Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Recém-operado, Fernando Reis só pensa no Pan de Lima e no Mundial para 2019

Levantamento de peso

21/12/2018 13h51

Levantamento de peso

Recém-operado, Fernando Reis só pensa no Pan de Lima e no Mundial para 2019

Cirurgia no joelho foi a primeira da carreira. Quinto colocado nos Jogos Rio 2016, ele sonha com mais um ouro nos Jogos Pan-Americanos e quer a vaga antecipada para Tóquio 2020

O fim de ano será atípico para o paulistano Fernando Reis, maior nome do país no levantamento de peso. Quinto colocado nos Jogos Olímpicos Rio 2016, ele passou muito perto de conquistar a primeira medalha brasileira em um Mundial adulto. Terminou em quarto em Asgabate, no Turcomenistão. Foi o melhor resultado da história do Brasil na competição.

Agora, a poucos dias do fim de 2018, Fernando, 28 anos, experimenta um repouso igualmente inédito. Na terça-feira (18.12), ele esteve no Rio de Janeiro para receber o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do ano no levantamento de peso. A comemoração foi breve. Dois dias depois, na quinta-feira (20.12), o atleta deu entrada na Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde passou pela primeira cirurgia da carreira, no joelho esquerdo.

Fernando Reis, ao receber o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do levantamento de peso de 2018. Foto: Abelardo Mendes Junior/rededoesporte.gov.br
"Foi a primeira cirurgia da minha carreira. Nunca tinha passado por isso e agora espero fazer uma boa reabilitação, por uns dois ou três meses, seguir todas as recomendações dos médicos e da equipe de fisioterapia, para que eu consiga voltar da melhor maneira possível e brigar pela medalha no Pan, no Campeonato Mundial e nos Jogos Olímpicos"
Fernando Reis, atleta do levantamento de pesos

"Eu tive um rompimento parcial do tendão do quadriciptal do joelho. Eu já vinha com essa lesão há algum tempo, mas estava em um estágio avançado e se eu não operasse poderia ter um rompimento grave, o que ocasionaria uma lesão gravíssima, que me tiraria por muito tempo do esporte", detalha Fernando.

"Eu me operei com o doutor Caio D'Elia e correu tudo bem. O médico ficou bem satisfeito com o resultado da operação. Hoje já fiz uma sessão de fisioterapia e à tarde tenho outra. Acredito que deu tudo certo e que vou me recuperar bem".

Reabilitação

Devido ao tempo de recuperação, Fernando sabe que o início da temporada de 2019 não será como as demais. "Foi a primeira cirurgia da minha carreira. Nunca tinha passado por isso e agora espero fazer uma boa reabilitação, por uns dois ou três meses, seguir todas as recomendações dos médicos e da equipe de fisioterapia, para que consiga voltar da melhor maneira possível e brigar pela medalha no Pan, no Mundial e nos Jogos Olímpicos", afirma. No ano que vem, o Mundial será disputado em Pataya, na Tailândia, em setembro.

Para muitos atletas do Brasil que almejam defender o país nos Jogos de Tóquio 2020, 2019 é um ano estratégico. No caso de Fernando, a próxima temporada pode render a classificação antecipada para as Olimpíadas.

"Já tenho o calendário traçado. Acredito que minha primeira competição deverá ser o Campeonato Pan-Americano, no fim de abril, na Guatemala. Vai ser bom para entrar o ano, com um nível não tão alto para mim. Eu consigo passar tranquilamente para, depois, levantar mais peso nos Jogos Pan-Americanos e tentar ganhar mais uma vez o Pan. O passo seguinte é buscar a medalha no Mundial", enumera.

Apesar de sonhar com a medalha no Mundial, Fernando ressalta que os Jogos Pan-Americanos de Lima serão fundamentais. Além de tentar o bicampeonato, já que foi campeão em 2015, em Toronto, no Canadá, ele quer carimbar, no Peru, seu passaporte para Tóquio 2020.

"Existem dois critérios de avaliação para a conquista da vaga olímpica. O primeiro do continente garante uma vaga e o outro critério é mais complexo. Você tem que participar de mais competições e pontuar bem em todas para conseguir a vaga para os Jogos Olímpicos", detalha.

"Mas sou o primeiro do continente. Me mantendo em primeiro, consigo me classificar diretamente para os Jogos Olímpicos. É por isso que preciso ganhar os Jogos Pan-Americanos novamente. Eu tenho uma sobra considerável (nos limites de peso que levanta) no Campeonato Pan-Americano. Eu só preciso fazer o que já venho fazendo", diz.

Até lá, o foco é outro no início do ano. "São dois meses de fisioterapia, no mínimo. Eu continuo o trabalho com a parte de cima do corpo, fazendo musculação. Mas a parte dos membros inferiores tenho que fazer uma reabilitação. É complicado quando você não tem o controle da situação. Eu tenho total controle quando estou treinando ou competindo. Mas, dessa vez, passei o controle para um terceiro. Na cirurgia deu tudo certo e agora é focar na recuperação", encerra Fernando Reis.

Luiz Roberto Magalhães - rededoesporte.gov.br