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Atletismo

13/05/2015 13h40

Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem é reacreditado pela Agência Mundial Antidopagem

Anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante reunião do ministro do Esporte com a WADA

Montreal - O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) foi reacreditado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA, em inglês) no fim da manhã desta quarta-feira (13.05). O anúncio foi feito durante reunião do Conselho de Fundadores da entidade, em Montreal, no Canadá, e contou com a presença do ministro do Esporte, George Hilton, e do secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurelio Klein.

“A recuperação da acreditação é o resultado de um esforço considerável do governo federal e faz parte da preparação do nosso país para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. O sistema antidoping será um dos principais legados, mas ainda faltam alguns passos complementares para manter o nível de excelência na garantia de jogo limpo no esporte. Nós vamos lutar para implementá-los o mais brevemente possível. Estes pontos são a criação de um tribunal de apelação e o empoderamento da ABCD como única responsável pelo controle de dopagem no Brasil”, avaliou o ministro George Hilton. “São questões que a WADA nos apresentou como essenciais e vamos caminhar nessa direção.”

O laboratório passa a ser o 34º do mundo acreditado pela WADA – um laboratório da Turquia também teve a reacreditação confirmada nesta quarta – e é o segundo na América do Sul (o outro fica em Bogotá, na Colômbia).

Vídeo: Conheça o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem


O processo de reacreditação começou em 2014, ano em que o LBCD inaugurou sua nova sede na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O prédio foi construído graças ao investimento de R$ 134 milhões do governo federal. Foram R$ 106 milhões do Ministério do Esporte e R$ 28 milhões do Ministério da Educação. Além disso, o Ministério do Esporte investiu outros R$ 54 milhões para a compra de equipamentos e materiais para a operação do laboratório.

Sem a acreditação do LBCD, perdida em 2013 por conta da defasagem de equipamentos que não conseguiam realizar as análises conforme os padrões exigidos pela WADA, o Brasil tinha que enviar amostras para outros laboratórios reconhecidos pela entidade, como os de Bogotá, Los Angeles e Barcelona. Além de aumentar o custo dos exames, o processo era muitas vezes inviabilizado por conta da distância e do tempo que era necessário para que as amostras chegassem aos laboratórios.

“A partir de hoje, o LBCD passa a poder receber as amostras e fazer a análise, o que significa que muito rapidamente as próprias análises da ABCD, que hoje mandamos para os outros laboratórios, poderão ser enviadas para o Rio de Janeiro. É um privilégio que apenas 30 países têm”, comemorou Marco Aurelio Klein.

A expectativa é de que o laboratório seja bastante exigido já em 2015. A partir de julho deste ano até o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o país organizará um total de 44 eventos-teste, nos quais serão realizados exames de controle de dopagem.

“Assim que voltarmos ao Brasil vamos planejar o início o mais rápido possível para começar o processo de mandar todas as nossas amostras para o LBCD. Isso é muito importante porque temos um plano de 2.500 testes até o fim do ano, o triplo do que era feito antes da ABCD”, afirmou Klein. “Certamente a partir de junho todo o nosso movimento será enviado ao LBCD. E no máximo até julho esperamos poder levar também as amostras do futebol”, acrescentou Klein, lembrando que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) utiliza atualmente o laboratório de Bogotá.

Em relação aos eventos-teste, Marco Aurelio Klein afirmou que a responsabilidade dos testes antidopagem será da ABCD. Segundo ele, o planejamento está sendo finalizado com as federações internacionais de cada modalidade. “O número de testes será pequeno, há competições com quatro, oito ou 10, mas eles serão muito importantes como exercício a ser feito pela ABCD e para os Jogos Rio 2016.”

Reacreditação

Para conseguir a reacreditação, o LBCD foi testado e avaliado intensamente durante cerca de nove meses pela WADA. Foram cinco lotes de amostras enviadas pela entidade mundial e outras com análises feitas com amostras próprias como forma de exercício de aprimoramento. Com a nova estrutura e os profissionais orientados pelo professor Francisco Radler, coordenador do laboratório, o LBCD passou no teste e voltou a ser reconhecido pela entidade mundial de controle de dopagem.

“Foi um processo muito exigente. Reconhecemos o esforço do Ministério do Esporte por meio da ABCD e do ministro George Hilton. O Brasil tem a pressão dos Jogos Rio 2016 e é claro que o objetivo da WADA era chegar lá com o laboratório acreditado, mas isso dependia da performance do laboratório. O desejo existia, mas foi preciso trabalhar para passar por todas as provas técnicas, que são muito exigentes e estão em concordância com o padrão internacional dos laboratórios”, explicou Maria José Pesce, diretora do escritório da América Latina e do Caribe da WADA.

Segundo Pesce, a acreditação do LBCD trará benefícios não só para o Brasil, mas também para o continente. “Há poucos laboratórios na América do Sul. Isso é muito importante para o Brasil e para os Jogos Rio 2016, mas também para toda a região como um legado para o esporte de todo o continente”, opinou.

A partir de agora, o LBCD terá que atender a alguns critérios estabelecidos para a WADA para manter a acreditação. Maria José Pesce explica que a avaliação da entidade é constante e o laboratório brasileiro terá que, por exemplo, realizar um mínimo de três mil exames por ano, além de controlar a qualidade dos processos. “Os atletas precisam ter a garantia de que as amostras analisadas no LBCD estão de acordo com o padrão internacional da WADA.”

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Vagner Vargas, de Montreal – brasil2016.gov.br