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17/02/2019 17h14

Caratê

Bronze em Dubai reforça luta de Valéria Kumizaki pela vaga olímpica no caratê

Brasileira vence iraniana número 22 do mundo e soma pontos importantes na corrida por um posto na estreia olímpica do caratê. Pódio foi o único nacional entre os 12 atletas inscritos

A brasileira Valéria Kumizaki encerrou a participação nacional na etapa de Dubai da Premier League de Caratê com uma vitória de múltiplos significados neste domingo (17.02). O placar de 3 x 0 sobre a iraniana Travat Khaksar, 22ª do mundo, simbolizou o bronze na segunda das sete etapas do principal circuito internacional da modalidade em 2019. Representou o único pódio nacional entre os 12 atletas do Brasil nos Emirados Árabes, no torneio que reuniu 737 caratecas de 86 países. Ajudou a consolidar Valéria no top 5 mundial da categoria, a -55kg. E, principalmente, somou pontos estratégicos para a vice-campeã mundial de 2016 na corrida pela vaga na estreia olímpica do caratê, agendada para 2020, em Tóquio.

No ranking para o Japão, Valéria ainda corre atrás de bons resultados. A brasileira ocupa a 42ª posição na disputa das categorias -50kg e -55kg, que serão unificadas em Tóquio. A janela para acumular pontos teve início no Mundial de Madri, disputado em novembro de 2018, na Espanha. Na ocasião, Valéria perdeu na estreia. Na sequência, se recuperou com um bronze na etapa da China da Série A, em dezembro. No início de 2019, na primeira escala da Premier League, em Paris, foi eliminada na primeira luta. Agora, chegou ao pódio. A liderança da corrida olímpica é da japonesa Miho Miyahara, da categoria -50kg. A atleta foi campeã mundial na Espanha e medalhista de prata na etapa da Paris da Premier League. Miyahara não competiu em Dubai.

Valéria com o bronze conquistado em Dubai. Foto: arquivo pessoal
"Minha meta é medalhar em tudo o que for possível a partir de agora. A Premier League é ainda mais importante porque tem pontuação maior, mas tudo conta"
Valéria Kumizaki

"Minha meta é medalhar em tudo o que for possível a partir de agora. A Premier League é ainda mais importante porque tem pontuação maior, mas tudo conta. Agora é corrigir o que errei e melhorar o que acertei porque na próxima semana já tem a Série A da Áustria", afirmou Valéria, que gostou de sua performance diante da iraniana. "Ano passado também lutei contra ela aqui em Dubai e venci. Nós nos conhecemos bem e a luta no começo foi bem estudada. Felizmente a estratégia que fiz deu certo e os pontos foram saindo", resumiu Kumizaki.

"Acho que esse pódio vai ser um divisor de águas na corrida da Valéria pela classificação para os Jogos Olímpicos. Ela já teve o pódio na China no fim do ano passado, mas acabou não indo muito bem em Paris. A ideia é agora engatar outros bons resultados. Acho que esse pódio vai alavancar o nome dela nos rankings olímpicos e mundial. Ela sai daqui com a cabeça boa para daqui a duas semanas na Áustria. O desafio é atuar em cima das falhas que a gente viu que podem ser melhoradas e reforçar os pontos positivos. O trabalho continua", afirmou Diego Spigolon, técnico da Seleção Brasileira.

O caminho de Valéria até o bronze nos Emirados Árabes foi consistente. Ela abriu a disputa na segunda rodada, diante de Agung Sanistyarani, da Indonésia. Numa luta equilibrada contra a 13ª do mundo, Valéria venceu por 3 x 2. Na sequência da categoria que reuniu 60 atletas de 41 países, Valéria enfrentou Irina Sharykhina (48ª), da Bielorrúsia, e avançou com novo 3 x 2.

"Acho que esse pódio vai ser um divisor de águas na corrida da Valéria pela classificação para os Jogos Olímpicos. Ela sai daqui com a cabeça boa para daqui a duas semanas na Áustria"
Diego Spigolon, técnico da Seleção Brasileira

Já nas quartas de final, o desafio foi diante da egípcia Yassmin Attia (15ª). A luta foi amarrada e resolvida pelo placar mínimo: 1 x 0. Na disputa por vaga na decisão, outro duelo parelho, dessa vez diante da número dois do mundo, Tzu-Yun Wen, de China Taipei (Taiwan). No fim, vitória da rival por 1 x 0.

Na disputa do bronze contra a iraniana Taravat Khaksar (22ª), Valéria aproveitou as brechas para abrir 3 x 0 e depois poder controlar o duelo. O título ficou exatamente com Tzu-Yun Wen, que venceu na final a ucraniana Anzhelika Terliuga. O outro bronze foi para a iraniana Fatemeh Chalaki.

Vinicius 

Entre os outros brasileiros que brigam pela vaga na estreia do caratê em Jogos Olímpicos, destaque para Vinicius Figueira. O atleta paranaense ocupa a terceira colocação do ranking das categorias unificadas -60kg e -67kg. Vinícius foi vice-campeão mundial em Madri e terceiro colocado na Série A de Xangai em 2018. Em 2019, tropeçou na estreia em Paris, mas chegou às quartas de final na etapa da Dubai.

Passadas duas das sete etapas da Premier League, o Brasil soma duas medalhas de bronze, ambas no feminino. Além de Valéria Kumizaki, em Dubai, o país subiu ao pódio com Jéssica Linhares, bronze na etapa da Paris no início do ano. Jéssica, paulista de apenas 21 anos, é um dos talentos da nova geração da Seleção Brasileira. Ela não disputou a etapa de Dubai. As outras cinco etapas da Premier League em 2019 serão em Moscou (Rússia), Rabat (Marrocos), Tóquio (Japão), Madri (Espanha) e Xangai (China).

Demais

Entre os sete atletas nacionais que entraram no tatame no sábado, todos caíram entre a primeira e a segunda luta das chaves eliminatórias. Pela regra do caratê, a única chance de repescagem é quando o atleta perde para alguém que chega na final. Como não foi o caso com nenhum dos brasileiros, todos acabaram eliminados precocemente.

"Não foi um dia muito agradável para nós. Eu destacaria a Bárbara Helem Rodrigues (-68kg) e a Isabela Rodrigues (+68kg). As duas passaram pela primeira luta e tiveram adversárias duras na sequência", avaliou Diego Spigolon, técnico da seleção brasileira. Os demais brasileiros no tatame foram Érica Santos e Stephani de Lima (-61kg), Natália Spigolon e Gabrielle Seppi (-68kg) eKaique Rodrigues (-84kg). No primeiro dia de combates, na sexta, outros quatro brasileiros entraram em cena, mas não avançaram na chave.

Do grupo de 12 atletas que disputaram a etapa de Dubai, cinco ficam mais três dias em treinamento nos Emirados Árabes antes de seguirem para a Áustria, para a etapa de Salzburgo da Série A, que será disputada entre 1 e 3 de março: Douglas Brose, Valéria Kumizaki, Vinicius Figueira, Erika Santos e Kaique Rodrigues.

Gustavo Cunha - rededoesporte.gov.br