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Atletismo

31/03/2016 10h48

BRASIL DE OURO

Marcos Soares e Eduardo Penido: “Meninos do Rio” surpreenderam o mundo em Tallin

Conheça a história dos brasileiros da classe 470 que, com 19 e 20 anos, brilharam nos Jogos de Moscou 1980 e conquistaram a quinta medalha de ouro do Brasil em Olimpíadas

E foi então que, com as águas do Mar Báltico deslizando sob seu barco, Marcos Soares e Eduardo Penido ouviram um estrondo. Algo bem diferente dos apitos que anunciavam a chegada dos outros barcos ao fim das regatas da classe 470 nos Jogos Olímpicos de Moscou 1980. O barulho alto e seco que os dois jovens brasileiros escutaram os fez pensar por um instante que algo extraordinário poderia ter acontecido. Eles estavam certos!

No dia 30 de julho de 1980, no litoral que margeia a cidade de Tallin, capital da Estônia, um lugar distante mais de mil quilômetros de Moscou, o tiro de canhão que chamou a atenção de Marcos e Eduardo anunciou que o barco dos novos campeões olímpicos havia cruzado a linha de chegada. Naquele momento, os dois amigos – que quatro anos antes tinham se juntado para formar uma dupla na classe 470 e que a partir dali passaram a sonhar em defender o país nos Jogos da Rússia – escreveram seus nomes na história do esporte mundial e deram ao Brasil a segunda medalha de ouro da vela, a quinta medalha olímpica dourada da nação.

“Nós só fomos descobrir que tínhamos ganhado quando terminamos a regata. Quando encerramos a última prova, eles deram um tiro de canhão bem forte. Aquilo era diferente do que tínhamos ouvido nas outras regatas. Quando os barcos cruzavam a linha de chegada, eles soavam um apito. Mas quando terminamos aquela prova e ouvimos aquele barulho percebemos que tínhamos ganhado aquele negócio”, lembra Marcos.

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Marcos Soares (à esquerda, de cabelo longo) e Eduardo Penido, com as medalhas conquistadas em Tallin. Foto: Eduardo Penido/arquivo pessoal

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Carioca e nascido em 16 de fevereiro de 1961, Marcos Soares tinha 19 anos à época. Eduardo, também carioca e nascido um ano antes, em 23 de janeiro de 1960, tinha 20. Por terem como protagonistas atletas tão jovens, a conquista do ouro olímpico em Tallin representou um feito raríssimo para a vela da época.

“Éramos muito novos. E a vela, naquele tempo, não era coisa para gente nova. A média de idade dos medalhistas olímpicos era de 30 ou até 40 anos. Então, um cara de 19 anos e outro de 20 ganharem uma medalha de ouro na classe 470 foi uma coisa inesperada. Na verdade, fui o cara mais novo a ganhar uma medalha de ouro olímpica na vela até aquela data. De lá para cá eu não sei”, conta Marcos. Indagado se ele era, então, um prodígio, o campeão olímpico prefere minimizar: “Sou um menino de sorte!”.

Ferry boat

Eduardo Penido diz que ainda tem bem vivas na memória as impressões dos dias que viveu ao lado de Marcos em Tallin durante os Jogos Olímpicos de Moscou 1980. “Tallin é na Estônia, mas fazia parte da União Soviética. Era um lugar fechado. Um regime comunista linha dura. O que me lembro bem é que ninguém podia sair de lá. A Estônia era um país invadido pela Rússia. Os russos estavam no governo, mas tinha o pessoal de lá, os que tinham nascido na Estônia. O pessoal local nunca tinha saído de lá e a segurança e o controle eram rígidos. Eu me lembro que um dia teve uma festa em um navio, que era um ferry boat que fazia a rota para Helsinque. Então, o pessoal local acabou indo para essa festa e lembro que os moradores da Estônia ficaram emocionados pelo simples fato de estarem no navio e na festa. O navio zarpou, deu uma voltinha e voltou. Mas já foi o suficiente para a alegria de todos, porque a maioria nunca nem tinha chegado perto fazer algo como aquilo”, recorda Eduardo.

