Atletismo
Prêmio Paralímpicos 2018 será entregue nesta quarta, em São Paulo
O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, receberá nesta quarta-feira, 12.12, a edição 2018 do Prêmio Paralímpicos. A principal celebração do esporte adaptado nacional acontecerá pela primeira vez na sede do Comitê Paralímpico Brasileiro, em uma estrutura montada para receber 500 pessoas, entre convidados e equipe de trabalho, e palco com mais de dez metros de altura. Esta será a oitava edição da cerimônia, com início do coquetel a partir das 18h30 e transmissão ao vivo do SporTV a partir das 20h.
Serão homenageados os destaques de cada modalidade, além do melhor esportista em cada gênero. O público ainda pode votar e escolher o Atleta da Galera. Concorrem à honraria André Rocha (atletismo), Igor Barcellos (bocha) e Evellyn Ramos (natação). Melhores técnicos e clubes também serão apontados, e haverá a entrega do Prêmio Aldo Miccolis (um dos pioneiros do esporte adaptado no Brasil), que homenageia pessoas que dedicaram sua vida ao esporte paralímpico, e do Prêmio Personalidade Paralímpica, para quem contribuiu para o Movimento no ano.
"É com enorme satisfação que realizaremos o Prêmio em nossa casa, o Centro de Treinamento Paralímpico. Mobilizamos uma força-tarefa de mais de 100 pessoas para que montássemos uma estrutura à altura dos feitos de nossos atletas ao longo do ano", disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Entre os escolhidos em cada esporte, estão atletas que sagraram-se campeões mundiais nesta temporada, como Lauro Chaman (ciclismo), Ricardinho Alves (futebol de 5), Leomon Moreno (goalball) e Diana Barcelos e Jairo Klug (remo). Petrúcio Ferreira (atletismo) e Daniel Dias (natação) estabeleceram novos recordes mundiais em suas respectivas especialidades e também serão celebrados.
CONFIRA OS DESTAQUES POR MODALIDADE
Atletismo - Petrúcio Ferreira (Paraíba)
Classe: T47
Aos dois anos, Petrúcio sofreu um acidente com uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo. Gostava de jogar futsal. A velocidade do atleta chamou a atenção de um treinador. Em 2018, se manteve no auge e bateu os recordes mundiais dos 100m e 200m, além de vencer todas as provas em que competiu.
Basquete em CR - Marcos Sanchez (Minas Gerais)
Classe: 3.0
Marcos foi atropelado aos 11 anos e teve as duas pernas amputadas. Conheceu o basquete em cadeira de rodas no processo de reabilitação e se apaixonou pela modalidade. Em 2018, ficou em 15º lugar no Mundial com a Seleção Brasileira.
Bocha - Maciel Santos (Ceará)
Classe: BC2
Maciel nasceu com paralisia cerebral e começou na modalidade aos 11 anos. Três anos depois, começou a representar o Brasil em competições internacionais. Hoje, é o segundo colocado no ranking mundial da classe BC2. Em 2018, foi campeão individual do BISFed World Open no Canadá e conquistou dois ouros no BISFed Regional Open de São Paulo.
Canoagem - Igor Tofalini (Paraná)
Classe: L2
Em 2011, o atleta participava de um rodeio profissional quando sofreu um acidente e ficou paraplégico. Começou no paradesporto na natação e, depois, migrou para a canoagem. Em 2018, se consagrou campeão mundial, em Portugal, e conquistou o bronze no Pan-Americano de canoagem.
Ciclismo - Lauro Chaman (São Paulo)
Classe: C5
Lauro nasceu com o pé esquerdo virado para trás. Passou por uma cirurgia para corrigir o problema, mas o procedimento o fez perder o movimento do tornozelo. Em 2018, o ciclista conquistou o título mundial de pista, na prova de scratch. Além do feito, Lauro conquistou a prata no contrarrelógio no Mundial de Estrada.
Esgrima em CR - Jovane Guissone (Rio Grande do Sul)
Classe: B
Em 2004, Jovane perdeu o movimento das pernas ao ser atingido por um tiro durante um assalto. Quatro anos depois, iniciou na esgrima em cadeira de rodas e se destacou na modalidade. Em 2018, conquistou seis medalhas em etapas da Copa do Mundo no Canadá, Hungria e Itália, sendo uma de prata e cinco de bronze.
