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Volei

09/07/2017 02h40

Liga Mundial

França vence Brasil no tie-break e leva o título diante de 23 mil torcedores na Arena da Baixada

Considerado o melhor jogador do mundo na atualidade, Ngapeth fez 29 pontos e foi o personagem principal na decisão disputada no estádio do Atlético-PR

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Torcida incentivou ao máximo. Mais de 23 mil torcedores compareceram à Arena da Baixada, em Curitiba. Foto: FIVB

Um tiquinho a mais de regularidade e uma porção a menos de genialidade seriam necessárias para o Brasil comemorar, diante de sua torcida, o décimo título da Liga Mundial de Vôlei. Mas a regularidade faltou em instantes importantes e a genialidade de Earvin Ngapeth sobrou durante toda a partida disputada na Arena da Baixada, em Curitiba. No fim, a França conquistou o ouro que coroou o time de melhor campanha na competição. A seleção perdeu apenas uma partida em todo o torneio, e quando perdeu foi por 3 sets a 2 (para a Itália) e jogando sem alguns de seus titulares. Na final, disputada diante de mais de 23 mil torcedores na quadra montada no estádio do Atlético-PR, os franceses superaram a Seleção Brasileira por 3 sets a 2, com parciais de 21/25, 25/15, 25/23, 19/25 e 15/13. 

Curiosamente, o ponto mais estratégico da partida não veio de um ataque, de um saque ou de um bloqueio de Ngapeth, mas de uma defesa espetacular em um ataque de Wallace. O oposto brasileiro superou o bloqueio mas encontrou o atacante francês no fundo da quadra. A defesa de manchete cruzou a quadra inteira e foi cair em um dos "vértice" da linha de fundo da quadra brasileira. Ponto francês que decretou a virada no tie-break, para 12 x 11. Vantagem que foi mantida até o fim do jogo e decretou o título francês. 

"Não dá para dizer que faltou alguma coisa. Nós nos doamos integralmente. Perdemos para uma equipe extremamente qualificada"
Bruninho, levantador brasileiro

"Não dá para dizer que faltou alguma coisa. Nós nos doamos integralmente. Perdemos para uma equipe extremamente qualificada. Vôlei é isso: uma bola que bate no bloqueio e cai para cá, uma defesa espírita numa hora decisiva, uma sequência de saques perfeitas na hora mais importante. Ainda nos falta um pouco de regularidade, como no segundo set, que tivemos uma baixa, mas estamos falando de uma das melhores equipes do mundo. Jogamos muito bem, de igual para igual", afirmou Bruninho, levantador brasileiro, ao fim da partida. 

Um olhar nas estatísticas enfatiza o equilíbrio da final. Somando os cinco sets, a França fez 105 pontos, contra 101 do Brasil. Além dos 29 de Ngapeth, Stephen Boyer fez outros 18. No lado brasileiro, o oposto Wallace e o atacante Lucarelli somaram 22 cada um. Foram 11 bloqueios bem sucedidos brasileiros contra 10 franceses, e 63 pontos de ataque dos europeus contra 59 dos donos da casa. 

"Foi uma competição boa para o Brasil. Chegamos à final contra a França com méritos. Foram os dois melhores times na fase de classificação. A França se mostrou hoje num patamar ligeiramente superior. Foram melhores em pequenos detalhes. Vamos trabalhar muito a partir das anotações que fizemos para superar essa diferença e alcançar os nossos próximos objetivos", afirmou o técnico Renan. 

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Equipe francesa celebra o título conquistado no estádio do Atlético-PR. Foto: FIVB

Na fase final da Liga, disputada em Curitiba, o Brasil passou por Canadá e Rússia e superou os Estados Unidos na semifinal. A França venceu Sérvia e Estados Unidos e bateu o Canadá na semifinal. Os canadenses, aliás, subiram ao pódio pela primeira vez na história da competição. Na partida preliminar à final, eles bateram os Estados Unidos de virada (3 sets a 1).

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Ngapeth foi decisivo para a conquista francesa, com 29 pontos anotados. Foto: FIVB

O título conquistado pela França no Brasil foi o segundo da equipe, mas o retrospecto recente é respeitável: a seleção europeia subiu ao pódio nas três últimas edições do torneio, com dois ouros (2017 e 2015, ambas diante do Brasil) e um bronze (2016). O Brasil, por sua vez, segue como o maior vencedor do campeonato – com nove títulos: 1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010 – e tem no currículo recente um triunfo importante contra os franceses, no caminho para conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. 

Gustavo Cunha, rededoesporte.gov.br, com informações da Federação Internacional de Vôlei