“Outra coisa que me lembro e que caracteriza como era o forte e organizado o esquema de segurança é que eu um dia fui a uma festa e acabei perdendo o crachá de atleta. Sem perceber que o crachá tinha caído, voltei para a Vila dos Atletas e quando cheguei o chefe da segurança me olhou e me perguntou onde estava o crachá. Eu olhei para a camisa e só aí vi que tinha perdido. Então ele me pediu para esperar e chamou o chefe de equipe. Depois, o segurança me perguntou onde eu estava e onde achava que tinha perdido o crachá. Eu falei e meia hora depois ele voltou com o crachá. A segurança era grande. Mas a gente se divertia com tudo. Éramos dois garotos e tudo estava bom para a gente”, ressalta Penido.

Mundial em Porto Alegre

Em qualquer esporte, importantes competições realizadas no ano olímpico antes dos Jogos servem de parâmetro para que os especialistas tracem o panorama e elejam os favoritos ao pódio na principal competição esportiva do planeta.

Assim, o Mundial da Classe 470, realizado em Porto Alegre meses antes dos Jogos de 1980, não foi nada animador para Marcos e Eduardo ou para os outros brasileiros na disputa. Nenhum barco do país terminou entre os 20 primeiros. Mas aquele resultado não foi algo que desanimou os futuros campeões olímpicos.

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Eduardo (esquerda) e Marcos: tiro de canhão anunciou o ouro na classe 470 nos Jogos de Moscou. Foto: Eduardo Penido/arquivo pessoal

“Nós já tínhamos ganhado o Brasileiro e lá em Porto Alegre tem vento muito forte no verão. Nós estávamos esperando isso. Mas, no Mundial, o vento acabou geral e não estávamos preparados para ventos fracos. Então, fomos muito mal naquela competição em Porto Alegre”, lembra Marcos.

Com as lições do Mundial assimiladas, a dupla traçou a estratégia para velejar em Tallin ciente dos cenários que poderia encontrar. “Não era a primeira vez que a gente tinha ido para Tallin. A gente já conhecia a área e estávamos adaptados. Chegamos um mês antes, com bastante antecedência, e nos preparamos bem”, diz Eduardo. “Nós velejamos em Tallin na Pré-Olímpica, em 1978. Então, já conhecíamos as condições e lá o vento varia muito. Sabíamos que nas Olimpíadas poderíamos ter vento fraco e aí a gente já foi mais preparado para isso”, completa Marcos.

Um ouro após o outro

Para a vela brasileira, os Jogos Olímpicos de Moscou 1980 representaram um marco histórico. Antes daquela edição, Bukhard Cordes e Reinaldo Conrad, na classe flying dutchman, haviam conquistado o bronze nos Jogos do México 1968, feito que marcou a primeira medalha olímpica do país na modalidade. Oito anos depois, em Montreal 1976, Peter Ficker e Reinaldo Conrad repetiram a conquista de bronze na mesma classe. Com isso, o Brasil já contabilizava dois pódios olímpicos quando os Jogos na Rússia começaram. Mas um ouro ainda era um sonho distante.

Até Moscou, uma longa espera de 24 anos por uma nova medalha dourada do Brasil nos Jogos Olímpicos estava em curso. Antes da edição de 1980 dos Jogos Olímpicos, o último brasileiro a protagonizar uma façanha dessa magnitude tinha sido Adhemar Ferreira da Silva, que, após brilhar na edição de Helsinque 1952 no salto triplo, voltou a encantar o mundo na mesma prova em 1956, em Melbourne.

O jejum terminou no dia 29 de julho de 1980, quando os velejadores Lars Bjorkstrom e Alex Welter, da classe tornado, conquistaram, em grande estilo e com uma regata de antecedência em Tallin, a medalha de ouro nos Jogos de Moscou. Naquela data, Lars e Alex se tornaram os primeiros campeões olímpicos da vela brasileira. E, como os sucessores de Adhemar, encheram a nação de orgulho.

