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Geral

31/07/2016 16h35

Saúde

Instalações olímpicas poderão receber cerca de 22 mil atendimentos médicos

Capacidade representa o dobro do número registrado nos Jogos de Londres. Representantes dos três níveis de governo reforçam baixa incidência de zika e orientações para turistas no Rio

Durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, as instalações de competição receberam 11,3 mil atendimentos médicos. Para a edição brasileira do evento, a capacidade da rede de saúde é de cerca de 22 mil atendimentos nas arenas. A informação foi dada durante coletiva de imprensa realizada neste domingo (31.7) por representantes dos governos federal, estadual e municipal.

“Um dos principais referenciais que a gente usou foi a Olimpíada de Londres, em que foram feitos 11,3 mil atendimentos médicos dentro das instalações olímpicas e 320 transferências hospitalares, sendo 170 referentes aos espectadores”, calcula o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. “Em Atenas foram 329 remoções hospitalares, em Sydney foram 2.150 atendimentos”, continua, prevendo para o Rio de Janeiro a capacidade de realização de 700 remoções das instalações olímpicas nas 146 ambulâncias adquiridas pelo governo federal, além de outros 14 mil atendimentos a espectadores e turistas no período de 30 dias.

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Representantes da área de saúde enfatizaram que o Rio está pronto para atender atletas e turistas. Foto: Paulo Araújo/Divulgação

“Nossa estimativa é de que, a cada cem turistas, um deles tenha algum contato com o Sistema Único de Saúde (SUS) e que ao menos metade deles vá recorrer ao sistema de saúde da Secretaria municipal e de outros entes federados”, estima Soranz. Os casos, segundo ele, geralmente são bem simples. As principais demandas estão relacionadas a turistas que esquecem medicamentos de uso regular ou pequenos problemas de saúde, como uma infecção alimentar ou a exposição prolongada ao sol, além de ferimentos simples.

Segundo o secretário, o último relatório do Centro Integrado de Monitoramento de Operações Conjuntas em Saúde Nacional (CIOCS) detalha que já foram realizados 21 atendimentos de pacientes ligados aos Jogos Olímpicos, a maior parte com pequenos ferimentos ou contusões. Soranz reforça que nenhum estava relacionado a casos de zika vírus ou dengue, que têm menor incidência durante o inverno.

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“Tivemos um turista argentino internado no Hospital Miguel Couto porque teve uma fratura no cotovelo e foi operado. Deve receber alta hoje. Um atleta do Japão estava em Rio das Ostras e foi atendido no Alberto Torres após um acidente doméstico e já foi liberado. Os demais tiveram pequenos problemas e também já foram liberados”, conta.

O secretário afirma ainda que foram colhidas amostras de água e de alimentos das instalações olímpicas e que as análises estavam dentro do programa de qualidade esperado. Além disso, não houve registros de questões de saúde relacionadas à água da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberão provas durante os Jogos.

“Os locais de competição estão dentro do padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não há registros de problemas de saúde relacionados aos atletas que vêm treinando aqui, principalmente no último ano, que está com uma vigilância mais ativa”, argumenta a subsecretária geral de saúde do estado do Rio, Hellen Miyamoto. “Do ponto de vista da saúde, a gente consegue dizer que o risco é mínimo como em qualquer outro local de competição pelo mundo, pela qualidade da água das raias”, destaca.

Cuidados básicos

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O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Foto: Paulo Araújo/Divulgação

O secretário Daniel Soranz aproveitou para alertar que, em casos simples, o turista deve procurar as Unidades de Atenção Primária. “O Rio de Janeiro tem 130 centros principais de saúde e 96 clínicas da família. A recomendação é que pequenos problemas de saúde sejam resolvidas nas Unidades de Atenção Primária. Elas têm capacidade de resolver mais de 85% dos problemas de saúde que forem apresentados”, explica.

A estimativa é que 90% dos atendimentos ligados às Olimpíadas sejam solucionados dentro das áreas de competição, que contarão com 120 postos médicos para atendimento a espectadores. Já a Vila Olímpica recebeu uma policlínica com 36 especialidades. Nos casos mais graves, em que for necessária uma remoção, o CIOCS será comunicado e o paciente será levado aos hospitais e centros de referência (veja lista abaixo).

“Nos eventos de massa, apenas 2% dos presentes atendidos são removidos. No maior pico, a gente espera um atendimento de 3 a 7 mil pessoas e de 109 a 218 remoções. Em dias de menor público, serão de 2.245 a 4.490 atendimentos e de 67 a 135 remoções”, projeta José Manoel de Souza Marques, coordenador-geral da Força Nacional do SUS e representante do Ministério da Saúde.

Além das 146 ambulâncias entregues pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, na última quinta-feira (28), fruto de um investimento federal de R$ 73,2 milhões, ainda foram disponibilizados 235 leitos de retaguarda, sendo 135 federais, 50 municipais e 50 estaduais. Os representantes ainda enfatizaram que não haverá prejuízo aos moradores do Rio na área de saúde devido ao evento esportivo, já que foram abertos novos leitos, e não remanejados os existentes. “Os pacientes estão sendo mais bem atendidos. Já passaram 157 pelos leitos federais e hoje há 121 internados. Estamos ampliando o atendimento”, ressalta Jair Veiga, diretor do Departamento de Gestão Hospitalar.

Na última sexta (29) foi instalado em Brasília e no Rio de Janeiro o CIOCS, que irá monitorar 24h por dia o atendimento prestado a atletas, delegações e espectadores dos Jogos. As cidades-sede do futebol também contam com salas ativadas e integradas. Para a vigilância epidemiológica e sanitária, além do monitoramento de situações de risco e a coordenação de respostas a emergências em saúde pública, serão 125 profissionais do Ministério da Saúde.

“Hoje nós já temos 50 ambulâncias operando e o nosso pico é de 126 no mesmo dia. Foram contratados mais de 1,5 mil profissionais de saúde para essa operação, todos treinados em cursos básicos ou avançados. O momento é da gente monitorar se tudo está acontecendo a contento para fazer qualquer mudança para atender melhor quem mora na cidade ou está visitando”, acrescenta Hellen Miyamoto. Além disso, 1,7 mil profissionais da Força Nacional do SUS foram capacitados para emergências químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN), sendo 377 na cidade do Rio de Janeiro.

Hospitais de referência de acordo com as regiões de competição:

- Centro e Região Maracanã: Hospital Municipal Souza Aguiar e Coordenação de Emergência Regional (CER) Centro, para o Estádio do Maracanã; Hospital Municipal Salgado Filho e UPA do Engenho de Dentro, para o Estádio do Engenhão.

- Região Deodoro: Hospital Municipal Albert Schweitzer

- Região Barra da Tijuca: Hospital Municipal Lourenço Jorge e CER Barra

- Região Copacabana: Hospital Municipal Miguel Couto e CER Leblon

Assista à integra da coletiva:

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br