Ciclismo paralímpico
Paraciclismo
Márcia e Taise evoluem e baixam 22s da marca alcançada nos Jogos Rio 2016
Cerca de dois anos depois de ter disputada a prova de perseguição de 3 km no Parque Olímpico da Barra, Márcia Fanhani voltou a encarar uma prova internacional no percurso considerado o mais rápida do ciclismo de pista mundial. Guiada pela piloto Taise Maiara, a brasileira conseguiu baixar 22 segundos do tempo registrado durante a sua participação nos Jogos Paralímpicos do Rio, quando cruzou a linha de chegada em 4min10s05. Nesta sexta-feira (23.03), a brasileira terminou a prova em 3min53s17, alcançando a sexta colocação geral no Mundial de Paraciclismo 2018.
"O desempenho de hoje mostra que estamos evoluindo e que o trabalho está crescendo a cada dia. O meu desejo é subir, devagar, cada degrau na busca de uma medalha para o nosso país. Foi um resultado bem expressivo, pois passamos do 11 lugar, no Rio 2016, para o sexto aqui no Mundial", disse Márcia, que recebe o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Na prova de 2016, ela competiu ao lado de Mariane Ferreira, que trocou o palco principal do paraciclismo pelos bastidores no Mundial, onde trabalha como coordenadora de voluntários.
Com deficiência visual, Márcia começou no esporte paralímpico em 2011. Sempre praticou atividade física e quando casou escolheu um novo esporte para praticar. Disputou a primeira competição, que foi um Campeonato Brasileiro e conseguiu subir ao pódio. Depois, começou a traçar metas no seu treinamento e o caminho para o alto rendimento foi natural. "A minha história mostra que trabalhar com metas funciona. Se você traçar um objetivo e seguir e nunca desistir por causa dos obstáculos, você consegue vencer", aconselhou.
Márcia disputa pela segunda vez a competição mais importante da categoria. A estreia foi em 2015, quando encarou a prova de estrada no evento disputado na Suíça. "Está aqui pela segunda vez, com esse evento de grande porte, é uma alegria muito grande. Cada mundial é uma experiência inexplicável. Estamos felizes e o evento está uma maravilha", analisou Márcia.
O Mundial de Paraciclismo 2018 é a primeira prova internacional em que a piloto Taise Maiara disputa com a Márcia. As duas já correram em provas nacionais. "Nós temos tudo para evoluir. Conseguimos encaixar um bom ritmo, fazendo o que foi treinado e o que esperávamos para essa prova. Então, nós procuramos a evolução constante e vamos cada vez mais ajustando o que precisa melhorar", acrescentou Taise Maiara.
Taise conta com cinco anos dedicados ao ciclismo. Em 2017, ela corria na categoria elite e a Márcia com outra parceira. Com as mesmas características, foi quando o técnico Cláudio convidou para formar uma nova parceria. "Fizemos algumas provas juntas e percebemos que tínhamos as mesmas características e que dava para evoluir juntas", explicou Taise, que compete também na prova olímpica, além de servir como piloto nas competições de paraciclismo.
A dupla ainda disputa duas provas no Mundial de Paraciclismo 2018. No sábado, o percurso de 1km e no domingo na prova de 200m.
O Paraciclismo é o terceiro esporte no ranking que distribui medalhas em Jogos Paralímpicos, atrás apenas do atletismo e da natação. O Mundial é composto por três provas em cada umas das categorias – Tandem (para cegos), C1, C2, C3, C4 e C5 (para pessoas com deficiências físico-motoras e amputados) tanto no masculino quanto no feminino. Além disso, há uma prova de Sprint com equipes mistas.
O Mundial de Paraciclismo de Pista é uma realização da CBC, com suporte da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), do Ministério do Esporte, e do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Do Rio de Janeiro, Breno Barros, rededoesporte.gov.br