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27/04/2015 18h01

Parque Olímpico Rio 2016 ganha maquete tátil no marco de 500 dias para os Jogos Paraolímpicos

Maquete permitirá que deficientes visuais possam compreender, pelo tato, como será o coração dos Jogos Rio 2016

Para comemorar o marco de 500 dias para os Jogos Paraolímpicos de 2016 (celebrado no domingo, 26.04), a Prefeitura do Rio lançou, nesta segunda-feira (27.04), no Instituto Benjamin Constant (IBC) – tradicional instituição de ensino para deficientes visuais –, a maquete oficial da instalação que é considerada o coração dos Jogos de 2016: o Parque Olímpico.

A maquete tem área de 1,3 metro quadrado, enquanto o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados. A escala utilizada é de 1 para 750. O Parque Olímpico, cujas obras são realizadas pela Prefeitura do Rio, por meio da RioUrbe e da Empresa Olímpica Municipal (EOM), receberá disputas de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas.

Estão representados na obra, que tem formato triangular, como o terreno do Parque Olímpico, as nove arenas esportivas (Arenas Cariocas 1, 2 e 3, Arena do Futuro, Estádio Aquático, Centro de Tênis, Velódromo, Parque Aquático Maria Lenk e Arena Rio), o Centro Principal de Imprensa (MPC), o Centro Internacional de Transmissão (IBC), o hotel e o Live Site. Para ajudar na localização do terreno também foram representados elementos do entorno imediato, como a Lagoa de Jacarepaguá, a Avenida Embaixador Abelardo Bueno e estações de BRT.

EOM divulgação
EOM divulgação#O Parque Olímpico, em obras
O Parque Olímpico, em obras

EOM divulgação
EOM divulgação#E a maquete tátil
E a maquete tátil

O principal diferencial da maquete tátil, que foi feita em dois meses, é permitir a percepção espacial do Parque Olímpico por deficientes visuais. Através do toque é possível compreender o espaço do Parque, os locais onde acontecem as práticas esportivas e gerar mentalmente uma imagem.

“Com a maquete, o público poderá conhecer o Parque Olímpico em uma versão fiel reduzida, real e não virtual. Maquete é lúdica, atinge criança, adulto, todo mundo. E no caso de uma maquete tátil, mais ainda, pois inclui os deficientes visuais, que conseguirão sentir o Parque pelo tato, perceber a Via Olímpica, as ruas, a lagoa, a vegetação, os volumes...”, afirma Joaquim Monteiro, presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM).

A ideia de desenvolver a maquete surgiu após uma visita de deficientes visuais às obras do Parque Olímpico quando identificou-se a dificuldade do grupo em entender como é o Parque. Para viabilizar a maquete foi feita uma parceria com a Concessionária Rio Mais, responsável por parte das obras do Parque Olímpico.

Em 2007, o arquiteto Flávio Papi, dono da Papi Maquetes, criou para os Jogos Pan-Americanos uma maquete do Maracanã para estudo da cerimônia de abertura. Mas uma maquete tátil tem peculiaridades. “Uma maquete comum normalmente é muito delicada, pois tem uma capa protetora de acrílico. Já uma maquete tátil precisa ser mais resistente, pois é aberta e será tocada constantemente. São pequenas alterações não perceptíveis visualmente, mas que fazem a diferença. Os materiais utilizados são mais resistentes. As estruturas, por exemplo, não são coladas, e sim aparafusadas na base por baixo”, explica Papi.

A base da maquete é de madeira e MDF, os prédios e instalações olímpicas foram feitos em acrílico, chapa de PVC e madeira também. Na maquete é possível perceber diversas texturas para que haja o reconhecimento tátil dos diferentes elementos dos pisos, fachadas, vegetações, como por exemplo, a lisa (com tinta de verniz) usada no espelho d’água da Lagoa de Jacarepaguá, a lisa usada no asfalto e no cimento e a áspera, usada na área verde.

Para representar as árvores e arbustos, Papi e sua equipe utilizaram miçangas de tamanhos diferentes e esferas pequenas de plástico, que foram presas com pequenos pregos e alfinetes. A principal preocupação foi usar um material resistente e ao mesmo tempo seguro ao toque e não deixar pontas que pudessem machucar os deficientes visuais. Pensando nisso, alguns elementos foram eliminados, tais como a representação das pessoas e dos postes da maquete, que seriam muito finos e pontiagudos.