Esportes de Neve - Cristian Ribera (Rondônia)
Classe: Sitting
Nasceu com artrogripose e, aos 15 anos, já tinha passado por 21 cirurgias para a correção das pernas. Em 2018, fez história em sua primeira participação nos Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang, ao conquistar o sexto lugar na prova de 15km do esqui cross-country. O resultado é o melhor já conquistado pelo Brasil em Paralimpíadas de Inverno.
Futebol de 5 - Ricardo Alves (Rio Grande do Sul)
Classe: Ala esquerdo
Um deslocamento da retina aos seis anos comprometeu a visão de Ricardinho. Aos 10, o gaúcho começou a jogar Futebol de 5 e, aos 15, entrou para o seu primeiro clube. Já foi eleito o melhor jogador do mundo duas vezes: em 2006 e 2014. Em 2018, foi campeão mundial na Espanha, pela Seleção Brasileira, e artilheiro da competição.
Futebol de 7 - Evandro Gomes (São Paulo)
Classe: FT2
Evandro teve paralisia cerebral no nascimento e os movimentos dos dois lados do corpo ficaram comprometidos. Conheceu a modalidade por meio de amigos e um treinador. Em 2018, foi campeão da Copa América com a Seleção Brasileira e conquistou o ouro no campeonato brasileiro.
Goalball - Leomon Moreno (Distrito Federal)
Classe: B1
Nasceu com retinose pigmentar e conheceu a modalidade aos sete anos. Com a pouca visão que tinha, levava os irmãos para os treinos de goalball e resolveu experimentar a modalidade. Começou a praticar o goalball com 12 anos e, aos 14, começou a competir. Em 2018, foi campeão mundial na Suécia pela Seleção Brasileira e artilheiro da competição
Halterofilismo - Mariana D'Andrea (São Paulo)
Classe: até 67kg
Possui acondroplasia, popularmente conhecida como nanismo. Começou sua trajetória no halterofilismo com 16 anos, através do seu técnico. Em 2018, bateu os recordes mundiais júnior e adulto das Américas na categoria até 67kg, com a marca de 111kg. Também conquistou dois ouros no jovem e adulto no Campeonato Regional Europeu, na França.
Hipismo - Rodolpho Riskalla (São Paulo)
Classe: III
Rodolpho era cavaleiro do hipismo convencional desde os oito anos, com passagens pela Seleção Brasileira. Em 2015, adquiriu meningite bacteriana e sofreu amputação tibial das duas pernas, mão direita e dedos da mão esquerda. Em 2018, assumiu a primeira posição no ranking mundial de adestramento, no grau IV, após conquistar duas medalhas de prata nos Jogos Equestres Mundiais nos Estados Unidos.
Judô - Alana Maldonado (São Paulo)
Classe: até 70kg
Foi diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos. Já praticava a modalidade desde os quatro, mas, somente em 2014, quando entrou na faculdade, começou no judô paralímpico. Em 2018, conquistou medalhas de ouro no Open Internacional na Alemanha e no Brasil, prata na Copa do Mundo na Turquia e o ouro no Campeonato Mundial da modalidade, em Portugal, feito inédito para o judô paralímpico brasileiro.
Natação - Daniel Dias (São Paulo)
Classe: S5
Daniel nasceu com má formação congênita dos membros superiores e na perna direita. Apaixonado por esportes, descobriu o paradesporto ao assistir pela TV o nadador Clodoaldo Silva, nas Paralimpíadas de Atenas, em 2004. Em 2018, bateu o recorde mundial nos 50m livre, foi bicampeão geral do World Series 2018 e conquistou sete medalhas no Parapan-Pacifico, na Austrália.
Parabadminton - Vítor Tavares (Paraná)
Classe: SS6
Vitor tem nanismo e conheceu o parabadminton por meio de um projeto na escola em que estudou. Em 2016, começou a disputar torneios nacionais e internacionais e se tornou destaque na modalidade, quando passou a ser convocado frequentemente para a Seleção Brasileira. Hoje, é o número sete do mundo e foi campeão em todas as provas que participou na temporada.
Parataekwondo - Débora Menezes
Classe: K44
Nasceu com deficiência congênita no braço direito. Em 2013, foi convidada pela faculdade em que estudava para conhecer o taekwondo e se identificou com a modalidade. Este ano, foi campeã brasileira e conquistou quatro medalhas em competições internacionais, sendo duas de prata e duas de bronze.