O que ninguém imaginava era que a euforia no Brasil pela conquista do ouro olímpico na classe tornado em breve seria reforçada por mais uma façanha, dessa vez na 470. Um dia depois de Lars e Alex terem brilhado em Tallin, Marcos e Eduardo, os “meninos do Rio”, repetiram o feito de Lars e Alex na Estônia. Entretanto, se o caminho dos dois até o topo do pódio olímpico havia sido tranquilo na classe tornado, a trajetória de Soares e Penido foi marcada por fortes momentos de tensão na 470.

Um fim dramático

Desembarcar em Tallin sem a pressão do favoritismo teve ótimo efeito para Marcos Soares e Eduardo Penido. Sem responsabilidade de ter que vencer os Jogos e disputando apenas a primeira Olimpíada da carreira, os dois se soltaram desde o início. E o resultado foi surpreendente.

A dupla começou bem, com dois primeiros lugares nas duas primeiras regatas. Depois de uma segunda colocação na terceira prova e um sexto lugar na sequência, um pódio ou até mesmo o ouro começou a se tornar possibilidade real.

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Aperto de mão após o triunfo: regata emocionante e decidida nos metros finais selou o ouro de Marcos (à esquerda) e Eduardo. Foto: Eduardo Penido/arquivo pessoal

Mas um quinto lugar na regata seguinte e, principalmente, a décima colocação na sexta e penúltima disputa embolou a briga pelo ouro da classe 470. E esse cenário acabou por transformar a última regata em algo bastante tenso para os brasileiros e para os seus principais rivais, Jorn Borowsky e Egbert Swensson, da Alemanha Oriental.

“Ter uma expectativa baixa acho que ajudou”, recorda Marcos. “Para nós, foi uma vantagem não ter a pressão de ser favorito. A gente começou bem, mas a pressão foi aumentando, aumentando, e acabou que ficou muito grande na regata final. De uma hora para outra apareceu um monte de cartola que nunca tinha falado com a gente, que a gente nunca tinha nem visto, querendo saber o que era aquilo e falando sobre a nossa chance de ganhar outro ouro, pois o Lars e Alex tinham ganhado um dia antes”, continua o campeão.

Na última regata, a estratégia e a ordem de chegada fariam toda a diferença entre ganhar o ouro ou não para Marcos e Eduardo e para Borowsky e Swensson. Quando os barcos partiram, a medalha dourada poderia pender para o lado dos brasileiros ou dos alemães, dependendo da combinação de resultados.

“Para ficar com o ouro, eles precisavam ganhar a prova e a gente não podia ficar entre os seis primeiros”, conta Marcos. “Então, a gente fez uma tática em cima da dupla da Alemanha, porque a gente tinha que ficar na frente deles. Mas na saída aconteceu o oposto. Eles passaram a gente, saímos mal e ficamos lá atrás, embolados com o resto da flotilha”, prossegue.

“Eram sete voltas. Na primeira, eles terminaram em primeiro e a gente ficou lá atrás. Na hora que a gente montou a bóia (termo usado pelos velejadores para contornar as bóias que marcam o percurso da regata), veio na cabeça todas as pessoas que tinham ligado para a gente e que estavam torcendo. Mas, aí, fomos passando todo mundo e, na última volta, eles montaram em primeiro e a gente em sexto. Nessa configuração, o ouro era nosso, mesmo que eles ganhassem a regata”, detalha Marcos.

Os campeões olímpicos recebem o abraço de um amigo. Foto: Eduardo Penido/arquivo pessoal

O que parecia ser um cenário favorável se transformou em pesadelo quando entrou em cena um barco da Finlândia tripulado por Jouko Lindgren e Georg Tallberg. “A regata toda era feita pela esquerda da raia, porque era onde o vento favorecia. Então todos os barcos iam por ali. Mas, na última parte da prova, esses finlandeses optaram por ir para a direita. E na última perna da última bóia, eles pegaram um vento doido e foi quando vi que eles tinham passado a gente”, lembra Marcos.

“Quando percebi, vendo o barco deles lá de longe, que eles tinham passado, pensei que eles tinham tirado a nossa medalha de ouro, porque aí estávamos na sétima posição e os alemães em primeiro, como eles precisavam”, conta Marcos. “A gente passou essa última parte da regata tristes, porque sabíamos que estávamos em sétimo e achávamos que tínhamos perdido o ouro”, reforça Eduardo Penido.

