Atletismo
Troféu Brasil
Nova safra de velocistas confirma boa fase
A nova safra de velocistas brasileiros confirmou a boa fase no Troféu Brasil de Atletismo. Mesmo com um susto a menos de dez metros da chegada, com uma contratura inesperada na coxa, Paulo André Camilo conquistou o ouro com 10s18, bateu o recorde sul-americano Sub-20 e reforçou sua liderança no ranking brasileiro absoluto de 2017. Na semana passada, o atleta já tinha vencido a mesma prova no GP Brasil, disputado também na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP). Atrás de Paulo chegaram o veterano Bruno Lins (10s22) e o jovem Felipe Bardi dos Santos, de 18 anos, com 10s37.
"Estou muito feliz de ver essa safra com atletas de qualidade. Vocês podem depositar as fichas para Tóquio"
Paulo André
"A coisa que mais me deixa feliz é ver que essa safra tem grandes atletas. Penso no individual, sempre, e quero melhorar muito, mas a realidade do Brasil hoje, para conseguir medalhas na velocidade, é no revezamento. Então, estou muito feliz de ver essa safra com atletas de qualidade. Vocês podem depositar as fichas para Tóquio", disse Paulo André, que celebrou o recorde sul-americano por alguns segundos, para logo cobrar mais de si mesmo.
"Eu quero um dia ser campeão olímpico, e sei que esse tempo não me daria nem uma final. Gosto de visar sempre o melhor. O Bolt, com 18 anos, já era o quinto do mundo. Buscando os passos do Bolt, eu serei melhor que os outros, como o de Grasse (Andre de Grasse, canadense bronze nos Jogos do Rio).
No feminino, o nível da prova foi tão intenso que as duas primeiras colocadas conseguiram índice para o Mundial da modalidade, que será disputado de 4 a 14 de agosto, em Londres. A veterana Rosangela Santos venceu com 11s20, seguida da jovem Vitória Rosa, de 21 anos, que fechou em 11s24. O índice exigido era de 11s26. A medalha de bronze ficou com Ana Claudia Lemos, recordista brasileira da prova, com 11s35. Vitória também já tem o índice para o Mundial em sua prova favorita, os 200m livre. Ela obteve a marca ao vencer o GP Brasil, na semana passada, com 23s09. O índice é 23s10.
"Já avisei aqui. As jovenzinhas estão vindo. A gente tem de começar a pensar na aposentadoria"
Rosangela Santos
"Já avisei aqui. As jovenzinhas estão vindo. A gente tem de começar a pensar na aposentadoria", brincou Rosangela, após conquistar o terceiro título consecutivo no Troféu Brasil nos 100m livre. "É muito bom ter essa continuação. A Vitória já participou do Pan de Toronto e do Mundial em 2015, esteve nos Jogos Rio 2016 e vai chegar a Tóquio com uma boa experiência. Fora que isso nos anima para o revezamento. Se todo mundo estiver bem, temos condições de trazer essa medalha no Mundial", completou.
Para Vitória, a temporada tem sido perfeita. A mudança recente do Rio para São Paulo, em busca de treinar com o técnico Katsuhico Nakaya, vem surtindo efeito rapidamente. "Ele é um dos melhores treinadores do país e me mostra, sempre, que posso evoluir mais do que espero", afirmou. "Este foi o meu melhor desempenho da carreira nos 100m livre. Será o primeiro Mundial em que vou disputar as duas provas", disse.
Outras provas
Wagner Domingos, o Montanha, conquistou nova medalha de ouro no Troféu Brasil no lançamento do martelo. O atleta da B3 Atletismo venceu com 73,82 m. "Esperava um resultado bem melhor, mas infelizmente não saiu", lamentou o atleta pernambucano, que foi finalista olímpico no Rio 2016. "Preciso acertar alguns detalhes e melhorar a marca no Sul-Americano do Paraguai", completou.
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No feminino, Mariana Marcelino realizou o que havia planejado. Logo no primeiro lançamento alcançou 67,02 m e estabeleceu novo recorde brasileiro. O anterior já pertencia a ela, que em 6 de maio último, em Zagreb, na Croácia, havia feito 66,64 m. "Estou feliz com o resultado, mas posso melhorar", disse Mariana.
No salto com vara feminino, um resultado pouco usual: empate entre duas atletas da B3: Juliana Campos e Patrícia Santos marcaram 4,10 m. "O resultado pode não ter sido tão bom, mas as condições não ajudaram, principalmente o vento e o frio", disse Juliana. Patrícia, por sua vez, disse que pensava no pódio, mas não na vitória: "A Joana (Ribeiro) e a Karla (Rosa) estavam bem, então só pensava em ficar entre as três primeiras. Então, me superei", disse. Joana foi a terceira.
Fundistas
"Foi um passo importante na minha carreira. Estou já pensando na minha mudança de juvenil para adulto e um resultado positivo como esse me dá mais confiança"
Daniel Ferreira
O paulista Daniel Ferreira, de apenas 18 anos, venceu os 10.000 m, com o tempo de 29min13s34. Com o resultado, o multicampeão das categorias de base do Brasil conquistou seu primeiro título adulto e, ao mesmo tempo, quebrou o recorde sul-americano sub-20 da prova. O anterior era de Franck Caldeira, com 29min28s77, desde agosto de 2002.
"Foi um passo importante na minha carreira. Estou já pensando na minha mudança de juvenil para adulto e um resultado positivo como esse me dá mais confiança", disse o corredor nascido em Paraguaçu Paulista, que venceu no último fim de semana os 5 mil e os 10 mil metros no Sul-Americano Sub-20 de Georgetown, na Guiana.
No feminino, Tatiele Carvalho (Orcampi/Unimed) comemorou o tricampeonato brasileiro nos 10.000m. "Gostaria de ter conseguido um tempo melhor, mas o vento estava muito forte no decorrer da prova", lembrou a corredora, que venceu com o tempo de 33min48s50.
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br, e informações CBAt