Remo - Diana Barcelos e Jairo Klug (2 atletas)
Classe: LTA
Diana Barcelos (Rio de Janeiro): Amputada de perna, Diana iniciou no remo em 2016. Em sua trajetória recente conquistou vários resultados nacionais e internacionais expressivos. Em 2018, junto com sua dupla, Jairo Klug, foi campeã mundial no barco PR3 Mix2x.
Jairo Klug (São Paulo): Um acidente de moto o fez perder os movimentos dos dedos e de extensão de punho da mão esquerda. O atleta remava havia mais de dez anos e chegou a disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. Em 2012, ingressou no remo adaptado. Neste ano, com Diana Oliveira, foi campeão mundial no barco PR3 Mix2x.
Rugby em CR - José Raul Schoeller (Santa Catarina)
Classe: 0.5
Ficou tetraplégico em 2007, vítima de um acidente de carro. Conheceu o rugby em cadeira de rodas durante a sua recuperação. Em 2011, recebeu o primeiro convite para participar da Seleção Brasileira. Em 2018, foi campeão e o melhor atleta da sua classe na Copa Brasil. Com a Seleção Brasileira foi prata no Four Nations Cup, na Alemanha.
Tênis de mesa - Cátia Oliveira (São Paulo)
Classe: 2
Em outubro de 2007, aos 16 anos, Cátia sofreu um acidente de carro e ficou tetraplégica. A atleta era jogadora de futebol e, após se recuperar do acidente, conheceu o tênis de mesa através do convite de uma amiga. Desde então, se dedica a modalidade. Em 2018, a mesatenista conquistou a medalha de prata no Mundial na Eslovênia, o melhor resultado da história da modalidade em mundiais.
Tênis em CR - Ymanitu Geon (Santa Catarina)
Classe: Quad
Ymanitu sofreu um acidente de carro em 2007 e ficou tetraplégico. Durante a reabilitação conheceu o tênis em cadeira de rodas e passou a se dedicar profissionalmente. Em 2018, foi campeão do Israel Open e Beer Sheba Open. Atualmente, é o oitavo do ranking mundial de simples, com vitórias em 26 partidas de 36 que disputou no ano.
Tiro com arco - Jane Karla (Goiás)
Classe: ARW2
Teve poliomielite aos três anos, o que prejudicou seus movimentos das pernas. Iniciou a carreira como atleta do tênis de mesa e, em 2014, conheceu o tiro com arco. Em 2015, passou a se dedicar somente à modalidade. Em 2018, conquistou o ouro no Parapan-Americano da Colômbia e é a atual segunda colocada no ranking mundial.
Tiro esportivo - Geraldo von Rosenthal (Rio Grande do Sul)
Classe: SH1 e SH2
Desde criança tem gosto pelo tiro esportivo. Começou a praticar a modalidade profissionalmente em 2007, após convite de um amigo. A partir de então, conquistou várias medalhas nacionais e internacionais. Em 2018, conquistou as medalhas de prata nas Copas do Mundo do Emirados Árabes e França. Além de ter liderado o ranking nacional nas provas de pistola sport, livre e standard.
Triatlo - Jessica Ferreira (São Paulo)
Classe: PTWC
Perdeu o movimento das pernas depois de sofrer um acidente de carro. Logo após sua recuperação conheceu o ciclismo e obteve rápido destaque. Começou no triatlo em 2017 e se encontrou no esporte. Em 2018, conquistou o ouro na Copa do Mundo dos Estados Unidos e o bronze na Copa do Mundo da Espanha.
Voleibol sentado - Wescley Oliveira (Rio de Janeiro)
Classe: Meio de rede
Foi vítima de atropelamento e teve a perna esquerda amputada aos 16 anos. Em 2003, descobriu o vôlei sentado e começou a praticar a modalidade. Este ano, conquistou o bronze com a Seleção Brasileira no Mundial na Holanda, sendo eleito o melhor atleta da competição.
SERVIÇO
Prêmio Paralímpicos 2018
Data: 12 de dezembro
Horário: 18h30 (coquetel) e 20h (cerimônia)
Local: CT Paralímpico Brasileiro - Rodovia dos Imigrantes, Km 11,5 - ao lado do São Paulo Expo
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro