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Atletismo

14/11/2016 10h38

CT Paralímpico

Atletismo, halterofilismo e natação encerram temporada paralímpica nacional e projetam mundiais de 2017

Competição no Centro Paralímpico de São Paulo reuniu diversos representantes brasileiros nos Jogos Rio 2016. Alto nível e despedida de Shirlene Coelho marcaram o fim de semana

A Terceira Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa de atletismo, halterofilismo e natação terminou neste domingo (13.11), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A competição encerrou a temporada das três modalidades, que têm Mundiais marcados para o próximo ano. Londres receberá as provas de atletismo, em julho de 2017, enquanto a Cidade do México sediará, em outubro, as disputas de halterofilismo e natação.

Terezinha Guilhermina estreou com vitória no CT Paralímpico de São Paulo. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br

Com diversos atletas que representaram o país nos Jogos Rio 2016, o nível técnico foi elogiado pelo multimedalhista da natação, André Brasil, que coleciona 14 pódios em Paralimpíadas, sendo sete ouros, cinco pratas e dois bronzes, desde Pequim 2008. “Tenho mais de dez anos de esporte paralímpico e vi uma transformação, com calendário de competições, uma estrutura como essa, uma evolução dos atletas”, elogiou, para em seguida destacar o alto nível da competição. “Não deve em nada a nenhuma competição fora. A gente tem classificadores de alto nível, árbitros que trabalham junto ao Comitê Paralímpico Internacional, pessoas envolvidas nas competições internacionais mais importantes”.

Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br “Nos últimos dez anos vi uma transformação, com calendário de competições, uma estrutura como essa, uma evolução dos atletas”
André Brasil

A opinião é compartilhada por Yohansson Nascimento, que treina diariamente no Centro Paralímpico. “Eu treino aqui e estou familiarizado, mas tendo o circuito aqui é muito bom para que os atletas do país inteiro possam utilizar esse CT e estar competindo, ganhando medalhas e fazendo suas melhores marcas”, disse o atleta, que tem no currículo um ouro, três pratas e dois bronzes em Paralimpíadas.

Despedida

Outra referência do esporte paralímpico, Shirlene Coelho disputou e venceu o circuito em tom de despedida. A prova deste domingo marcou o encerramento da vitoriosa carreira da goiana. A lançadora anunciou o fim da trajetória como atleta logo após os Jogos Rio 2016, quando foi porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura e conquistou o ouro no lançamento de dardo e a prata no lançamento de disco.

Shirlene alcançou a marca de 31,18m no dardo. Apesar de não ter sido sua melhor marca na carreira, a atleta se sentiu orgulhosa dos dez anos que passou competindo em alto nível. Durante o período, ela acumulou duas medalhas de ouro e duas de prata em Jogos Paralímpicos, e duas medalhas de ouro e duas de bronze em Mundiais.

"Fica a felicidade em saber que em dez anos competindo, eu fiz muito por mim e pelo Brasil. Foram três Jogos Paralímpicos, com duas medalhas de ouro e duas de prata, então fica a sensação de dever cumprido. Tenho certeza de que vão se lembrar de quem foi Shirlene Coelho e o que fiz no esporte. Vou sentir saudade. Fiz muitas amizades, viagens e isso tudo vai fazer falta, mas estou decidida. Vou agora retomar meu estudo em Educação Física e, quem sabe, voltar como treinadora", contou Shirlene.

Enquanto o tom era de despedida para a lançadora, outra veterana e destaque da modalidade, a velocista Terezinha Guilhermina, fez sua estreia no Centro Paralímpico. Ela perdeu as duas primeiras etapas nacionais da competição por uma lesão muscular. E não poderia ter começado melhor: venceu os 100m (T11, cego total) com 12s24.

"Estou muito feliz pela prova em si, mas eu e o Rafael (Lazzarini, guia da atleta) ainda temos muito o que trabalhar em termos de sincronia. É um privilégio poder fazer isso em 2016, depois dos Jogos Paralímpicos. Este é um primeiro passo rumo ao Mundial de Londres, em 2017", disse a atleta de 38 anos.

Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro - 13.11.16

Natação

Na natação, Rildene Firmino (SB3) encerrou a competição com mais um recorde brasileiro na modalidade. A atleta potiguar fez 1min05s91 nos 50m peito. Com o resultado, as mulheres foram as responsáveis pela conquista de nove melhores marcas desde sábado (12.11). As outras nadadoras que encerraram o ano com o mesmo feito foram Esthefany de Oliveira, nos 50m costas S5 (56s52); Mayara Amaral, nos 100m costas S6 (1min40s75); Patrícia dos Santos, nos 200m livre (3min39s35); Rebeca Araújo, nos 100m costas S14 (1min23s64); Mariana Gesteira, nos 200m medley (2min27s93) e nos 50m livre (28s46); Cecilia Kethlen, com 3min13s57 (classe SM8) e Beatriz Carneiro com 2min52s20 (classe SM14), nos 200m medley.

Para Esthefany, o recorde é um bom presságio para o ciclo de Tóquio 2020. "Mesmo depois dos Jogos Paralímpicos, os nadadores não pararam e comecei esse novo ciclo com o pé direito. Voltei depois de um longo tempo parada por causa de uma cirurgia, mas vim forte. Agora não quero mais parar para no ano que vem estar no Mundial mais uma vez", analisou.

Halterofilismo

No halterofilismo, a experiente Márcia Menezes confirmou o favoritismo na categoria pesado feminino durante as provas de sábado (12.11). Apesar de não ter quebrado o recorde brasileiro, como esperava, ficou com o ouro ao levantar 107kg. Como as atletas tinham pesos corporais diferentes umas das outras, a divisão foi decidida pelo Coeficiente AH - método que leva em conta a massa corporal do atleta e a carga levantada. Acompanharam Márcia no pódio Amanda de Souza, com 75kg na barra, e Elizete de Araújo, com 76kg.

Nas categorias masculinas, Raimundo de Oliveira venceu a divisão até 72kg, com a companhia de Walter Oliveira e Ezequiel Correia no pódio (os três levantaram 145kg e o atleta mais leve, Raimundo, ficou com o ouro); e Ailton de Souza (155kg) foi o melhor entre competidores com até 80kg, seguido de André Paz (142kg) e Marcelo Bezerra (142kg).

Evânio Rodrigues, prata na Paralimpíada Rio 2016, confirmou o favoritismo e levou o ouro na etapa nacional. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br

Outras três categorias fecharam a disputa: até 88kg, até 97kg e unificada até 107kg e acima de 107kg. Evânio Rodrigues, responsável pela primeira medalha da modalidade em Jogos Paralímpicos, com a prata no Rio 2016, não decepcionou e ficou com o ouro na divisão até 88kg, ao levantar 195kg na barra. A prata foi para Rodrigo Marques, com 175kg, e o bronze, ficou com Reinaldo de Carvalho, ao levantar 156kg.

Entre atletas com até 97kg, o título ficou com Mateus Silva, que alcançou 171kg. Ele ficou à frente de Denilson de Souza, com 157kg, e Dirceu Santana, com 151kg. Entre os pesados (até 107kg e acima de 107kg), Christian Porteiro levantou 175kg e foi o campeão. A prata da divisão foi para Marcelo Marques, com 161kg, e o bronze ficou com Giliard Chud, também com 161kg. As disputas do halterofilismo tiveram início na sexta-feira.

Brasil2016.gov.br, com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)