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Geral

25/11/2015 20h44

Briefing Internacional

Plano de segurança dos Jogos Rio 2016 é apresentado a autoridades estrangeiras

Abertura do evento, nesta quarta, contou com representantes de 78 países. Olimpíada do ano que vem será a primeira a ter um centro de operações específico para combate ao terrorismo

Autoridades de 78 países, além de representantes das cidades-sede do futebol (Brasília, Belo Horizonte, Manaus, São Paulo e Salvador), estão no Rio de Janeiro para conhecer os detalhes do plano de segurança dos Jogos Olímpicos de 2016. Articulado com dezenas de instituições federais, estaduais e municipais, além de parceiros privados, o plano de ações está sendo apresentado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (SESGE/MJ) durante o Briefing Internacional de Segurança para os Jogos Rio 2016, cuja abertura foi realizada nesta quarta-feira (25.11), na capital fluminense.

Embora o Briefing já estivesse marcado antes dos atentados que atingiram Paris, o Secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, frisou que pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos será criado um centro de operações específico para combate ao terrorismo, o Centro Integrado Antiterrorismo (Ciant), que será coordenado pela Polícia Federal (PF).

“Ninguém pode ficar indiferente a esses atos bárbaros que aconteceram recentemente em Paris. Sobre enfretamento ao terror, reafirmo o compromisso que o Brasil tem de seguir focado na adoção das melhores práticas, na utilização das ferramentas disponíveis, na cooperação internacional, na capacitação dos nossos profissionais, para que a gente tenha essa boa possibilidade de resposta no combate ao terrorismo. Convidaremos policiais de diversos países para virem para cá pra tratar especificamente de combate ao terrorismo, para que tenhamos mais essa ferramenta de troca de dados”, disse Andrei.

» Para o Brasil, cooperação internacional é a chave para as ações contra o terrorismo nos Jogos Rio 2016

O secretário extraordinário afirmou ainda que o Brasil tem expandido a cooperação internacional, por meio de um programa de observadores, enviando agentes para alguns dos principais eventos esportivos do mundo, como a Maratona de Boston e o Mundial de Atletismo, e que um adido brasileiro na França acompanha os desdobramentos e as ações decorrentes dos atentados.

Andrei Rodrigues também garantiu que a isenção de vistos para turistas não terá impacto na segurança dos Jogos. “Essa questão tem um foco específico na atração do turismo e não traz nenhum impacto negativo para a segurança por várias razões. Não é uma liberação para todo e qualquer país, depende de regulamentação, e nós temos, além da questão do visto, um controle que regularmente é feito pelas demais ferramentas de controle de imigração. Na Copa tivemos várias situações envolvendo torcedores argentinos, por exemplo, que é um país que não precisa de vistos para vir ao Brasil, que foram barrados na nossa fronteira”, explicou.    

Além desses temas, o evento, que será encerrado nesta quinta-feira (26.11), aborda questões como segurança nas instalações olímpicas, operações aeroportuárias e policiamento ostensivo em pontos estratégicos. Elaborado em conjunto pelos Ministérios da Justiça, Defesa e pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI) para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos serve como fundamento para a elaboração do Plano Tático Integrado (PTI), que leva à minúcia o planejamento da atuação conjunta de cada uma das instituições envolvidas, e está sendo elaborado na COESRIO2016 (Comissão Estadual de Segurança Púbica e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016).

Para os Jogos Rio 2016, um contingente estimado em mais de 85 mil homens – sendo 47 mil de segurança, defesa civil e ordenamento urbano e 38 mil das Forças Armadas – está sendo preparado para garantir a segurança no maior evento já realizado na América do Sul.

“É um plano construído pelos governos federal, estadual e municipal, e este exercício e essa construção vêm sendo feitos desde o Pan de 2007, passando pelos Jogos Mundiais Militares, Rio+20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo. Esses eventos deixaram para todos os níveis de governo no Brasil e especialmente no Rio uma expertise muito grande, um aprendizado muito grande, e sobretudo uma integração que hoje o Rio de Janeiro tem”, disse o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Beltrame.

Investimento

O investimento do Ministério da Justiça para os Jogos Rio 2016 é de cerca de R$ 350 milhões, sendo que R$ 100 milhões foram empregados na compra de equipamentos de proteção individual, ferramentas de treinamento e reforço dos ambientes de capacitação das forças de segurança. Esse valor se soma ao R$ 1,1 bilhão investido para a Copa do Mundo, cujo legado está sendo aproveitado para as Olimpíadas e Paralimpíadas, como os Centros de Comando e Controle (fixos e móveis) e as Plataformas de Observação Elevada.

Entre os novos investimentos, também com foco no legado, estão quatro balões estacionários (já entregues à Polícia Militar e à Guarda Municipal), equipamentos móveis com câmeras de alta definição que foram adquiridos para os Jogos e que passarão informações em tempo real para os centros de comando. Os equipamentos ficarão no Rio de Janeiro para uso dos agentes de segurança do estado e do município.

Até os Jogos, serão abertas cerca de 30 mil vagas para treinamentos específicos de agentes de segurança para grandes eventos. Cerca de 6300 foram ofertadas até novembro em 140 turmas que incluíram representantes de entidades municipais, estaduais e federais. 

Integração

O legado de integração entre os diferentes níveis de governo e as diversas instituições ligadas à segurança pública em grandes eventos foi destacado pelo Secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, no entanto, mostrou preocupação com a integração de órgãos públicos, principalmente nas fronteiras. De acordo com ele, um levantamento do TCU mostrou que em 68% das secretarias estaduais de segurança pública não há troca de informações. Nardes afirmou que a função do relatório é apontar gargalos existentes para que estes sejam corrigidos.

“Nós brasileiros temos que ter orgulho do que temos feitos e dos bons resultados que o Brasil tem atingido na segurança de grandes eventos. Isso nos transforma em referência internacional para grandes eventos. Ao contrário do que se possa imaginar, isso não é motivo de tranquilidade para nós, isso nos traz estímulo pelo reconhecimento que temos, mas nos traz a responsabilidade de termos um serviço de cada vez mais qualidade prestado ao país. Todos estamos buscando incessantemente essa melhoria no nossos serviços. Estamos trabalhando duríssimo, no limite dos nossos esforços, para que tenhamos Jogos com segurança”, encerrou Andrei Rodrigues. 

Mateus Baeta - brasil2016.gov.br