Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Jady Malavazzi sofre acidente e termina em décimo a prova de estrada

Ciclismo paralímpico

15/09/2016 17h41

Ciclismo

Jady Malavazzi sofre acidente e termina em décimo a prova de estrada

Ciclista brasileira machucou o braço após colisão com adversária e teve de trocar uma das rodas da bicicleta

A ciclista paralímpica brasileira Jady Malavazzi ficou fora do pódio após se envolver em uma batida na prova de Estrada, classes H1-2-3-4, disputada na tarde desta quinta (15.09), na praia do Pontal. Ela encerrou a participação nos Jogos Rio 2016 com a décima colocação na final, após ter ficado no sexto lugar da disputa contrarrelógio, H-1-2-3, no dia anterior.

O acidente ocorreu no quilômetro 5, na marca de um terço da primeira volta, entre a brasileira e a italiana Francesca Porcelatto. Jady seguia colada com o pelotão principal. Lutava pelo terceiro lugar quando teve de se defender de um ataque na briga por posições. A roda da bicicleta da italiana entrou por baixo e levantou Jady, que ralou o braço no asfalto depois da colisão.

Depois disso, a brasileira teve que parar e trocar a roda danificada no acidente. O carro de apoio com partes reservas da bicicleta vem logo atrás dos ciclistas, mas a espera custou tempo precioso para Jady, que não conseguiu alcançar os primeiros colocados. Ela também parou outras vezes para ajeitar os pés na bike.

09152016_jady.JPG
Jady Malavazzi com o braço machucado após a prova. Brasileira já projeta melhor sorte em 2020. Foto: Rodrigo Vasconcelos/Brasil2016.gov.br

A medalha de ouro ficou com Christianne Reppe, da Alemanha. Doyeon Lee, da Coreia do Sul, conquistou a prata, enquanto a italiana do acidente ficou com o bronze. Ao cruzar a linha de chegada, Jady ergueu os braços, numa manifestação que parecia de alegria com o resultado. No entanto, era de alívio pelo fim da prova, já que a ciclista teve que aumentar o esforço para diminuir a desvantagem. Com isso, mais dores no ombro, somadas às do acidente, no braço direito.

"Depois você faz uma prova de recuperação absurda, né? O tempo todo eu tentei não deixar o pelotão abrir, mas realmente é difícil"
Jady Malavazzi

Com lágrimas nos olhos e voz embargada, Jady demonstrava decepção por ficar fora da disputa pelas primeiras posições. A alemã que se tornou campeã paralímpica foi conversar com a brasileira assim que ela chegou na zona de entrevistas. Elas conversaram por alguns minutos, e depois, Reppe consolou Jady com um abraço.

"Depois você faz uma prova de recuperação absurda, né? O tempo todo eu tentei não deixar o pelotão abrir, mas realmente é difícil. A gente, eu e uma atleta da Eslováquia, trabalhou junto, mas não foi suficiente. Foi uma prova que não desisti em nenhum momento, apesar do que aconteceu", desabafou a ciclista.

Jady não quis comentar sobre a atitude da italiana que resultou no acidente. Depois de encerrar a participação dela na primeira Paralimpíada, a paranaense de 22 anos preferiu se manter otimista com relação ao próprio futuro no próximo ciclo, rumo ao Japão.

"É só o começo. Meus primeiros Jogos, e com certeza tive uma estreia memorável, que mostra que na próxima eu vou cada vez mais forte. Vamos nos organizar para o próximo ciclo. O ciclismo, além de minha profissão, é minha vida, é o que eu respiro. Com certeza, em Tóquio-2020, vamos pelo ouro", afirmou.

09152016_zanardi.JPG
Zanardi feliz com a prata conquistada na prova de estrada. A quinta do italiano. Foto: Rodrigo Vasconcelos/Brasil2016.gov.br

Zanardi leva a prata

Alessandro Zanardi voltou para a disputa de medalhas da Rio 2016 exatos 15 anos depois do acidente que sofreu quando era piloto, na Alemanha. Foi por conta da batida no carro dele que o italiano teve as pernas amputadas, e chegou a ficar entre a vida e a morte no hospital.

Ele defendia o título paralímpico conquistado em Londres-2012 na prova de Estrada da classe H5. Zanardi repetiu a estratégia de se poupar no início e gastar o fôlego nos últimos metros. Chegou a ficar em 5º no início da última prova, mas sempre dentro do pelotão principal. Na última curva, porém, o sul-africano Ernst Van Dyk entrou melhor e conseguiu a vantagem vital pra chegar em primeiro na reta final.

Zanardi ficou com a prata, a quinta medalha dele em Jogos Paralímpicos, pois já tinha três ouros e uma prata. Em vez de lamentar a derrota, ou mesmo se esquivar das más lembranças de 15 anos atrás, ele considerou o pódio como um presente. "Naquele dia eu nasci de novo. Nada mal uma medalha de prata no aniversário, né? Estou felicíssimo!", contou.

Rodrigo Vasconcelos, brasil2016.gov.br