“O que eu não sabia era que eles também tinham passado todos os outros, inclusive os caras da Alemanha. Só fomos descobrir que tínhamos ganhado quando terminamos a regata”, encerra Marcos, emocionado pelas lembranças. “Quando ouvimos o tiro de canhão foi que a ficha caiu”, completa Eduardo.

Após a surpreendente manobra dos finlandeses, a disputa da classe 470 nos Jogos Olímpicos de Moscou 1980 terminou com um barulhão seco e breve anunciando o triunfo e o ouro de Marcos Soares e Eduardo Penido. Jorn Borowsky e Egbert Swensson ficaram com a prata e os audaciosos Jouko Lindgren e Georg Tallberg levaram um merecido bronze.

Champanhe no avião

Numa época em que o esporte no Brasil estava longe da badalação e do glamour reservados atualmente às estrelas, Marcos Soares e Eduardo Penido chegaram a pensar que, apesar da grandeza do que haviam feito em Tallin, os dois acordariam no dia seguinte como os mesmos camaradas que eram antes da última prova olímpica na Estônia.

Por isso mesmo, eles mantiveram os planos que tinham antes do triunfo nos Jogos de Moscou: seguir para Nova York e curtir algumas semanas de descanso. “Para mim, pessoalmente, o que aconteceu em Tallin foi uma conquista excepcional”, conta Marcos. “Mas eu não imaginava o tamanho do feito que a gente tinha conquistado. Depois da Olimpíada, a gente já tinha combinado de ir para Nova York para passar um mês na casa de uma tia do Edu”, continua o velejador.

Foi no avião que os levaria a Nova York que Marcos e Eduardo tiveram o primeiro sinal de que ser campeão olímpico muda as coisas. “Éramos totalmente amadores. Não tínhamos técnico. Não tínhamos ninguém para nos ajudar nesse sentido. Mas aí, no voo para Nova York, pegamos um avião da Finnair (maior empresa de aviação da Finlândia). O Eduardo Souza Ramos, que era um velejador famoso no Brasil, sabia que eu estava no voo com o Edu. E ele falou para a aeromoça sobre a gente. Aí o comandante botou a gente na primeira classe e avisou no voo que dois campeões olímpicos estavam a bordo. Eles deram champanhe para todo mundo e foi bem legal”, prossegue Marcos, ainda hoje se divertindo com as lembranças.

A festa no avião não impressionou Eduardo Souza Ramos. Afinal, aqueles garotos eram campeões olímpicos. Mas o destino deles, sim. “O Eduardo (Ramos) nos falou: ‘Mas vocês não vão voltar para o Brasil?’ E a gente falou que não. Éramos amadores no próprio sentido da palavra. Mas não chegamos a ficar um mês em Nova York como a gente pensou porque meu pai queria me matar. Ele me disse que tinha um monte de gente querendo comemorar, que tinha um monte de jornalistas esperando por nós dois no Rio e aí a gente teve que voltar antes”, recorda Marcos.

Com isso, o plano de curtir um mês de férias em Nova York não se concretizou. Mas os dias que eles passaram por lá foram intensos, como conta Eduardo: “Teve festa com a comunidade brasileira por conta do nosso ouro olímpico. E é claro que tinha muita paquera também. Com certeza as medalhas ajudaram. A gente só queria saber de festa depois de tanto trabalho”, diz Eduardo.

Carro de bombeiro e trio elétrico

Ao desembarcarem no Brasil, Marcos Soares e Eduardo Penido já eram vistos como heróis nacionais, como dois jovens orgulhos da nação. O resultado foi um festival de convites de políticos para homenagens que se estenderam por meses em vários estados.

