Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Primos do Pará tietam campeão paralímpico Ricardo Oliveira e ganham dicas de presente

Atletismo paralímpico

24/11/2016 14h25

Paralimpíadas Escolares

Primos do Pará tietam campeão paralímpico Ricardo Oliveira e ganham dicas de presente

Competindo nas Paralimpíadas Escolares em São Paulo, Carlos e Matheus Smith tiraram fotos e ouviram conselhos do saltador medalhista nos Jogos Rio 2016

Os primos Carlos e Matheus Smith já conquistaram duas medalhas nas Paralimpíadas Escolares, que vão até esta sexta-feira (25.11), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Mas o ouro conquistado no salto em distância e a prata no arremesso de peso foram momentaneamente esquecidos pelos jovens nesta quinta-feira (24.11).

Andando e conhecendo a estrutura do CT, Carlos, deficiente visual, e Matheus, que atua como seu guia nas provas, acabaram encontrando por acaso Ricardo Oliveira, saltador campeão paralímpico no Rio 2016. O atleta estava no local para encontrar e conversar com as jovens promessas e acabou dando uma atenção especial aos primos. Além das fotos e do contato com o ouro paralímpico de Ricardo, Carlos e Matheus ganharam uma conversa especial, recheada de dicas do medalhista.

RicardoOliveiraeCarlosSmith1.jpeg
Ricardo Oliveira, campeão paralímpico, conversa com os primos Carlos e Matheus Smith no CT Paralímpico. Foto: Vagner Vargas/Brasil2016.gov.br

“Vim aqui por acaso e saí com uma dica ótima. Vou aplicar nos treinos”, disse Carlos Smith, 17 anos, após a conversa com Ricardo. “É muito bom conversar com pessoas que sabem mais do que eu. A gente vai aprendendo e usando técnicas para melhorar o resultado”, acrescentou Matheus, 19 anos, guia e técnico do primo Carlos há duas temporadas.

Representando o Pará na competição, Carlos e Matheus vão voltar para casa com mais do que as medalhas na bagagem. A troca de experiências com Ricardo Oliveira e o dia a dia na estrutura de ponta do Centro de Treinamento vão servir como combustível e motivação.

“Estou tendo uma experiência ótima. É o sonho de qualquer atleta competir no mesmo local que os nossos ídolos treinam. Estou gostando muito”, destacou Carlos, que ainda vai correr os 100m rasos ao lado de Matheus, um estudioso do esporte paralímpico.

“Acompanho muito, porque é de lá que eu tiro a noção do que tenho que fazer com o Carlos. Um dos meus ídolos no salto em distância é a Silvânia Oliveira, irmã do Ricardo. As medalhas de ouro deles foram sensacionais”, elogiou o atleta-guia, citando a também campeã paralímpica no Rio como exemplo.

Dia de ídolo

A medalha de ouro de Ricardo Oliveira passou por muitas mãos nesta quinta-feira. Com disposição e um sorriso no rosto, o campeão paralímpico atendeu a todos os pedidos de fotos e autógrafos que recebeu. “Para mim é uma honra, uma satisfação enorme estar aqui com esses futuros atletas”, contou.

RicardoOliveiraeCarlosSmith3.jpeg
Carlos Smith e Ricardo Oliveira mostram as medalhas das Paralimpíadas Escolares e dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Foto: Vagner Vargas/Brasil2016.gov.br

Para ele, que passou pelas mesmas dificuldades e desafios no início da carreira, ter a oportunidade de passar a experiência e ajudar na evolução dos mais novos é gratificante. “Estou tentando mostrar que o impossível não existe. Tudo é possível quando a pessoa crê, tem foco, determinação e objetivo. A criançada tem que se motivar. O único segredo para melhorar é treinar muito”, afirmou.

Depois da conversa com os primos paraenses, o campeão paralímpico do salto em distância, responsável pela primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Rio 2016 comentou sobre a conversa.

“Sofri muito quando comecei porque o guia ficava me chamando de fora do setor de salto. Assim o atleta cego faz um salto diagonal, indo para cima da voz, e a chance de se machucar é alta. Depois que eu cheguei no professor Amaury Veríssimo as coisas melhoraram, porque ele ficava dentro da área de salto, de frente para mim, e eu corria para cima dele. Assim fui melhorando, perdendo o medo e as marcas acontecendo”, detalhou Ricardo.

Além da motivação e da estrutura de treinamento, Ricardo destacou a importância do apoio dos pais quando as crianças estão começando a competir. Segundo ele, foi esse suporte que o fez persistir e chegar à medalha paralímpica.

“Nessa fase, é o mais importante. Às vezes a gente está com aquele cansaço, aquela preguiça, e os pais chegam com aquele sorriso perguntando se não vamos treinar. Isso anima a pessoa. Foi o que mais me motivou a sair de casa para vir para o esporte”, revelou.

Vagner Vargas