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Judô

22/09/2018 06h01

Baku 2018

Rafaela Silva sofre wazari no último segundo e perde na estreia no Mundial de Baku

Neste domingo (23.09), o Brasil terá três judocas em ação pela categoria meio-médio: Eduardo Yudy, Victor Penalber e a medalhista olímpica Ketleyn Quadros

Tudo indicava que a luta iria para o golden score, como é chamada a prorrogação no judô. Mas então, no último segundo, um golpe encaixado pela canadense Jessica Klimkait e que foi considerado um wazari pela arbitragem, selou o destino da campeã olímpica Rafaela Silva no Campeonato Mundial de Baku 2018.

Em sua oitava apresentação em Mundiais, Rafaela, única atleta do judô nacional a ter triunfado em uma Olimpíada e em um Mundial (foi campeã em 2013, no Rio de Janeiro), estava determinada a tentar mais uma medalha para o país no torneio disputado na capital do Azerbaijão. Na sexta-feira (21.09), o Brasil chegou ao primeiro pódio em Baku com o bronze de Érika Miranda na categoria meio-leve (-52kg).

Rafaela Silva x Jessica Klimkait, no Mundial de Baku 2018. Foto: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br
"2020 está aí e vamos buscar o bi olímpico. Ela saiu chateada, mas acho que agora está mais calma, mais consciente. Ela acha que realmente a luta ficou na mão da arbitragem, de achar o lance passível de ponto ou não"
Mario Tsutsui, técnico da seleção feminina

Diante da canadense, toda a comissão técnica do Brasil já sabia que o desafio de Rafaela na estreia não seria fácil. Antes do duelo em Baku, a brasileira havia enfrentado Jessica Klimkait três vezes e tinha vantagem de 2 x 1. Rafaela havia vencido no Pan-Americano de 2016, em Havana, e no Grand Slam de Abu Dhabi de 2017. A canadense vinha de vitória recente contra a campeã olímpica, conquistada em abril deste ano, no Grand Prix de Zagreb, na Croácia.

Dona de um estilo agressivo, a canadense partiu para o ataque desde o início na luta disputada no National Gymnastics Arena, em Baku. As duas chegaram ao último minuto punidas com dois shidos (infração) para cada lado. O golpe aplicado no último segundo abalou a campeã olímpica, que deixou o tatame muito nervosa, claramente frustrada com o resultado.

Desde que conquistou o ouro no Rio, Rafaela foi eliminada na estreia em dois Mundiais seguidos, já que no ano passado também perdeu a primeira em Budapeste. Na verdade, esse é o terceiro Mundial em sequência que Rafaela acaba surpreendida na estreia, já que em 2015, antes das Olimpíadas, ela também foi eliminada precocemente em Astana, na Rússia. Antes disso, Rafaela acumulou dois quintos lugares (Chelyabinsk 2014 e Rotterdam 2009), uma prata (Paris 2011) e o ouro, no Rio, em 2013.

Rafaela Silva preferiu não conversar com a imprensa após a luta. Coube ao técnico da seleção brasileira feminina, Mario Tsutsui, fazer uma análise da participação da brasileira no Mundial de Baku.

» Confira a cobertura completa do Mundial de Judô - Baku 2018

Assista à luta de Rafaela Silva no Mundial de Baku 2018

"Está parecendo o caminho que ela trilhou em 2016. Ela antes (no Mundial de 2015), na primeira luta, foi eliminada por uma canadense, saiu chorando, e a gente conversou explicando que a caminhada era longa e que em 2016 era o ano da Olimpíada e agora está acontecendo a mesma coisa: uma canadense na frente", lembrou Tsutsui.

"Então, vamos pensar lá para frente. Os Jogos de 2020 estão aí e vamos buscar o bi olímpico e trabalhar. Ela saiu muito chateada, mas acho que agora está mais calma, mais consciente da luta. Ela acha que  realmente a luta ficou na mão da arbitragem, de achar o lance passível de ponto ou não", continuou o treinador, referindo-se ao wazari que deu a vitória para a canadense Jessica Klimkait.

