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Tiro esportivo

24/04/2016 19h36

Copa do Mundo

Federação Internacional de Tiro Esportivo lista melhorias para o Centro Nacional, mas aprova evento-teste

Competição foi encerrada neste domingo, no Parque Olímpico de Deodoro. Para a entidade, o mais importante é a finalização do estande de finais

Foram dez dias de competição dentro do Centro Nacional de Tiro Esportivo, em Deodoro. Um total de 660 atletas, de 88 países, estiveram em ação pela Copa do Mundo da modalidade, que também serviu como evento-teste para os Jogos Olímpicos. Neste domingo (24.04), último dia das disputas, as entidades organizadoras avaliaram o torneio e, principalmente, a instalação olímpica. Para a federação internacional, ainda há ajustes a serem feitos até agosto, sendo o principal deles a finalização do estande de finais de carabina e pistola.

"Estamos bem satisfeitos com o funcionamento de tudo. As instalações ainda não estão completamente prontas, especialmente o estande de finais, mas, apesar disso, tudo está funcionando muito bem", avalia o vice-presidente da Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF, na sigla em inglês), Gary Anderson. "Acho que este evento-teste foi tão bom quanto os outros que eu vi. Ainda temos trabalho a fazer, alguns problemas e preocupações para trabalhar, mas, exceto o estande de finais, nada de muito importante", ressalta.

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O estande de finais recebeu arquibancada temporária para o evento-teste. Foto: Ana Cláudia Felizola/ brasil2016.gov.br

De acordo com Rodrigo Garcia, diretor de Esportes do Comitê Organizador Rio 2016, a área das finais precisou ser adaptada para a realização do evento-teste. "O estande não existia antes, nos Jogos Pan-Americanos, então a gente acabou fazendo uma adaptação para esse evento", explica. O local ganhou, por exemplo, uma arquibancada temporária à frente da prevista inicialmente, e o espaço ainda será climatizado para as Olimpíadas. "Ainda há coisas que a gente precisa testar, como o sistema de ar condicionado, as arquibancadas. Toda essa parte estrutural ainda precisa ser revalidada", acrescenta.

Assim, a ISSF deve fazer uma nova visita ao Brasil para conferir as alterações. "Nós planejamos vir mais uma vez com certeza. Vamos ter uma reunião amanhã (segunda) para ter mais informações sobre o calendário da construção para terminar tudo e, então, vamos decidir se voltamos em junho ou julho", adianta Anderson.

Além do estande das finais, o dirigente deu exemplos de outros aspectos avaliados durante o evento-teste e que deverão ser aprimorados. "Há outras pequenas mudanças que pediremos, como a luz dentro do estande de 10 metros, que não está clara o suficiente. Temos algumas posições no campo de tiro que não estão bem planas, mas são problemas que podem ser resolvidos facilmente, não pediremos nenhuma grande mudança no design. De modo geral, o design da arena está satisfatório, apenas precisamos vê-la completa", destaca.

Outro aspecto abordado durante as competições foi o fundo verde da arena de pistola de ar de 10m, mas Gary Anderson afirmou que a cor não infringe qualquer regra. "Falamos bastante com atletas e técnicos, e acho que o consenso é que isso não é realmente um problema. Cada atleta tem uma diferença de opinião sobre o que gosta. Tentamos ouvir, mas às vezes temos que encontrar uma solução intermediária", pondera. "Não há nada contrário às regras, elas não falam de que cor deve ser, apenas que não podem ser completamente brancas ou escuras. Qualquer coisa no meio está dentro das regras", completa o dirigente.

Segundo Rodrigo Garcia, a cor poderá ser alterada se for preciso. "Todos os retornos dos atletas são super válidos. A nossa comunicação visual prima pelo verde, mas, se for o caso, isso não é difícil de mudar", comenta. "Também tivemos algumas reclamações dos atletas sobre a qualidade dos pratos. Vamos trabalhar isso com o fornecedor. São detalhes, mas, quanto melhor a gente entregar os Jogos, melhor para o país", acrescenta o diretor do Comitê Rio 2016. Alguns atletas acertaram o alvo, mas não tiveram o prato quebrado nas provas externas.

Para Ricardo Brenck, vice-presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), as dificuldades encontradas nos primeiros dias foram superadas ao longo da competição. "Foi muito semelhante às Copas do Mundo que a gente participa fora do Brasil, com os três primeiros dias um pouco tumultuados por causa das entregas de credenciais aos atletas, da numeração que vão usar para treinar e competir, pelo pagamento das inscrições", exemplifica. "Depois as provas ocorreram de forma muito tranquila, com tudo dentro do programado. A avaliação é completamente positiva em relação às provas", analisa.

Nível técnico

O vice-presidente Gary Anderson usou ainda o bom desempenho dos atletas para afirmar que o Centro Nacional de Tiro Esportivo ofereceu a estrutura necessária para a etapa da competição. "A performance deles aqui foi de um nível muito alto, com pontuações tão boas como as que vemos em qualquer uma de nossas Copas do Mundo. As condições para os atletas estão boas", acredita. "Alguns atletas tiveram problemas com o calor. Nós esperamos que a temperatura esteja um pouco menor em agosto, e teremos ar condicionado no estande de finais. Eu não acho que o calor será um problema para os Jogos", avalia.

Na última sexta-feira (22.04), a croata Snjezana Pejcic quebrou o recorde mundial durante a fase classificatória da carabina 50m três posições, ao marcar 594 pontos. "Então, tecnicamente, o local está mais do que aprovado e demonstra que a gente pode ter esse tipo de competição aqui", define Rodrigo Garcia, acrescentando ainda que está em discussão a liberação do centro para treinos da seleção brasileira.


Últimos ajustes

Legado dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, o Centro Nacional de Tiro Esportivo passou por adaptações para as Olimpíadas. Segundo o Rio 2016, também foram feitas trocas de equipamentos para a realização do evento-teste. "A gente modificou os alvos, é um sistema novo que foi comprado e é um legado que fica para a confederação. Isso também foi testado. Tudo isso dá uma renovada na instalação e, por isso, a gente tem que testar. Até as posições de tiro a gente modificou um pouco", explica Rodrigo Garcia.

Para Gary Anderson, a Copa do Mundo foi encerrada com bons olhos e perspectivas otimistas. "Nós deixamos o Brasil encorajados, acreditando que não há grandes problemas que precisem ser resolvidos antes dos Jogos. Estamos ansiosos por excelentes Jogos e temos a cooperação total do Comitê Organizador, então estamos confiantes de que a lista de questões será tratada", afirma. 

Finais do dia

Neste domingo, foram realizadas as classificatórias e as finais da carabina 50m três posições e do tiro ao prato (skeet), ambas no masculino. Na carabina, o título ficou com o chinês Hui Zicheng. O americano Matthew Emmons e o chinês Zhu Qinan completaram o pódio. Já no skeet, ouro para o sueco Marcus Svensson, prata para o indiano Mairaj Ahmad Khan e bronze para o italiano Tammaro Cassandro.

"O campo está muito bom. O ruim foi que muitos atletas acertaram o alvo, mas não contou, então isso não foi bom. Todo o resto foi perfeito", avalia Svensson, campeão da última prova da Copa do Mundo. Após a competição, o americano Vincent Hancock foi premiado como o melhor atleta da temporada 2015.

Marcus Svensson levou o ouro no tiro ao prato - skeet. Foto: Wagner Meier/CBTE

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Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br