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Atletismo paralímpico

09/06/2019 18h02

Atletismo paraolímpico

Petrúcio bate recorde mundial no encerramento do Circuito Caixa de Atletismo

Em São Paulo, brasileiro baixou sua própria marca nos 200m da classe T47. O paraibano, de 21 anos, cravou o tempo de 21s10 na prova

O brasileiro Petrúcio Ferreira quebrou, neste domingo (09.06), o recorde mundial dos 200m, classe T47, para amputados de braço. O paraibano de 21 anos registrou 21s10 no último dia da primeira etapa nacional do Circuito Brasil Loterias Caixa de Atletismo, disputado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, um dos legados dos Jogos Rio 2016. Com três anos de operação, o CT recebeu, do antigo Ministério do Esporte, um investimento de R$ 187 milhões, sendo R$ 167 milhões na construção e outros R$ 20 milhões em equipagem.

A competição deste fim de semana terminou com quatro recordes mundiais batidos, além de dez novas marcas das Américas e 20 recordes brasileiros. Ao cruzar a linha de chegada, Petrúcio diminuiu em sete centésimos a melhor marca da história da prova. O tempo anterior era de 21s17 e foi registrado por ele próprio, no Grand Prix de Berlim, na Alemanha, em julho do ano passado. O atleta é o atual campeão mundial da prova, que não estará no programa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

#PraCegoVer: O velocista Petrúcio Ferreira faz pose e comemora após ter batido o recorde mundial dos 200m da classe T47 no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo
Petrúcio Ferreira: paraibano baixo em 7 centésimos sua própria marca nos 200m da classe T47. Foto: Wagner Carmo/CPB/Exemplus
"Consigo fazer uma corrida muito boa nos 100m, mas não se compara com o que sinto nos 200m"
Petrúcio Ferreira, velocista paralímpico

"Não há prova melhor de se correr do que os 200m. Consigo fazer uma corrida muito boa nos 100m, mas não se compara com o que sinto nos 200m. Vim para São Paulo com esse objetivo, pois fazia tempo que não me inscrevia nesta distância. Precisava matar a ansiedade e não há forma melhor do que fazer isso do que quebrar o recorde mundial da prova", disse Petrúcio, que perdeu parte do braço esquerdo quando criança, em uma máquina de moer capim.

No sábado (08.06), a santista Beth Gomes, no lançamento de disco e no arremesso de peso, classe F52, e o paulista André Rocha, no arremesso de peso, classe F53, também quebraram recordes mundiais em suas provas de campo.

Os atletas agora voltam o foco de seus treinos para a disputa dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, de 23 de agosto a 1º de setembro, e para o Mundial da modalidade, realizado entre 7 e 15 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Para os que ainda não atingiram os índices classificatórios para essas competições, ainda há outras chances. No próximo domingo (16.06), será disputado o Desafio CPB/CBAt, que encerrará o prazo de validação de marcas para o Parapan de Lima. A segunda etapa nacional do Circuito Brasil Loterias Caixa de Atletismo será nos dias 10 e 11 de agosto, no CT Paralímpico, em São Paulo. Já a terceira fase nacional receberá a denominação de Campeonato Brasileiro e está programada para ocorrer nos dias 28 a 29 de setembro, também no CT. Essa competição fecha o período de classificação ao Mundial.

Os atletas que disputarão as etapas nacionais do Circuito alcançaram, nas fases regionais, os índices classificatórios estabelecidos pelo Departamento Técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Ao todo, foram realizados quatro estágios: São Paulo, no CT Paralímpico, em fevereiro; Norte-Nordeste, em João Pessoa (PB), em março; Centro-Leste, em Uberlândia (MG); e Rio-Sul, em Curitiba (PR), em abril.

#PraCegoVer: O velocista paralímpico Petrúcio Ferreira corre em uma prova sendo acompanhado por outros dois atletas, cada um correndo em um dos lados de Petrúcio
Campeão nas Paralimpíadas Rio 2016 nos 100m da classe T47, Petrúcio é esperança de medalhas para o Brasil no Parapan de Lima 2019 e no Mundial de Doha deste ano. Foto: Wagner Carmo/CPB/Exemplus

Bolsa Atleta

O Bolsa Atleta é maior programa de patrocínio individual a atletas do mundo e já concedeu, desde 2005, 63,3 mil bolsas para 26,5 mil atletas, fruto de um investimento que supera a marca de R$ 1,1 bilhão. Do total, 14.120 bolsas foram destinadas a atletas paralímpicos, num investimento de R$ 197,5 milhões.
Atualmente, 6.199 atletas, entre todas as categorias, estão contemplados pelo Bolsa Atleta. Desses, 1.326 são de modalidades paralímpicas. Já a Bolsa Pódio, categoria mais alta do programa, beneficia este ano 277 atletas, dos quais 147 são paralímpicos.

O programa é um forte aliado na busca por pódios e recordes mundiais no esporte paraolímpico do Brasil. Prova disso é que 90,6%, ou 262 dos 289 atletas convocados para as Paralimpíadas Rio 2016 eram apoiados pelo Bolsa Atleta. Todas as 72 medalhas conquistadas na capital fluminense nos Jogos Paralímpicos vieram de atletas bolsistas do governo federal

Em Campeonatos Mundiais a história se repete. Em 2018, os atletas paraolímpicos beneficiados pelo programa conquistaram 19 medalhas campeonatos mundiais de diversas modalidades.

O Governo Federal também está atento a modalidades que não fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos. Este ano, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania celebrou um convênio com a Confederação Brasileira de Surdos para a realização das Surdolimpíadas do Brasil em 2019. A competição será realizada entre os dias 20 e 30 de junho, em Pará de Minas (MG), distante uma hora de Belo Horizonte, e contará com disputas nas seguintes modalidades: atletismo, badminton, basquete, futebol, handebol, judô, karatê, natação, tênis de mesa, vôlei, vôlei de praia e xadrez.

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