Galeria de fotos em alta resolução (uso editorial gratuito. Crédito obrigatório: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br)

Mundial de Judô 2018 - Baku

Três no tatame

O Brasil terá três representantes no domingo (23.09) no Mundial de Baku, quando serão realizadas as disputas da categoria meio-médio (-81kg para os homens e -63kg para as mulheres). No masculino, Eduardo Yudy, 11º do ranking mundial, enfrenta Uuganbaatar Otgonbaatar, da Mongólia, 5º do mundo, enquanto Victor Penalber, 25º do ranking, estreia contra o marroquino Achraf Moutii, 26º.

No feminino, a brasileira Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e atual 24ª do ranking mundial, enfrenta em seu primeiro desafio a norte-americana Hannah Martin, 29ª. As lutas começam às 10h, no horário de Baku, 3h da manhã no horário de Brasília.

"A Ketleyn Quadros está bem nessa categoria até 63kg. Depois, temos a Maria Portela (na segunda-feira, na categoria médio -70kg), que por sinal é a número 1 do ranking e a gente acha que pode prosseguir na competição e chegar até a fase final. Tem a Mayra também (Mayra Aguiar, bicampeã mundial na categoria meio-pesado -78kg), que está muito bem, e as nossas duas pesos-pesados (Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza), que estão bem ranqueadas e que a gente espera que possam caminhar na chave e seguir para o bloco final (disputa de medalhas)", analisou Tsutsui. Maria Suelen Altheman é a quarta do ranking mundial e Beatriz Souza ocupa a 8ª posição na lista.

Todos os medalhistas do Brasil no Mundial Sênior

1971 (Ludwigshafen/GER)
Chiaki Ishii (-93kg/bronze)

1979 (Paris/FRA)
Walter Carmona (-86kg/bronze)

1987 (Essen /GER)
Aurélio Miguel (-95kg/bronze)

1993 (Hamilton/CAN)
Aurélio Miguel (-95kg/prata)
Rogério Sampaio (leve/bronze)

1995 (Tóquio/JPN)
Danielle Zangrando (-56kg/bronze)

1997 (Paris/FRA)
Aurélio Miguel (-95kg/prata)
Edinanci Silva (-72kg/bronze)
Fúlvio Myata (-60kg/bronze)

1999 (Birmingham/GBR)
Sebastian Pereira (-73kg/bronze)

2003 (Osaka/JPN)
Mario Sabino (-100kg/bronze)
Edinanci Silva (-78kg/bronze)
Carlos Honorato (-90kg/bronze)

2005 (Cairo/EGY)
João Derly (-66kg/ouro)
Luciano Corrêa (-100kg/bronze)

2007 (Rio de Janeiro/BRA)
João Derly (-66kg/ouro)
Tiago Camilo (-81kg/ouro)
Luciano Correa (-100kg/ouro)
João Gabriel Schilittler (+100kg/bronze)

2010 (Tóquio/JPN)
Mayra Aguiar (-78kg/prata)
Leandro Guilheiro (-81kg/prata)
Leandro Cunha (-66kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)

2011 (Paris/FRA)
Leandro Cunha (-66kg/prata)
Rafaela Silva (57kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)
Leandro Guilheiro (-81kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/bronze)

2013 (Rio de Janeiro/BRA)
Rafaela Silva (-57kg/ouro)
Érika Miranda (-52kg/prata)
Maria Suelen Altheman (+78kg/prata)
Rafael Silva (+100kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/bronze)

2014 (Chelyabinsk/RUS)
Mayra Aguiar (-78kg/ouro)
Maria Suelen Altheman (+78kg/prata)
Erika Miranda (-52kg/bronze)
Rafael Silva (+100kg/bronze)

2015 (Astana/CAZ)
Érika Miranda (-52kg/bronze)
Victor Penalber (-81kg/bronze)

2017 (Budapeste/HUN)
Érika Miranda (-52kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/ouro)
David Moura (+100kg/prata)
Rafael Silva (+100kg/bronze)

Luiz Roberto Magalhães, de Baku, no Azerbaijão - rededoesporte.gov.br