Futebol
Copa 2018
Um dia de torcedor da Copa do Mundo
Moscou, 16h.
Exatas duas horas antes do pontapé inicial do jogo entre Polônia x Senegal, deixei meu hotel em Seligerkaya, bairro a 15 quilômetros da Praça Vermelha e a 20 quilômetros do Estádio do Spartak, palco para mais uma partida da Copa do Mundo Rússia 2018. A chegada ao metrô foi tranquila, Seligerskaya é a última estação da linha verde do metrô de Moscou e foi preciso nove paradas, cerca de 20 minutos, para chegar até a linha vermelha, de onde eu ainda precisaria pegar a linha roxa.
Na linha vermelha, encontrei os primeiros torcedores rumo ao estádio. Os poloneses paramentados demonstravam que estava no rumo certo. Os adesivos nas paredes, indicando a direção para a arena, também ajudavam. Perto de uma das escadas rolantes, um grupo de brasileiros se apressava para não perder a hora. Mineiros, cariocas e paulistas que se encontraram na Rússia e passaram a ser companheiros de viagem – o Brasil foi o terceiro país que mais reservou ingressos para a Copa da Rússia: 72 mil. A linha vermelha já estava mais cheia e a troca para a linha roxa teve um pouco mais de dificuldade.
Algumas estações à frente, cinco colombianos entraram no metrô. Usavam camisas, chapéus e ornamentos da seleção de James Rodrigues e da Copa do Mundo. Perguntei sobre o jogo – Japão e Colômbia haviam acabado de se enfrentar pela primeira rodada do Mundial. "Perdemos: 2 x 1", me informou um deles, ainda cabisbaixo e lamentando a expulsão de um jogador logo nos primeiros minutos. Conversamos sobre a dificuldade que alguns times favoritos tiveram em suas estreias. Os colombianos, que estavam em sua terceira Copa do Mundo, elogiaram a seleção de Neymar e cia e desejaram boa sorte. "O próximo jogo será decisão", falou, antes de sair em nossa parada final.
17h20
A estação Spartak e os arredores do estádio estavam cheios de voluntários, que sinalizavam com alto-falantes e mãos gigantes de espuma os portões de acesso. Nem a chuva que começava a engrossar tirou o ânimo dos torcedores, que apertavam o passo para entrar em um dos estádios mais bonitos da Rússia. Na entrada do complexo, uma surpresa: os torcedores com mochilas teriam que deixá-las em um guarda-volumes. "Já vim a dois jogos aqui e entrei com mochila", disse um brasileiro, que se recusava a deixar os pertences.
Resolvi encarar a fila. Cerca de 20 minutos depois, alguns brasileiros, pelas redes sociais, relataram ter entrado no Spartak com a mochila que, na verdade, era permitida desde que não fosse grande. Fui para o portão 7. Fan ID e ingressos no leitor, catraca liberada, parti para a máquina de raios-x. Após a mochila passar, um funcionário do estádio disse que eu não poderia entrar sem antes deixar meus pertences no guarda-volume. Após alguns minutos argumentando, consegui a liberação. Ocupei o assento ao lado de um peruano, torcedor fanático do Alianza Lima. Dali em diante era curtir um pouco o papel de torcedor da Copa do Mundo. Em Moscou, 18h.
Confira aqui a história da vitória do Senegal sobre a Polônia, a primeira de um time africano na Copa da Rússia 2018.
Rafael Brais, de Moscou, na Rússia – rededoesporte.gov.br