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24/07/2016 14h07

Rio 2016

Flamengo aproveita momento olímpico para transformar legado em estrutura

Clube vai receber delegações dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha no Rio 2016 e investiu R$ 18 milhões na sede da Gávea, inclusive na construção de uma nova piscina

O Clube de Regatas Flamengo abriu suas portas, neste domingo (24.7), na Gávea, no Rio de Janeiro, para demonstrar como os Jogos Olímpicos Rio 2016 vão deixar um legado positivo para o clube. O local receberá atletas das delegações dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha durante o evento, um dos fatores que impulsionou reformas e revitalizações nas instalações do clube. No total, foram R$ 18 milhões investidos, sendo parte do dinheiro proveniente da Lei de Incentivo ao Esporte e da Lei Pelé.

“Foi uma oportunidade que surgiu e não deixamos desperdiçar. Os comitês olímpicos norte-americano e britânico vão utilizar nossas instalações e estão nos ajudando a reformar e melhorar. Isso, junto com recursos de outras fontes, como incentivo fiscal e patrocinadores, está nos ajudando a mudar a cara do nosso clube”, celebrou Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.

Além de revitalizar quadras e ginásios e inaugurar uma piscina olímpica nova, o Flamengo vai se beneficiar com equipamentos disponibilizados pelos visitantes. “O remo foi contemplado com 21 ergômetros dos britânicos e o comitê olímpico dos Estados Unidos está trazendo US$ 10.500 em remos”, citou Edson Figueiredo, gerente de remo do clube, citando ainda os dois barcos comprados com recurso próprio do Flamengo.

Remo do Flamengo foi contemplado com 21 ergômetros pelos britânicos. Foto: Vagner Vargas/brasil2016.gov.br
Remo do Flamengo foi contemplado com 21 ergômetros doados pelos britânicos. Foto: Vagner Vargas/brasil2016.gov.br

Nova piscina

Neste domingo, o Flamengo apresentou a nova piscina olímpica da Gávea, que custou R$ 7 milhões. O clube inaugurou a instalação e aproveitou para homenagear atletas e técnicos flamenguistas. A piscina levou o nome de Daltely Guimarães, que foi técnico do Flamengo e da seleção brasileira. Além disso, o Flamengo homenageou atletas como os nadadores Mariana Brochado, Ricardo Prado e Fernando Scherer, o Xuxa, que tiveram seus nomes atrelados às raias da piscina.

Nova piscina olímpica do Flamengo homenageia Daltely Guimarães e custou R$ 7 milhões. Foto: Vagner Vargas/brasil2016.gov.br
Nova piscina olímpica do Flamengo homenageia Daltely Guimarães e custou R$ 7 milhões. Foto: Vagner Vargas/brasil2016.gov.br

Secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima foi nadador do Flamengo e compareceu ao evento de inauguração. “É uma honra estar aqui e ver essa piscina à altura do Clube de Regatas Flamengo”, elogiou. “Fico muito feliz em ver que o Flamengo começa a resgatar toda sua história de glórias. O Ministério do Esporte procura fazer parcerias que desenvolvam o esporte. Aqui no Rio temos uma característica que os clubes são os formadores dos atletas. Temos que ajudar e ser parceiros dos clubes, pois são eles que fazem o esporte”, discursou o secretário, campeão do Troféu Brasil de natação pelo clube em 2003.

Secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento Luiz Lima elogiou a nova piscina do Flamengo. Foto: Paulo Rossi/brasil2016.gov.br
Secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento Luiz Lima elogiou a nova piscina do Flamengo. Foto: Paulo Rossi/brasil2016.gov.br

Flamengo no Rio 2016

Além de abrir suas portas para grandes nomes mundiais do esporte que vão treinar na Gávea, como as seleções norte-americanas de basquete, judô, vôlei de praia e esportes aquáticos, o Flamengo terá também seus próprios representantes nos Jogos Rio 2016. Ao todo, 18 flamenguistas irão competir nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, seja como atleta ou como parte das comissões técnicas.

