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Volei de praia

20/05/2017 15h21

Vôlei de praia

Etapa do Rio do Circuito Mundial pode ter uma reedição da final olímpica masculina

Brasil avança às semifinal com direito a confronto verde e amarelo no feminino e com Alison e Bruno Schmidt podendo enfrentar os italianos medalhistas de prata na decisão

A insistente chuva que não deu trégua na sexta-feira (19.05), aliada ao tempo fechado deste sábado (20.05), desmotivou os torcedores a saírem de casa no Rio de Janeiro. Assim, a disputa das quartas de final, cujas partidas foram jogadas nesta manhã e tarde no Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra, acabaram atraindo um público reduzido à etapa carioca do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.

Mas quem compareceu não se arrependeu por vários motivos. Além de verem as duplas brasileiras fazerem bonito na arena olímpica – no feminino, haverá uma semifinal verde e amarela e, no masculino, os campeões olímpicos no Rio 2016 Alison e Bruno Schmidt vão brigar por uma vaga na final –, muitas pessoas tiveram a chance de, pela primeira vez, visitar as instalações do Parque Olímpico.

As crianças do projeto da Escolinha de Vôlei Adriana Samuel e, abaixo, os estreantes no Parque Olímpico João Luis e Leonardo, com o professor Walmyr Lima (ao centro). Ao lado, o taxista Ricardo Mendes, que veio matar a saudade dos Jogos Rio 2016. Fotos: Luiz Roberto Magalhães/ME

Os jovens da Escolinha de Vôlei Adriana Samuel (medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta 1996 na quadra e bronze nos Jogos de Sydney 2000 no vôlei de praia) foram os principais responsáveis pelo barulho e animação nas arquibancadas.

As crianças e jovens pertencem a dois polos da Escolinha, em Deodoro e Sampaio, e muitas já conheciam as instalações do Parque Olímpico. “Nós temos o costume de trazer as crianças para o Parque Olímpico. Eles vieram nos eventos-testes (para os Jogos Rio 2016), já foram a jogos no Maracanãzinho e isso é uma forma de incentivar a prática de esportes”, explica Walmyr Lima, professor responsável pelo núcleo de Deodoro.

Para João Luis da Silva Campos, 15 anos, e Leonardo Gabriel Castro Marinho, 16, entretanto, o sábado foi de novidades. Alunos da Escolinha, eles nunca tinham visto o Parque Olímpico de perto e não esconderam a emoção. “Achei tudo muito bonito. Eu fico orgulhoso quando vejo todos esses atletas jogando. É uma motivação enorme estar aqui. Eu vivo em uma comunidade e não tenho dinheiro para pagar para vir aqui. O projeto me ajuda muito e estar aqui, nesse lugar que recebeu as Olimpíadas, é muito legal”, comemorou João, que pratica vôlei de praia há apenas um mês.

“É emocionante estar aqui”, reforçou Leonardo, no projeto há três meses. “É um lugar onde muitos atletas fizeram crescer suas habilidades quando jogaram nas Olimpíadas. Eu imagino que as Olimpíadas foram fantásticas aqui. Eu olho esses atletas e fico imaginando a origem deles e todo o trabalho que eles tiveram para conquistar tudo o que conquistaram e isso serve de motivação”, continuou.

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A colombiana Margot Cuellar com o filho, Maurício Mejia: ambos se encantaram com o Parque Olímpico. Foto: Luiz Roberto Magalhães/ME

Quem também se emocionou ao conhecer o Parque Olímpico foi a colombiana Margot Cuellar, de 54 anos. Em sua primeira visita ao Rio de Janeiro, ela e o filho, Maurício Mejia, 27, que vive em São Paulo há dois anos, escolheram o Parque Olímpico como o primeiro ponto de turismo na capital fluminense. E, ao chegar, descobriram que a etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia estava sendo disputada. Como as entradas para os jogos desta manhã e tarde eram gratuitas, eles não pensaram duas vezes e acompanharam os jogos.

“É tudo bonito demais. Esse lugar é imenso. Eu gostei muito”, elogiou Margot. “Achei legal demais. Eu já tinha visto imagens de drone do Parque Olímpico durante as Olimpíadas e agora visitar o lugar é muito bom. Demos sorte, pois a gente já tinha essa vontade de conhecer o Parque Olímpico e quando chegamos aqui tinha esse torneio. Então foi ótimo”, completou Maurício.

Emoção no retorno

Para o taxista Ricardo Mendes, 32 anos, o sentimento foi de saudade. “Eu frequentei muito o Parque Olímpico durante as Olimpíadas e as Paralimpíadas”, lembrou. “É ótimo que ele voltou a ser usado. Isso aqui é um grande legado para a cidade. Tomara que tudo aqui tenha muito uso, porque o espaço é enorme para a prática do esporte”, declarou.

“Hoje é o primeiro dia que eu volto ao Parque Olímpico depois dos Jogos e deu muita saudade das Olimpíadas e Paralimpíadas. Esse foi o único estádio que eu não tinha conhecido e achei muito bonito. Valeu a pena ter vindo”, encerrou.

Semifinais

Em quadra, os atletas do Brasil não decepcionaram e garantiram o país nas semifinais, que serão disputadas ainda neste sábado.

Campeão olímpico, Alison pode viver, no Rio, uma reedição da final dos Jogos do ano passado. Foto: FIVB

Nas quartas de final, Ágatha e Duda venceram as norte-americanas Claes e Hughes por 2 sets a 0 e disputarão uma vaga na decisão, às 17h35, contra as brasileiras Bárbara Seixas e Fernanda Berti, que derrotaram as também brasileiras Larissa e Talita por 2 sets a 1. Com isso, o Brasil já está garantido na final feminina, que será disputada na manhã deste domingo (21.05).

No masculino, os medalhistas de ouro nos Jogos Rio 2016 Alison e Bruno Schmidt avançaram à semifinal depois de vencerem os norte-americanos Crabb e Gibb por 2 sets 0. Eles voltam a jogar às 18h40, contra os norte-americanos Brunner e Patterson.

Na última partida das quartas de final deste sábado, os brasileiros Saymon e Álvaro Filho perderam, por 2 sets a 1, para os italianos Nicolai e Lupo, com parciais de 20/22, 21/16 e 15/11. Como os italianos disputarão a outra semifinal, a etapa do Rio pode ter, na decisão masculina, uma reedição da final dos Jogos Olímpicos de 2016, quando Bruno e Alison derrotaram Nicolai e Lupo por 2 x 0 para garantir o histórico ouro.

Do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte