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Halterofilismo paralímpico

11/09/2016 23h48

Halterofilismo

Terezinha dos Santos alcança melhor marca da carreira e termina na quinta colocação

Atleta potiguar da categoria até 67kg levantou 93kg e ficou muito perto de conquistar uma medalha paralímpica

A brasileira Terezinha Santos alcançou a melhor marca da carreira na final do halterofilismo feminino dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, categoria até 67kg, no Pavilhão 2 do Riocentro. Neste domingo, a atleta terminou a prova na quinta colocação após levantar 93kg, dois quilos a mais que sua melhor marca até então.

Terezinha Santos. Foto: Alaor Filho/CPB

A medalha de ouro foi conquistada pela chinesa Yujiao Tan, após levantar 138,5kg e quebrar o recorde paralímpico e mundial, que já pertencia a ela. Medalhista de prata nos Jogos de Londres, Yujiao disse que a vitória no Rio é fruto de um amadurecimento pessoal. "Em 2012, eu tinha 22 anos e de lá para cá aprendi um monte de coisas diferentes, por isso o resultado foi melhor". O pódio ficou completo com a prata da atleta do Cazaquistão Raushan Koishibayeva, que levantou 113kg, e com o bronze da egípcia Amal Mahmoud, que ergueu 108kg.

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Foto: Alaor Filho/CPB

A prova

Primeira a competir, Terezinha entrou no Pavilhão 2 sob muita festa da torcida. Concentrada para levantar 88kg, a potiguar, nascida na pequena cidade de Nova Cruz (RN) conseguiu se sair bem e completou o levantamento sem falha. "Não dá para explicar o que eu estava sentindo naquela hora. É uma adrenalina positiva. Ainda mais com esse apoio da torcida. A cada grito de incentivo eu ganhava mais força", disse Terezinha, após a competição.

O clima favorável continuou ajudando. Na segunda tentativa, a brasileira aumentou o peso para 93kg e concluiu o movimento com a aprovação unânime dos juízes. Naquele momento, a atleta alcançava uma marca histórica na carreira e ainda podia sonhar com o pódio. Isso porque a chilena María Antonieta Ortiz, que estava na terceira posição, havia levantado 98kg, mesma carga escolhida por Terezinha para a terceira e última tentativa.

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Mais uma vez apoiada pela torcida, a atleta potiguar concluiu o levantamento, mas a arbitragem considerou que ela realizou o movimento de forma ilegal e não validou a tentativa. "Eu fiz os 98kg, mas sabe como é, né? Algumas coisas eles deixam passar, outras não", reclamou a atleta, que disse não ter ficado chateada. "O importante é que para mim e para o meu técnico o movimento foi correto. E agora eu sei que posso mais", ressaltou.

Terezinha, que tem atrofia nas pernas em função de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o halterofilismo aos 25 anos a convite de um treinador que conheceu em um torneio de natação. Pioneira da modalidade no Brasil, a atleta completou no Rio sua quinta participação em paralimpíadas. A primeira disputada por ela foi em Sydney, 2000.

Hoje, aos 45 anos e após conquistar a melhor marca da carreira, Terezinha diz que pretende ir a Tóquio, em 2020. "Tem adversárias minhas que têm 50 anos e ainda estão no topo. Então, acho que estarei me sentindo melhor daqui a quatro anos", concluiu.

João Paulo Machado - brasil2016.gov.br