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09/12/2014 10h15

Órgãos de Segurança e Defesa preparam ações para os Jogos Rio 2016

Segundo o coronel Antônio Ruy Costa Júnior, do Ministério da Defesa, há um planejamento estratégico pronto e outros operacionais a serem concluídos antes dos eventos-teste

Maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos reunirão 10.500 atletas, de 204 países, no Rio de Janeiro, em 2016. Além dos competidores, o público também será numeroso – 7,5 milhões de ingressos estarão disponíveis para as competições, que serão realizadas em 33 locais, espalhados por quatro regiões da cidade. Para garantir a proteção das delegações e dos torcedores em um evento desse porte, os órgãos de Segurança e Defesa do país já estão em preparação.

“É um evento altamente complexo, bem mais do que a Copa do Mundo”, compara o coronel Antônio Ruy Costa Júnior, gerente de operações da Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa. Ele esteve presente no Rio de Janeiro na última semana para o seminário “Copa 2014: legados para o Brasil”.

Shutterstock
Shutterstock#O Rio de Janeiro, que já recebeu grandes eventos, se prepara, agora, para o maior desafio de sua história: os Jogos de 2016
O Rio de Janeiro, que já recebeu grandes eventos, se prepara, agora, para o maior desafio de sua história: os Jogos de 2016

Durante o Mundial de futebol, foram mobilizados 59.523 integrantes das Forças Armadas, 116.579 profissionais de segurança e 900 homens da área de inteligência, além de 20 mil seguranças privados nos estádios (confira mais números abaixo).

Para organizar a atuação de todos os profissionais durante os Jogos de 2016, um planejamento estratégico já foi elaborado desde o início deste ano. Além disso, de acordo com o coronel, a preparação operacional e tática terá início em janeiro de 2015 – a tempo de ser concluída antes do início dos eventos-teste, em julho.

Assim, enquanto os atletas e a organização dos Jogos trabalharem para avaliar todas as instalações competitivas nos eventos-testes, a Segurança e a Defesa também colocarão a preparação à prova. Serão 39 eventos-teste para os Jogos Olímpicos e 12 para os Jogos Paraolímpicos.

Veja o que o coronel Antônio Ruy Costa Júnior contou sobre toda a operação para os Jogos Rio 2016.

Davi Fernandes/Divulgação
Davi Fernandes/Divulgação#O coronel Antônio Ruy Costa Júnior (à direita), gerente de operações da Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa
O coronel Antônio Ruy Costa Júnior (à direita), gerente de operações da Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa

Planejamentos

“Na semana passada, reunimos, no Rio de Janeiro, todos os envolvidos das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), incluindo as quatro cidades-sede do futebol olímpico (Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo). Estamos elaborando o planejamento estratégico de emprego conjunto das Forças Armadas. Ele é feito com base no planejamento estratégico de segurança, que já está pronto desde o início deste ano, envolvendo os órgãos de segurança pública, privada e a defesa civil. A partir de janeiro, os comandos subordinados farão seus planejamentos operacionais e táticos para que, no meio do ano, tudo isso já esteja pronto para os eventos-teste das modalidades, quando colocaremos a operação à prova para ver se tudo funciona em sua plenitude.”

Eventos-teste

“Em julho do ano que vem começam os eventos-teste para os Jogos Olímpicos. Para participarmos das competições, nossos planejamentos precisam estar prontos para serem testados, validados e, se for o caso, modificados para atender às necessidades de cada instalação olímpica. A intenção do Comitê Organizador é testar todas as instalações esportivas e nós testaremos a parte de segurança.”

Copa do Mundo x Jogos Olímpicos

“A Copa tinha uma única instalação. No Rio de Janeiro, teremos muitos pontos recebendo diversas competições simultaneamente. Na Copa era um jogo único e depois demorava cerca de três dias para ter outra partida, em outra cidade. Em 2016, faremos uma operação de 17 dias nos Jogos Olímpicos e, depois, de 12 dias nos Jogos Paraolímpicos, em quatro regiões da cidade, paralela à vida cotidiana do Rio de Janeiro. É um evento altamente complexo, bem mais do que a Copa do Mundo.”

Inspeção

“Ao redor de cada instalação, é estabelecido um perímetro de segurança. Somente poderão entrar nessa área as pessoas credenciadas ou com ingressos. Elas passarão por uma checagem de mochilas e bolsas. O ambiente é fechado e capacitado para realizar um evento, sendo provado que está limpo de qualquer artefato explosivo, químico, biológico, radiológico ou nuclear. Após essa entrega da área limpa, ela precisa ser mantida assim. Então, quem entrar precisará ser inspecionado.”

Protocolos de segurança

“Talvez o maior temor que exista em um grande evento é de um atentado terrorista. A coordenação desse caso seria com o Exército Brasileiro, que delega ao comando de operações especiais, ou seja, a tropas especializadas e treinadas para isso e que vão coordenar o trabalho. A operação é realizada por diversas frentes, como Polícia Federal, Militar, Civil, Guarda Municipal, Comissão Nacional de Energia Nuclear... São muitos participantes coordenados pelo comando de operações especiais e que seguem protocolos. Por exemplo, se alguém esquecer uma mochila na arquibancada do Maracanãzinho, existirá um protocolo a ser seguido, um documento previamente assinado por todos, que diz quem faz o quê, quando e onde. A ação tem que ser rápida.”



Ana Cláudia Felizola – Portal Brasil 2016