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Tenis de mesa paralímpico

16/09/2016 21h52

Tênis de mesa

Bronze escapa no estranhamento de estilos no tênis de mesa

Equipe brasileira da Classe 3 teve muita dificuldade para entender as bolas de um dos adversários da Tailândia, e acabou fora do pódio. Neste sábado o país tem mais duas chances de medalha

A primeira das três chances do Brasil de conquistar um bronze na disputa por equipes do tênis de mesa paralímpico deixou um gosto amargo no time composto por Welder Knaf e David Freitas. Diante da equipe da Tailândia no duelo válido pelo pódio da Classe 3, os brasileiros fizeram um jogo de duplas muito equilibrado e levaram o confronto ao tiebreak, mas acabaram superados por 3 sets a 2, com um 11 x 9 na parcial decisiva.

"Um dos tailandeses a gente já conhecia do circuito internacional. Já havíamos ganhado dele, mas o outro a gente não conhecia e nos surpreendeu. Nós nos deparamos com uma situação desconfortável", afirmou Freitas, em referência ao estilo de jogo de Yuttajak Glinbancheun, que mostrou um misto de consistência nas trocas de bolas e golpes rápidos, de finalização forte, não muito comuns nos jogos entre cadeirantes. "É um estilo parecido com o da Coreia do Sul, que a gente enfrentou nas quartas de final, mas com a diferença de que eles tinham algumas bolas muito rápidas", descreveu Welder Knaf.

David e Welder bateram na trave e ficaram com a quarta posição na disputa por equipe da Classe 3. Foto: ITTF

Numa disputa por equipes no tênis de mesa paralímpico, o jogo de duplas tem função estratégica. O confronto inteiro entre os países é em melhor de três. O jogo de duplas é o primeiro. Assim, quem sai com a vantagem fica a uma vitória nas partidas individuais. "A verdade é que no finzinho do jogo a gente errou bolas que não pode, de jeito nenhum, nesse nível de competitividade. A dupla é fundamental porque você fica, depois, com dois tiros para acertar um só", comparou Knaf.

"Um pouco desconfortável? Se eu estivesse só um pouco seria bom. Eu nunca tinha visto esse jogador no circuito. Tentei mudar alguma coisa no segundo set, mas ele estava sempre confortável na mesa. Até cheguei para o técnico e falei que não tinha mais recursos para imaginar"
Welder Knaf

A necessidade de acertar os dois tiros seguintes, contudo, esbarrou em um estranhamento ainda mais evidente entre Knaf e Glinbancheun. O tailandês, que terminou a competição de simples no Rio em nono, criou muitos problemas para o brasileiro, que reconheceu que em alguns instantes não sabia nem a que estratégia recorrer para reverter a vantagem do adversário, que venceu os dois primeiros sets por contundentes 11 x 2 e 11 x 2.

"Um pouco desconfortável? Se eu estivesse só um pouco seria bom. Eu nunca tinha visto esse jogador no circuito. Tentei mudar alguma coisa no segundo set, mas ele estava sempre confortável na mesa. Até cheguei para o técnico e falei que não tinha mais recursos para imaginar. Mesmo no terceiro set, fazendo mais pontos, vi que eram apenas circunstâncias. Não consegui mesmo jogar. Tem hora que a gente tem de ser realista", lamentou Knaf. "Fico muito triste. É um momento de decepção", definiu o atleta brasileiro. A terceira parcial terminou em 11 x 7.

Com isso, a Tailândia fechou a disputa em 2 x 0 e ficou com o bronze. O time brasileiro terminou na quarta posição. Na disputa do ouro, muito equilíbrio até o último set da terceira partida do duelo entre Alemanha e China. No fim, melhor para os chineses Ping Zhao e Panfeng Feng, que superaram o time com Thomas Schmidberger e Thomas Bruchle por 2 x 1.

Outras duas chances

Neste sábado (17.09), último dia de competições do tênis de mesa paralímpico, o Brasil tem mais duas chances de sair com medalhas de bronze. Nas classes 6 a 10 feminina, para "andantes", Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos encaram a equipe da Austrália, a partir das 12h. A final reúne Polônia e China. Nas Classes 1 e 2 masculina, para cadeirantes com alto grau de dificuldade de mobilidade, Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloísio Lima encaram a equipe da Eslováquia, a partir das 16h30. A final da categoria será disputa entre França e Coreia do Sul.

Tênis de Mesa- Jogos Paralímpicos Rio 2016 - 16.09.2016  

Independentemente dos resultados deste sábado, a campanha do tênis de mesa brasileiro no Rio já é a melhor da história do país na modalidade. Até o Rio, a única medalha nacional havia sido conquistada por Welder Knaf e Luiz Algacir, na disputa por equipes em Pequim, 2008. Uma prata. No Rio, a bandeira brasileira já foi hasteada duas vezes: primeiro com Israel Stroh, prata na Classe 7, e depois com Bruna Alexandre, bronze na Classe 10.

Gustavo Cunha, brasil2016.gov.br