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Atletismo

09/06/2017 20h02

Troféu Brasil

Nova safra de velocistas confirma boa fase

Pódio masculino dos 100m livre teve ouro e bronze com atletas de 18 anos. Veterana Rosangela Santos e revelação Vitória Rosa conquistam índice para o Mundial de Londres

A nova safra de velocistas brasileiros confirmou a boa fase no Troféu Brasil de Atletismo. Mesmo com um susto a menos de dez metros da chegada, com uma contratura inesperada na coxa, Paulo André Camilo conquistou o ouro com 10s18, bateu o recorde sul-americano Sub-20 e reforçou sua liderança no ranking brasileiro absoluto de 2017. Na semana passada, o atleta já tinha vencido a mesma prova no GP Brasil, disputado também na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP). Atrás de Paulo chegaram o veterano Bruno Lins (10s22) e o jovem Felipe Bardi dos Santos, de 18 anos, com 10s37.

Chegada dos 100m masculino: Felipe (bronze), Bruno (prata) e Paulo (ouro) nas raias centrais da prova. Foto: Marcello Zambrana/CBAt
"Estou muito feliz de ver essa safra com atletas de qualidade. Vocês podem depositar as fichas para Tóquio"
Paulo André

"A coisa que mais me deixa feliz é ver que essa safra tem grandes atletas. Penso no individual, sempre, e quero melhorar muito, mas a realidade do Brasil hoje, para conseguir medalhas na velocidade, é no revezamento. Então, estou muito feliz de ver essa safra com atletas de qualidade. Vocês podem depositar as fichas para Tóquio", disse Paulo André, que celebrou o recorde sul-americano por alguns segundos, para logo cobrar mais de si mesmo.

"Eu quero um dia ser campeão olímpico, e sei que esse tempo não me daria nem uma final. Gosto de visar sempre o melhor. O Bolt, com 18 anos, já era o quinto do mundo. Buscando os passos do Bolt, eu serei melhor que os outros, como o de Grasse (Andre de Grasse, canadense bronze nos Jogos do Rio).

A jovem Vitória, de 21 anos, entre as veteranas Ana Claudia e Rosangela Santos (D): boa perspectiva para o revezamento no Mundial. Foto: Wagner Carmo/CBAt

No feminino, o nível da prova foi tão intenso que as duas primeiras colocadas conseguiram índice para o Mundial da modalidade, que será disputado de 4 a 14 de agosto, em Londres. A veterana Rosangela Santos venceu com 11s20, seguida da jovem Vitória Rosa, de 21 anos, que fechou em 11s24. O índice exigido era de 11s26. A medalha de bronze ficou com Ana Claudia Lemos, recordista brasileira da prova, com 11s35. Vitória também já tem o índice para o Mundial em sua prova favorita, os 200m livre. Ela obteve a marca ao vencer o GP Brasil, na semana passada, com 23s09. O índice é 23s10.

"Já avisei aqui. As jovenzinhas estão vindo. A gente tem de começar a pensar na aposentadoria"
Rosangela Santos

"Já avisei aqui. As jovenzinhas estão vindo. A gente tem de começar a pensar na aposentadoria", brincou Rosangela, após conquistar o terceiro título consecutivo no Troféu Brasil nos 100m livre. "É muito bom ter essa continuação. A Vitória já participou do Pan de Toronto e do Mundial em 2015, esteve nos Jogos Rio 2016 e vai chegar a Tóquio com uma boa experiência. Fora que isso nos anima para o revezamento. Se todo mundo estiver bem, temos condições de trazer essa medalha no Mundial", completou.

Para Vitória, a temporada tem sido perfeita. A mudança recente do Rio para São Paulo, em busca de treinar com o técnico Katsuhico Nakaya, vem surtindo efeito rapidamente. "Ele é um dos melhores treinadores do país e me mostra, sempre, que posso evoluir mais do que espero", afirmou. "Este foi o meu melhor desempenho da carreira nos 100m livre. Será o primeiro Mundial em que vou disputar as duas provas", disse.

Outras provas

Wagner Domingos, o Montanha, conquistou nova medalha de ouro no Troféu Brasil no lançamento do martelo. O atleta da B3 Atletismo venceu com 73,82 m. "Esperava um resultado bem melhor, mas infelizmente não saiu", lamentou o atleta pernambucano, que foi finalista olímpico no Rio 2016. "Preciso acertar alguns detalhes e melhorar a marca no Sul-Americano do Paraguai", completou.

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No feminino, Mariana Marcelino realizou o que havia planejado. Logo no primeiro lançamento alcançou 67,02 m e estabeleceu novo recorde brasileiro. O anterior já pertencia a ela, que em 6 de maio último, em Zagreb, na Croácia, havia feito 66,64 m. "Estou feliz com o resultado, mas posso melhorar", disse Mariana.

No salto com vara feminino, um resultado pouco usual: empate entre duas atletas da B3: Juliana Campos e Patrícia Santos marcaram 4,10 m. "O resultado pode não ter sido tão bom, mas as condições não ajudaram, principalmente o vento e o frio", disse Juliana. Patrícia, por sua vez, disse que pensava no pódio, mas não na vitória: "A Joana (Ribeiro) e a Karla (Rosa) estavam bem, então só pensava em ficar entre as três primeiras. Então, me superei", disse. Joana foi a terceira.

Daniel Ferreira, de 18 anos, conquistou o título dos 10 mil metros com uma marca que estabeleceu novo recorde sul-americano Sub-20. Foto: Marcello Zambrana/CBAt

Fundistas

"Foi um passo importante na minha carreira. Estou já pensando na minha mudança de juvenil para adulto e um resultado positivo como esse me dá mais confiança"
Daniel Ferreira

O paulista Daniel Ferreira, de apenas 18 anos, venceu os 10.000 m, com o tempo de 29min13s34. Com o resultado, o multicampeão das categorias de base do Brasil conquistou seu primeiro título adulto e, ao mesmo tempo, quebrou o recorde sul-americano sub-20 da prova. O anterior era de Franck Caldeira, com 29min28s77, desde agosto de 2002.

"Foi um passo importante na minha carreira. Estou já pensando na minha mudança de juvenil para adulto e um resultado positivo como esse me dá mais confiança", disse o corredor nascido em Paraguaçu Paulista, que venceu no último fim de semana os 5 mil e os 10 mil metros no Sul-Americano Sub-20 de Georgetown, na Guiana.

No feminino, Tatiele Carvalho (Orcampi/Unimed) comemorou o tricampeonato brasileiro nos 10.000m. "Gostaria de ter conseguido um tempo melhor, mas o vento estava muito forte no decorrer da prova", lembrou a corredora, que venceu com o tempo de 33min48s50.

Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br, e informações CBAt