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Ciclismo mbt

20/08/2016 20h40

Deodoro

No último esporte a estrear no Rio, sueca fica com o ouro e sobe ao pódio com as amigas no mountain bike

Disputa acirrada na trilha e amizade fora dela: Jenny Rissveds vence os 29,67km da prova. Brasileira Raiza Goulão chega em vigésimo

Em seu penúltimo dia, os Jogos Olímpicos Rio 2016 ainda tinham esporte estreando. O palco foi o Parque Radical de Deodoro, onde 29 atletas pedalaram sob um forte calor na trilha para a disputa da prova feminina de ciclismo - mountain bike. Sucesso de público, a competição consistia em seis voltas no circuito montado especialmente para os Jogos Olímpicos, totalizando 29,67km de pedras, areia, raízes, curvas fechadas e subidas íngremes.

A campeã do dia foi a sueca Jenny Rissveds, que já havia subido ao pódio no evento-teste da modalidade para os Jogos, em outubro de 2015 (leia mais). Com o tempo de 1h30min15s, Rissveds se tornou a mais jovem medalhista da modalidade. Em segundo, a 37 segundos da campeã, a polonesa Maja Wloszczowska igualou a prata que havia conseguido em Pequim-2008 - ela também foi a segunda colocada no evento-teste. O pódio foi completado por Catharine Prendel, do Canadá, que obteve a medalha de número 300 de seu país em Olimpíadas. Raiza Goulão, a única representante brasileira, chegou na 20ª colocação.

Maja, Jenny e Catharine são rivais na trilha, mas nutrem um sentimento de amizade fora das competições. Foto: Getty Images

"Foi uma ótima corrida, certamente. Éramos quatro brigando pela liderança no início e, depois, eu e Maja nos distanciamos do grupo. Tentei manter a calma e deu certo", contou Rissveds, que havia se acidentado dois dias antes da prova de Londres-2012 e viu o pesadelo se repetir poucos dias antes do ouro no Rio. "Tive uma queda boba e levei seis pontos no meu joelho e quatro no meu cotovelo. Estava muito focada nessa prova e esse incidente não me atrapalhou em nada", completou a sueca.

O clima entre as competidoras ao fim da prova mostrou um bastidor difícil de se ver em um ambiente tão competitivo. A polonesa Wloszczowska festejou muito o ouro de Rissveds e fez questão de abraçar fortemente a canadense Prendel ainda na região da chegada. "O mountain bike é especial porque temos uma grande atmosfera. Estou muito feliz com elas. Catharine Prendel e eu competimos juntas há anos. Fui prata em Pequim e ela chegou em quarto. Desta vez, ela está aqui do meu lado", sorriu Wloszczowska. "Todos nesse esporte são amigas. Durante a prova, nós estamos lutando, mas quando acaba, a amizade reina", disse a medalhista de prata.

Para Raiza Goulão, o 20 lugar estava dentro do esperado. "Top 25 era o esperado. Top 15 era o almejado. Por um lado, estou feliz por ter dado o melhor. Por outro, peço desculpas por não ter alcançado uma colocação mais alta", disse Raiza logo após o fim da prova. "A energia do público me ajudou muito. Amanhã mesmo começo um novo trabalho. Quero muito representar o Brasil nas próximas Olimpíadas e trazer um resultado expressivo para a nossa nação", disse.

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Raiza Goulão. Foto: Getty Images

Vibração e curtição

Os espectadores das provas olímpicas de mountain bike são privilegiados. Na trilha, o público pode caminhar por toda a instalação - e até mesmo cruzar a pista em determinados momentos. A interação e os incentivos ocorrem a centímetros das competidoras.

A prova foi, também, a oportunidade que muita gente encontrou para viver a experiência olímpica em uma competição. Mesmo não sendo ciclistas ou entendidos de mountain bike, os irmãos Rachel e Raphael Seba aproveitaram cada momento sob o calor de Deodoro. "É a primeira vez que temos a oportunidade de ver atletas olímpicos de tão perto. O clima está ótimo por aqui. A cidade está segura, o transporte público funcionou muito bem para chegarmos de Duque de Caxias até Deodoro", disse Rachel.

Um outro grupo viajou um pouco mais para chegar ao Parque Radical. Nayara Vieira, Gustavo Soares, Manuela Mamede e Érico Leonardo saíram de Brasília para curtirem o momento histórico do seu esporte favorito. "Como praticantes amadores de mountain bike, viemos para acompanhar de perto e torcer para a brasileira hoje e para os brasileiros amanhã", contou Nayara. "Mas o troféu que quero levar para casa é uma selfie com o Peter Sagan", brincou, citando o atleta eslovaco, que, na estrada, foi campeão por pontos das cinco últimas edições do Tour de France, a mais dura competição do ciclismo. A missão não é impossível: Sagan estava ali por perto, acompanhando e analisando cada metro do percurso.

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Rachel e Raphael (acima à esquerda). Nayara, Gustavo, Manuela e Érico (acima à direita). Embaixo, o eslovaco Peter Sagan. Fotos: Abelardo Mendes Jr/ brasil2016.gov.br

Prova masculina

A prova masculina de mountain bike ocupa a trilha neste domingo (21.08), às 12h30. Os homens percorrerão uma volta a mais que as mulheres (sete no total). Três favoritos despontam na briga pelo ouro: o suíço Nino Schurter, o francês Julien Absalon e o eslovaco ídolo de Nayara. Henrique Avancini e Rubens Valeriano Donizete buscam um pódio inédito para o Brasil.

Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br