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Halterofilismo paralímpico

08/09/2016 21h38

Halterofilismo

Estrangeiros fazem história no halterofilismo e empolgam torcida brasileira

No pavilhão 2 do Riocentro, público testemunha o primeiro atleta do Togo a disputar uma Paralimpíada e vê um vietnamita chegar ao primeiro ouro de seu país na competição com a melhor marca de todos os tempos

Ao entrar no Pavilhão 2, do Rio Centro, para as disputas desta quinta-feira (8.9) de halterofilismo, o togolês Aliou Bawa não escondeu o sorriso e, muito menos, o olhar encantado para a plateia. Naquele momento, ele se tornava o primeiro atleta da história da República de Togo a participar de uma Paralímpiada.

O togolês Aliou Bawa não teve sucesso em suas tentativas para levantar 113kg, mas ele se despede do Rio disposto a não desistir: “Estou muito feliz por estar aqui. Eu sabia das dificuldades. Agora é treinar para voltar em 2020”. Fotos: Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br

Bawa, que perdeu o movimento das pernas por conta de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o esporte no começo dos anos 1990. “No início era uma fórmula para manter a autoestima e me divertir”, conta. Nessa época, ele disputava partidas de basquete em cadeiras de rodas e só foi conhecer o halterofilismo a convite de um amigo.

Hoje, com 32 anos, Aliou Bawa, que também trabalha como cabeleireiro, afirma que o esporte mudou sua vida. “Eu me encontrei com o halterofilismo. Quero ser tão bom nesse esporte quanto o Adebayor é no futebol”, afirma o atleta, fazendo referência a Emmanuel Adebayor, estrela do futebol mundial e um dos maiores ídolos do esporte togolês.

Quando as disputas começaram, Bawa não conseguiu se sair bem. Mesmo sendo um dos atletas mais festejados pelo público, ele não superou a marca de 113kg e deixou os Jogos do Rio sem completar ao menos um levantamento com sucesso na classe até 49kg.

O insucesso não abalou o togolês, que saiu da disputa garantindo que pretende voltar aos Jogos Paralímpicos na edição de Tóquio, em 2020. “Estou muito feliz por estar aqui. Eu sabia das dificuldades. Agora é treinar para voltar em 2020”, diz o africano.

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O vietnamita Lê Văn Công: mesmo com o ouro assegurado, ele pediu para tentar erguer 183kg e ao conseguir estabeleceu um novo recorde mundial. Foi o primeiro ouro da história de seu país na Paralimpíada. Fotos: Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br

Recorde olímpico

Com um começo muito equilibrado, as disputas da categoria até 49kg levantaram o público presente no Pavilhão 2. Vários atletas estiveram por algum momento na liderança. No entanto, nas últimas tentativas o jordaniano Omar Qarada e o vietnamita Lê Văn Công protagonizaram um duelo particular, alternando as melhores marcas.

Na sua última chance, Công assumiu a ponta da disputa ao levantar 181kg. A medalha de ouro ficou com o atleta do Vietnã quando o adversário jordaniano não conseguiu chegar à mesma marca. Com o ouro garantido, Lê Văn Công foi mais longe: pediu para levantar 183kg e ao concluir o feito quebrou o recorde mundial da categoria, que já pertencia a ele.

A medalha conquistada pelo vietnamita foi a primeira de ouro na história paralímpica de seu país. Em cinco participações anteriores, o melhor resultado conquistado pelo Vietnã tinha sido um quarto lugar. Com a prata do Jordaniano Omar Qaradhi (177kg), o pódio ficou completo com o bronze conquistado pelo Húngaro Nandor Tunkel (155 kg).

Prova Feminina

Durante a tarde, o Pavilhão 2 recebeu as disputas femininas de halterofilismo na classe até 41kg. E assim como ocorreu pela manhã no masculino, a competição entre as mulheres teve quebra de recorde mundial e paralímpico.

A turca Nazmiye Mr.Muratlı levantou 104kg já na segunda tentativa, quebrando o recorde e empolgando a torcida, que assistia em bom número as apresentações. A medalha de prata foi conquistada pela atleta da Indonésia Ni Nengah Widiasih (102kg) e o bronze ficou com a chinesa Cui Zhe (95kg).

A modalidade

No halterofilismo Paralímpico os atletas competem deitados de costas em um banco e fazem uso da força dos braços para levantar a maior carga de peso possível. O esporte corresponde ao levantamento de peso, modalidade disputada nos Jogos Olímpicos.

Os competidores são categorizados por peso corporal. Podem praticar a modalidade atletas amputados, anões com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal.

João Paulo Machado – brasil2016.gov.br