Uma das mais experientes é Rosicleia Campos. Aos 47 anos, a técnica da seleção brasileira feminina de judô está no clube desde a adolescência e vai para sua sétima participação olímpica representando o rubro-negro. “Ser do Flamengo é uma religião, então a gente transfere isso para o esporte. O Flamengo tem esse espírito de guerreiro e vencedor. Espero que os atletas deem muita alegria ao povo brasileiro”, disse Rosicleia.

No Rio 2016, a treinadora viverá uma situação inusitada, já que seu clube, o Flamengo, receberá a equipe norte-americana de judô, com rivais de suas pupilas na seleção brasileira, entre elas Kayla Harrison, uma das principais adversárias de Mayra Aguiar, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. “Já fizeram essa brincadeira: o inimigo dentro de casa”, riu Rosicleia. “Mas a Kayla é uma fofa, tem muito fair play. E a instalação está ótima, com ar condicionado e amortecimento. Está muito legal”, elogiou.

Já Maria Clara Lobo vai representar o Brasil e o Flamengo no Rio 2016 de dentro da piscina. A atleta do nado sincronizado ressaltou a importância de o clube aproveitar o momento olímpico para melhorar sua estrutura para o futuro. “Os Jogos serem aqui no Rio é muito legal para o público estar perto, mas também para deixar um legado para o nosso esporte continuar evoluindo. Essa piscina é um legado importantíssimo que vamos levar para as próximas gerações”, declarou.

Nos Jogos Olímpicos, o Flamengo terá, no basquete, o jogador Marquinhos, o técnico José Neto e o preparador físico Diego Falcão. O clube ainda tem Rosicleia Campos no judô; Maria Clara Lobo, Lorena Molinos e Carlos Alexandre de Assis no nado sincronizado; Eduardo Calçada no futebol; Maria Clara Canetti no polo aquático; Luiz Altamir na natação; Fernanda Nunes no remo; e Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade na ginástica artística. Nos Paralímpicos, o clube contará com Karla Cardoso no judô e Michel Pessanha e Franquilim Oliveira no remo.

Na história dos Jogos, o Flamengo registra 11 medalhas e 16 medalhistas olímpicos. Nomes como Zenny de Azevedo, o Algodão, bronze em Londres 1948 e Roma 1960 com a seleção de basquete; Ricardo Prato, prata nos 400m medley em Los Angeles 1984; e Leila e Virna, do vôlei, em Sydney 2000, conquistaram medalhas enquanto atletas do rubro-negro.

Investimento

Para receber os 200 atletas internacionais que estarão na Gávea no Rio 2016, o Flamengo investiu um total de R$ 18 milhões nas instalações do clube. O local contará com a presença de integrantes das equipes de 12 modalidades dos Estados Unidos e de cinco da Grã-Bretanha.

Os norte-americanos foram responsáveis por investir R$ 5 milhões em equipamentos, ginásios, programa de marketing e troca de conhecimento, enquanto os britânicos trouxeram R$ 1 milhão. A piscina custou R$ 7 milhões, mesmo valor destinado aos esportes olímpicos provenientes de projetos apresentados à Confederação de Clubes (CBC), com recursos vindos pela Lei Pelé e destinados à melhoria de infraestrutura e compra de equipamentos.

Além das nove áreas reformadas, o Flamengo ainda destinou R$ 1 milhão do valor total para a estruturação do Projeto Cuidar, que vai reunir todas as ciências do esporte para apoiar o desenvolvimento dos atletas flamenguistas, da base ao alto rendimento.

Lei de Incentivo ao Esporte

Nos últimos três anos (2013, 2014 e 2015), o Flamengo captou mais de R$ 3 milhões para investir por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Em 2015, o valor captado pelo clube foi de R$ 247,3 mil e contemplou diversas modalidades, como basquete, vôlei, tênis, natação, polo aquático e nado sincronizado. Além disso, parte da verba foi destinada para a estruturação do Projeto Cuidar e para a detecção de talentos.

Vagner Vargas – brasil2016.gov.br