupos passam para a semifinal, que será disputada na segunda-feira, 15.10. A decisão da medalha de ouro e o duelo pelo bronze serão na quinta-feira, 18.10. Antes de bater a Costa Rica, o Brasil já tinha superado dois fortes adversários. Na estreia, uma goleada por 6 x 1 sobre a Rússia. Na segunda rodada, mais uma vitória expressiva: 4 x 0 sobre o Irã.

Na outra chave, quatro equipes brigam pelas duas vagas na semifinal. O Egito lidera, com sete pontos, conquistados com duas vitórias e um empate, seguido por Iraque, Argentina e Eslováquia, que somam quatro pontos. A equipe sul-americana tende a levar vantagem porque tem um jogo a menos. O Panamá ainda não teve vitórias no torneio.

Intensidade física

Contra a Costa Rica, além do aniversariante, outro destaque foi Guilhermão, pivô de 1,86m que atua pelo Corinthians. Ele converteu três chances e soma seis gols na competição. O pivô Vitão também deixou o dele. No lado centro-americano, marcaram o defensor Jafeth Carvajal e o pivô Andrey Perez.

"Nosso time está muito bem. Conseguimos somar os nove pontos que tínhamos nos proposto. Temos dois quartetos fortes. Agora é descansar porque tem mais um desafio antes da semifinal", afirmou Guilhermão, que avalia que um dos diferenciais do time, além da capacidade técnica, é a intensidade física. "É isso. Temos essa face de marcação o tempo todo, sem desistir, até o final".

Para o técnico Daniel Júnior, a preparação bem feita e os controles ao longo da competição ajudam a manter os atletas com a capacidade de atuar com energia em alta ao longo dos 40 minutos de bola rolando. "A intensidade vem do bom preparo que eles já têm nos clubes, mas nós nos preparamos bem. Desde que nos reunimos no Rio, sabíamos que os dois primeiros jogos seriam difíceis e que no terceiro a questão física poderia pegar. Por isso temos bons controles físicos, termografia, descanso na hora certa, treinos regulados", afirmou.

Para ele, a equipe garantiu a classificação num momento que define como "turning point", um momento de virada. "É o instante em que temos de mostrar maturidade. Com vários jogos em sequência, há risco de queda física, mas tecnicamente estamos melhorando. O convívio intenso pode até gerar cobrança naturais no grupo se não tivéssemos conseguido as três vitórias, mas estamos tranquilos, preparados para quem vier na semifinal", afirmou o treinador.

No jogo contra Ilhas Salomão, o treinador deve aplicar um rodízio grande no elenco de dez atletas para garantir que ninguém se lesione ou leve cartões que signifiquem uma ausência do confronto por vaga na final. "Mas não tem essa de tirar o pé. Vamos buscar a vitória. Sempre estamos atrás dos três pontos", avisou o camisa 10, com o tom de quem atingiu a maioridade.

Gustavo Cunha, de Buenos Aires, na Argentina - rededoesporte.gov.br