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Atletismo

19/08/2016 14h37

Pontal

Prova mais desgastante do atletismo, marcha de 50km termina com brasileiro em nono lugar

Caio Bonfim, que havia chegado em quarto nos 20km, quebrou o recorde brasileiro nesta sexta

A prova da marcha atlética 50km é a mais longa e que mais "castiga" o corpo dos atletas nos Jogos Olímpicos. Com cerca de quatro horas de duração, os 50km desafiam os limites do corpo humano. Não foi diferente na prova desta sexta-feira (19.08) no Pontal, no Recreio, no Rio de Janeiro. Debaixo de sol forte e umidade alta, teve desmaio, desistência e recorde brasileiro. O brasiliense Caio Bonfim, 25 anos, completou o percurso em 3h47min02s, garantindo o nono lugar e o recorde brasileiro (a marca anterior era 3h55min26 e pertencia ao catarinense Jonathan Riekmann). 

Foto: Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br

"É tão difícil correr 50km. A cada 10 km eu vou avaliando o meu desempenho. Bebi água, comi batata, meu pai ofereceu até refrigerante. É uma prova de superação. O Brasil me empurrou muito e me ajudou de mais. Os últimos 10 km foram os melhores. Estou muito contente com o que fiz. Eu baixei 14 minutos do meu tempo", comemora o atleta que recebe o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Caio já havia feito história ao conseguir o quarto lugar nos 20km da marcha atlética no Rio.

» Leia também: Caio Bonfim bate recorde nacional e fica a cinco segundos do pódio na marcha atlética 20km

O percurso exige muito do físico e do psicológico dos atletas, tanto que os melhores esportistas do mundo disputam, em média, somente duas provas por ano. A medalha de ouro foi conquistada por Matej Toth, da Eslováquia, em 3h40min58s. A prata foi para Jared Tallen, da Austrália, com 3h41min16. O japonês Hirooki Arai, que havia chegado em terceiro, foi desclassificado ao fim da prova. Após apelação, ele conseguiu de volta a medalha de bronze. 

O Brasil contou ainda com a participação de outros dois machadores: Jonathan Rieckmann cruzou a minha de chegada em 29º, com 4h01min52s e Mário dos Santos não completou o trajeto. Dos 80 atletas que largaram, 49 cruzam a linha de chegada (19 desistiram e 13 foram desqualificados).

Caio Bonfim revela que entrou na prova achando que nem chegaria a completar os 50km. "Estou no começo da minha carreira. Tudo começou agora. Será que o povo brasileiro vai achar o nono lugar um feito? Baixei 14 minutos do meu tempo. É a minha terceira prova. A minha mãe bateu o recorde brasileiro com 40 anos. Temos que manter o profissionalismo e buscar a excelência no trabalho para ter qualidade", conta.

A marcha é a maior distância do atletismo. Após a prova, os atletas ficam em média cinco dias sem fazer atividades. Já os treinos, podem ser realizados a partir de 15 dias após a prova.

Desmaio do favorito

Completar os 50km mostra poder de superação e determinação. No Rio 2016 não foi diferente. O francês Yohann Diniz era o favorito ao pódio e liderava com folga o percurso. Recordista mundial dos 50km, o europeu sofreu com o sol, passou mal e desmaiou. Não desistiu, voltou para prova e conseguiu cruzar a linha de chegada uma posição na frente do brasileiro.

"O que o francês fez é muito difícil. Geralmente, quando um atleta é recordista do mundo ele não fica disposto a fazer um tempo ruim. Ele honrou o país dele e deu o máximo possível. Esse é o verdadeiro espírito olímpico", elogiou Caio Bonfim.

Breno Barros - brasil2016.gov.br