“Nós voltamos para o Brasil e até em carro de bombeiro acordando as pessoas de madrugada nós andamos”, lembra marcos. “E foi assim: uns seis meses de festa. Éramos convidados toda hora por uma porção de governadores para um monte de eventos. A gente passava os dias viajando para tudo quanto era lado. Uma vez, fomos convidados para ir a uma cidade no Nordeste e colocaram a gente em cima de um trio elétrico. Parecia coisa da Ivete Sangalo. Não dava nem para descer do trio, pois tinha um monte de gente querendo puxar nós dois”, continua. “Fomos para várias cidades: Fortaleza, Recife, Salvador... Muita festa. A gente se divertiu bastante. Tínhamos que aproveitar, né?”, completa Eduardo.

Os campeões olímpicos, consagrados na imprensa da época: muita badalação, muita festa, e nenhum apoio financeiro após o ouro conquistado nos Jogos Olímpicos. Foto: Eduardo Penido/arquivo pessoal

Heróis de uma só Olimpíada

Mas, como tudo na vida, a euforia passou. E aí, quando olharam para trás, Marcos Soares e Eduardo Penido descobriram que, mesmo sendo campeões olímpicos, a realidade da dupla, no mundo da vela, continuava a mesma de antes do triunfo nos Jogos de Moscou 1980. “Apesar de toda aquela festa, em termos profissionais não veio retorno. Zero! É Incrível pensar nisso hoje...”, frisa Marcos.

“Poucos meses depois das Olimpíadas, a gente chegou para um Sul-Americano em Buenos Aires. Eu me lembro que um cara da federação nos aconselhou a não correr, pois se perdêssemos pegaria mal, imagina isso?”, recorda Marcos. “E o mais incrível é que para chegar até Buenos Aires a gente não teve apoio nenhum. Fomos na seguinte condição: arrumamos um carro e dirigimos do Rio a Buenos Aires rebocando dois barcos. Ficamos dois ou três dias dormindo na alfândega da Argentina até eles liberarem os barcos. Fomos competir sem verba ou ajuda (oficial ou de empresários). O carro era emprestado por um amigo e só tivemos ajuda de outros amigos. Nós ganhamos aquele Sul-Americano, mas foi tudo sem apoio, mesmo sendo dois campeões olímpicos. Era outro tempo, muito diferente de hoje”, encerra Marcos.

Marcos Soares e Eduardo Penido competiram por mais dois anos na 470 e não disputaram os Jogos de Los Angeles 1984 ou nenhuma outra Olimpíada. Pouco importa. Nos Jogos de Moscou 1980, aqueles dois meninos fizeram o dever de casa. E imortalizaram seus nomes na história do esporte brasileiro.

Agora, os dois cariocas – que ainda hoje vivem envolvidos no mundo da vela como empresários do setor de barcos, esperam os Jogos Olímpicos Rio 2016 com grande ansiedade. "Essa Olimpíada no Rio vai ser muito especial porque foram poucas Olimpíadas na história que tiveram todos os esportes na mesma cidade", elogia Marcos. “Tenho orgulho de ver a minha cidade receber o mundo todo. Não está do jeito ideal por conta dos problemas na Baía de Guanabara e por essa fase que o país atravessa. Vivo em um estado que não consegue pagar os salários dos médicos e isso é triste. Mas, por outro lado, eu acho que vai ser maravilhoso. O pessoal está fazendo um trabalho sério e a cidade se preparou”, diz Marcos.

Eduardo Penido vai na mesma linha: “É chato ter que dar explicações fora do país sobre a poluição na Baía de Guanabara, mas estamos torcendo para dar tudo certo e acho que vai dar para fazer uma Olimpíada muito legal”, opina. Para ele, as chances do Brasil na vela são animadoras. “Acho que dá para a gente conquistar umas quatro medalhas. Temos gente boa defendendo o Brasil”.

Com uma medalha olímpica no currículo conquistada aos 20 anos e com a experiência de quem sempre viveu em meio aos barcos, Eduardo Penido deixa um recado para os atletas que, como ele, sonham em um dia se tornarem campeões olímpicos.

“Hoje tudo isso é mais importante do que era na minha época. Mas um ouro olímpico sempre foi o sonho de todo atleta. Então, quem quiser chegar lá tem que estar com a cabeça só focada nisso. Meu conselho é manter o foco. Pode ser que não seja nessa, mas na próxima. O importante é não abrir mão do foco”.

 Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br