Já outros elementos tiveram sua espessura aumentada para possibilitar o reconhecimento ao toque, como marcações das quadras, corrimãos e as estruturas das coberturas do Estádio Aquático, Parque Aquático Maria Lenk e Velódromo. A questão da resistência também foi considerada no acabamento com o uso de tinta de pintura de piso em vez de tinta látex comum usada para pintar paredes. Outro recurso de acessibilidade da maquete são as placas de identificação das instalações e demais elementos do Parque Olímpico em Braille (em inglês e português), o sistema de leitura pelo tato, para deficientes visuais.

Deficiente visual desde os 5 anos e campeão brasileiro de futebol de cinco, Marcos Lima, da equipe do Comitê Rio 2016, contribuiu durante a execução do projeto para garantir que a maquete fosse adequada às necessidades dos deficientes visuais. “A nossa ideia é possibilitar que a pessoa com deficiência visual toque e sinta não apenas a posição de cada arena, mas também sua forma e construção. Eu, particularmente, amo maquete e miniaturas, tenho uma coleção em casa, pois é a forma como eu consigo ver o mundo. Esta maquete está mudando a minha forma de ver o Parque Olímpico e isso não é só pra mim. A gente espera que seja para todos os NPCs e NOCs (Comitês Paralímpicos e Olímpicos Nacionais) que vão visitar o Parque Olímpico durante sua construção e, principalmente, todos os cariocas, brasileiros e estrangeiros que vão estar no Parque Olímpico durante os Jogos”, comemora Marcos Lima.

A partir de hoje, a maquete ficará exposta por um mês no Instituto Benjamin Constant, aberta à visita do público. João Ricardo Figueiredo, diretor-geral do Instituto, destaca a importância dessa iniciativa para os deficientes visuais. “A oportunidade de termos uma maquete tão representativa do evento mostra a importância e o respeito dos organizadores dos Jogos com as pessoas com deficiência visual, garantindo que a festa dos Jogos de 2016 seja realmente para todos. Desta forma, a inclusão sai da teoria acadêmica e ganha a sociedade, uma inclusão verdadeiramente social. A abertura ao público desta maquete no Instituto Benjamin Constant fortalece o compromisso desta Instituição com as pessoas com deficiência visual, buscando e conquistando, há 160 anos, seus espaços dentro da sociedade brasileira”.

Depois do período de exposição no Instituto Benjamin Constant e antes de ser transferida para a sede da Empresa Olímpica Municipal e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, onde será atração junto às marcas olímpica e paraolímpica, a maquete será apresentada aos alunos das três unidades dos Ginásios Experimentais Olímpicos (GEOs) –  Felix Mielli Venerando, no Caju; Dr. Sócrates, em Pedra de Guaratiba; e Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa.

 Parque Olímpico

Ocupará uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, onde ocorrerão disputas de 16 modalidades olímpicas (basquete, ciclismo de pista, ginástica artística, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, handebol, judô, luta greco-romana, luta livre, nado sincronizado, natação, polo aquático, saltos ornamentais, taekwondo, esgrima e tênis) e nove paralímpicas (basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de 5, golbol, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas).

O projeto prevê que, até 2030, equipamentos esportivos e novos empreendimentos formarão um novo bairro residencial – de tamanho equivalente ao bairro do Leme –, que será referência para a cidade. Será um bairro com novos componentes de eficiência energética, sustentabilidade e acessibilidade. Atendido por duas das novas linhas de BRT, a Transolímpica e a Transcarioca, o Parque Olímpico será um bairro aberto, ao contrário da maioria dos condomínios da Barra da Tijuca.

O Parque Olímpico também será o local do principal legado esportivo dos Jogos Rio 2016: o Centro Olímpico de Treinamento (COT), voltado para atletas de alto rendimento. Confira as modalidades paralímpicas que serão disputadas em cada instalação esportiva do Parque Olímpico:

» Arena Carioca 1

Modalidades: basquete em cadeira de rodas e rúgbi em cadeira de rodas

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EOM divulgação#As Arenas Cariocas
As Arenas Cariocas

» Arena Carioca 2

Modalidade: bocha paralímpica

» Arena Carioca 3
Modalidade: judô paralímpico

» Centro de Tênis
Modalidades: tênis em cadeira de rodas e futebol de 5

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» Velódromo
Modalidade: paraciclismo de pista

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» Arena do Futuro
Modalidade: golbol

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» Estádio Aquático
Modalidade: natação paralímpica

» Arena Rio
Modalidade: basquete em cadeira de rodas

Fonte: Empresa Olímpica Municipal