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Geral

24/07/2016 16h41

Defesa

Forças Armadas entram em campo oficialmente para os Jogos Rio 2016

Trabalho ostensivo de 22 mil militares teve início às 6h deste domingo e seguirá ininterrupto até o fim dos Jogos Paralímpicos


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Formandos deste domingo durante evento no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Ruas do Rio de Janeiro terão 22 mil militares na ronda ostensiva. Foto: Ricardo Pereira
Para um time de 22.025 integrantes, os Jogos Olímpicos Rio 2016 tiveram início oficial às 6h deste domingo. Com representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, eles fazem parte do maior efetivo já escalado pelas Forças Armadas para um evento único. A função deles é de policiamento ostensivo para garantir a segurança de atletas, delegações, autoridades e torcedores até o fim dos Jogos Paralímpicos, em 18 de setembro. A atuação será primordialmente em vias públicas, na orla da Zona Sul e da Barra, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e em estações ferroviárias conectadas aos Jogos.

Entre os oficiais, 200 participaram de uma cerimônia simbólica de formatura na sede do Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro. Diante do ministro da Defesa, Raul Jungmann, e de autoridades ligadas às três forças e à área de inteligência, eles concluíram a capacitação e passaram à fase operacional, que, simbolicamente, coincide com a abertura da Vila dos Atletas.

"Exatamente hoje, faltam 64 dias para o cumprimento de nossa missão. Esse dia é especial porque a abertura da Vila Olímpica nos impõe, dentro das nossas obrigações, proporcionar a segurança devida ao nosso eixo de defesa", afirmou o chefe da Coordenação Geral de Defesa de Área (CGDA) e do Comando Militar do Leste (CML), general Fernando Azevedo e Silva. "Os olhos do mundo estão voltados para o Rio, para o Brasil, para a América do Sul. Enquanto os atletas estiverem disputando medalhas, a nossa missão será muito bem cumprida se não se lembrarem da gente, se passarmos incólumes nesse período todo", reforçou.

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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao lado de comandantes das três forças e da área de inteligência federal participaram de evento que marcou o início do trabalho dos militares nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Foto: Comando Militar do Leste

Números superlativos

A divisão de tarefas prevê 2.002 homens na região da Barra, 4.713 em Deodoro, 2.169 na área do Maracanã e 5.847 em Copacabana. Parte do efetivo também estará ligada às operações de embarque e desembarque em aeroportos (530) e na defesa de infraestruturas críticas, como centrais de geração de energia (6.618). Eles têm à disposição 12 navios, 1.169 viaturas, 70 carros blindados, 34 helicópteros, 48 embarcações de apoio e 174 motocicletas. E, para qualquer eventualidade, há um contingente especial de 3.000 homens.

Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o país está preparado para garantir que os Jogos sejam lembrados pela tranquilidade, pela paz e pela chance de congraçamento. "Os senhores chegam aqui capacitados, treinados, equipados, prontos. As atenções estarão voltadas para a disputa esportiva, para os recordes, para os atletas, mas nada disso seria viável sem o trabalho de vocês", disse, em discurso para os formandos. Para o ministro, o processo de qualificação por que passaram os oficiais, as aquisições de equipamentos e as experiências acumuladas em eventos como a Rio +20, a Jornada Mundial da Juventude, os Jogos Mundiais Militares e a Copa do Mundo são decisivos para garantir o cumprimento do trabalho.

Em detalhes

No cotidiano de suporte às forças de segurança, os integrantes das Forças Armadas são titulares dos cuidados em vias expressas, como a Linha Amarela e a Transolímpica, e em trechos da Linha Vermelha e da Avenida Brasil. Outra atribuição dos militares é atuar em sete estações ferroviárias da Supervia que fazem a conexão com áreas onde haverá eventos esportivos (Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos, São Cristóvão, Engenho de Dentro e Ricardo de Albuquerque). Completam a lista de incumbências o trabalho na orla da Zona Sul até a Barra da Tijuca, a cargo da Marinha, e o policiamento ostensivo de vias que integram rotas olímpicas e toda a extensão da Lagoa Rodrigo de Freitas, palco do remo e da canoagem. Os militares trabalham com armas letais e não letais, como fuzis e bombas de efeito moral.

Do particular para o geral

O trabalho também se estende às cidades que receberão os jogos de futebol nos Jogos Olímpicos, casos de Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Manaus e São Paulo. Levando em conta a presença militar no Rio e em todo o país, são cerca de 42 mil oficiais envolvidos.

Esse número se soma, ainda, ao de outras instituições envolvidas na engrenagem criada para garantir a segurança nos Jogos, e que envolve a Força Nacional, as polícias civil, militar, rodoviária e federal, o corpo de bombeiros, além de entidades de trânsito e defesa civil. Com todos os órgãos somados, a operação de segurança mobiliza cerca de 88 mil pessoas.

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Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, afirma ter segurança de que, no plano das ações de inteligência e contra-terrorismo, o país está pronto para receber os visitantes. Foto: Ricardo Pereira

Contra-terrorismo

Em tempos de grande preocupação mundial com a violência de grupos extremistas e a ação de "lobos solitários", a área do contra-terrorismo, principalmente em atividades de inteligência para prevenir que atos dessa natureza ocorram no país, ganhou ainda mais visibilidade e atenção federal, segundo o ministro Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional. Na opinião dele, um trabalho "árduo e silente" foi realizado para garantir o máximo grau de tranquilidade para todos durante os megaeventos.

"Posso lhes dizer que, da perspectiva de inteligência, estamos absolutamente prontos. Há uma grande experiência trazida até aqui, acumulada desde o Pan de 2007. Isso mais os intercâmbios internacionais, as trocas de experiências, as visitas realizadas, nos deu um patrimônio de boas práticas, de conhecimento, de técnicas e de bons resultados. Venham ao Rio de Janeiro. Teremos uma grande festa. Daqui a 64 dias, vamos comemorar cansados, exaustos como convém, o grande sucesso dos Jogos Rio 2016", disse.

Gustavo Cunha - Brasil2016.gov.br