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Toronto 2015

06/08/2015 14h43

Toronto 2015

Parapan será o último grande teste da natação para o Rio 2016

Modalidade teve campanha histórica no Mundial de Glasgow, com 23 medalhas. No Canadá, o objetivo do multimedalhista Daniel Dias é avaliar a sua preparação para os Jogos Paralímpicos

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Se o retrospecto prevalecer durante os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, o nadador Daniel Dias não tem com o que se preocupar. Dono da incrível marca de 19 medalhas de ouro na competição, sendo oito no Rio-2007 e 11 em Guadalajara-2011, o brasileiro chega ao Canadá embalado ainda pela vitoriosa campanha no Mundial Paralímpico da modalidade, realizado no mês passado em Glasgow, na Escócia, quando o atleta foi responsável por oito (seis individuais e duas em revezamentos) das 23 medalhas conquistadas pelo Brasil, em uma campanha histórica da delegação.

Tanto no Mundial quanto no Parapan, o foco do multimedalhista é a preparação para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. "O Mundial já foi um grande teste para a gente avaliar o trabalho e também olhar os adversários, como está a preparação deles, e aqui não vai ser diferente. Depois dessas duas competições, vou sentar com a comissão técnica, analisar o que foi feito, o que dá para melhorar ainda mais para chegar muito bem no Rio", adiantou o atleta, que nesta quinta-feira (06.08) participou de uma coletiva de imprensa ao lado do norte-americano Jarryd Wallace, ouro no atletismo em Guadalajara (100m T44), e da canadense Cindy Ouellet, campeã mundial no basquete em cadeira de rodas.

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Foto: Leandra Benjamin/CPB/MPIX

Com duas provas cortadas pela organização do evento, Daniel teve de reduzir o número de vezes em que cairá na água em Toronto. O brasileiro está escalado para oito disputas: 50m, 100m e 200m livre, 50m costas, 50m borboleta, 4x50m misto, 4x100m medley e 4x100m livre. Diante da expectativa de mais ouros, o nadador garantiu que não encara o Parapan como uma competição fácil. "Conquistar 11 medalhas em Guadalajara não foi nada fácil. Tive que nadar 22 vezes, nas eliminatórias e nas finais, e treinar muito para isso acontecer. Eu me dedico muito, treino para representar bem o meu país", contou.

A natação brasileira conta com 40 atletas em Toronto. Além de Daniel Dias, a modalidade tem outros representantes com muitas conquistas em Jogos Parapan-Americanos, Jogos Paralímpicos e Mundiais na bagagem, como André Brasil, Clodoaldo Silva, Edênia Garcia, Phelipe Rodrigues e Susana Schnarndorf. As disputas no centro aquático terão início no próximo sábado (8).

Preparação para 2016

André Brasil nadará cinco provas individuais e dois revezamentos. "No Mundial eu estava voltando de lesão e não sabia o que ia acontecer nos resultados. No Parapan, acho que é a oportunidade de, mais uma vez, disputar com bons atletas e tentar fazer o meu melhor", comentou. O nadador, que levou três medalhas de ouro e uma de prata em provas individuais, além de uma prata no revezamento 4x100m livre, no Mundial da Escócia, também compete na expectativa pelos Jogos de 2016. "A gente está se aproximando da marca de um ano para os Jogos Paralímpicos (7 de setembro) e a gente espera que o Rio e o Brasil se inflem com essa chama de um grande evento, uma festa bacana no nosso país, e que nós tenhamos casa lotada todos os dias", desejou.


Para o técnico da seleção de natação, Leonardo Tomasello, o Parapan de Toronto será importante para testar possíveis ajustes após os resultados de Glasgow. "É uma oportunidade que a equipe tem de competir em uma estrutura excelente, com bons adversários e, a um ano dos Jogos, consolidar uma marca que já tenha feito no Mundial ou ajustar algum detalhe que faltou ou prova que não foi nadada como previsto", explicou.

Mesmo com um número menor de países participantes, Tomasello destaca que os brasileiros enfrentarão importantes rivais na piscina de Toronto. "Muitos dos nossos atletas têm nas Américas os seus principais adversários, então terão uma competitividade parecida com a que tiveram no Mundial", avaliou. Após o Parapan, os nadadores brasileiros darão início à busca pelo índice para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. "Ainda não definimos quais serão os critérios do Brasil, que são mais fortes que os do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), mas esse é o próximo passo. Eles vão sair daqui e ter um período, até o meio do ano que vem, para fazer o índice", explicou o treinador.

Maior delegação

Ao todo, o Brasil trouxe para o Canadá 272 atletas e a maior delegação de todo o evento, com 436 pessoas, somando técnicos, coordenadores e equipe médica. A delegação canadense, anfitriã do torneio continental, tem 216 atletas.

"Temos tido grandes investimentos no esporte paralímpico no Brasil. Ser a maior delegação aqui é uma prova disso. Espero que a gente ganhe no quadro de medalhas e o Brasil mostre o valor do esporte paralímpico e que, quando tem investimento grande e pessoas que acreditam, a gente pode chegar muito longe e, quem sabe, atingir o quinto lugar no quadro de medalhas no Rio, no ano que vem", avaliou Daniel Dias, um dos contemplados com a Bolsa Pódio, do governo federal.

Os 40 nadadores brasileiros em Toronto são bolsistas, sendo 23 beneficiados pela Bolsa Pódio e 17 pela Bolsa-Atleta. Nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, em 2011, o Brasil conquistou 197 medalhas, sendo 85 na natação e 60 no atletismo.

Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br