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Geral

08/04/2016 21h37

Por dentro das obras

Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos é entregue para testes e "sonhos"

Instalação inaugurada pela presidenta Dilma Rousseff receberá natação olímpica e paralímpica. Com arquitetura "nômade" e jeito de "caldeirão", piscina já desperta ansiedade
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Prefeito Eduardo Paes, Governador Francisco Dornelles, presidenta Dilma Rousseff, Carlos Nuzman, da Rio 2016 e o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, com a placa do centro aquático. Foto: Roberto Castro/ME
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Susana na Raia 4, a dos melhores tempos. Sonho Paralímpico da atleta já tem o seu palco. Foto: Gustavo Cunha/Brasil2016.gov.br
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Entrega simbólica da chave do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Foto: Roberto Castro/ME
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Piscina principal do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Foto: Roberto Castro/ME
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Ambulâncias para serem usadas em emergências nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e que ficarão de legado após os megaeventos. Foto: Roberto Castro/ME
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Operários da obra com a presidenta Dilma Rousseff, o prefeito Eduardo Paes e o governador Francisco Dornelles
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Presidenta Dilma durante a entrega do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Susana na primeira fileira. Foto: Roberto Castro/ME
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Piscina do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos pronta para os eventos-teste. Foto: Roberto Castro/ME
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O Hino Nacional na abertura da solenidade de entrega do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos era mera formalidade para muitos, mas teve força simbólica intensa na primeira fileira de assentos, os mais próximos da presidenta Dilma Rousseff nesta sexta-feira. Ali estava sentada uma atleta de 48 anos, que já foi pentacampeã brasileira de triatlo e disputou 13 edições do Iron Man. Uma mãe de três filhos que precisou rever conceitos, metas e prioridades em função de uma sigla chamada AMS, que designa Atrofia de Múltiplos Sistemas. "Quando tocou o hino, fechei os olhos e me imaginei ganhando uma medalha aqui. É emoção demais. É o sonho de minha vida. Disputar uma Paralimpíada em casa não tem preço", disse Susana Schnarndorf.

No próximo dia 21, ela estará dentro da piscina de 50m do Parque Olímpico da Barra, que desta vez só pôde olhar da beirada e de cima da baliza da raia 4, a mais cobiçada pelos nadadores, porque nela largam os atletas de melhor tempo. Fora do pódio por 12 centésimos nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, ela busca o índice para o Rio no evento-teste e a reclassificação funcional, da Classe S6 para a S5. Isso porque nos últimos anos a severidade da doença degenerativa limitou seus movimentos e sua capacidade respiratória. "No dia 21 vou passar pela reclassificação. Na S5, serei muito mais competitiva", disse. Na natação paralímpica, num resumo simplista, quanto menor o número da classe, maior a limitação de movimentos do atleta.

Antes de mergulhar no lugar que definiu como incrível, a gaúcha que treina num centro de referência em São Caetano do Sul ouviu atenta as descrições do equipamento entregue por autoridades dos governos federal, estadual e municipal e da Rio 2016. Com R$ 225 milhões do Ministério do Esporte, o Estádio Aquático conta com piscina principal para competições e uma de aquecimento.

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Susana na Raia 4, a dos melhores tempos. Sonho Paralímpico da atleta já tem o seu palco. Foto: Gustavo Cunha/Brasil2016.gov.br

"Aqui a gente introduz o conceito de arquitetura nômade. O campo de jogo é o melhor possível, a experiência do espectador é a melhor, mas sem luxo, sem exagero. A ventilação é natural. Debaixo dos bancos há buracos que passam ventilação. A arena é parafusada. A gente fez um estádio que logo depois dos Jogos vai ser desmontado e vamos transformar em dois ou três novos equipamentos para o Rio, que vamos usar nas Vilas Olímpicas das áreas mais pobres da cidade", disse o prefeito Eduardo Paes.

"Estamos construindo um benchmarking, uma referência, uma relação de qualidade nesta Olimpíada. Primeiro, porque os Jogos estão sendo feitos com parceria entre governo federal, estado, prefeitura e setor privado. É uma característica forte. Segundo, termos encarado esse desafio dentro do prazo, com qualidade e baixo custo. Terceiro, o legado. O que fica para a população do Rio: escolas, estruturas esportivas e uma infraestrutura significativa de mobilidade", disse a presidenta Dilma Rousseff.

Pressão sadia

As arquibancadas trazem outra inovação. Como a parte interna do estádio tem apenas uma piscina, sem o tanque e o trampolim de saltos, os 18 mil lugares de capacidade bruta são mais próximos da área de competição. "Eu tenho uma caminhada longa de Jogos Olímpicos. Em nenhum deles tivemos um estádio aquático só para a natação. Vocês vão sentir a pressão sadia do público. Não teremos a torcida da natação naquela área isolada, longe, dos saltos ornamentais. Isso nos orgulha e nos deixa com a certeza de que estamos trazendo mais uma colaboração ao Comitê Olímpico Internacional", afirmou Carlos Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos.

Com a proximidade do público com jeito de "caldeirão", Susana até já projeta fixar a audição em três assentos específicos, em que estarão Maila, Kaipo e Kaillane. "Eu até estava brincando aqui. Se eu ouvir um '"Vai, mãe', na hora da competição, eu ganho as provas", afirmou a atleta.

"Não precisamos de mármore, granito ou poltronas caríssimas. Podemos fazer de forma mais razoável, com todos os requisitos esportivos, de transmissão. Temos estruturas como se fossem definitiva, mas que podem ser desmontadas. Não nos interessava ter um parque olímpico deste tamanho como legado. Já temos o Maria Lenk que nos atende 100%. A economia no projeto chegou a R$ 100 milhões", disse o ministro do Esporte, Ricardo Leyser. "Existe o perfeito e o ótimo. O ótimo é adequado para a nossa concepção. E assim sobressai a cidade. Não precisamos criar ícones da arquitetura. A cidade já é muito bonita. É um equipamento fantástico para que o esporte sobressaia", completou Leyser.

Sobressair com o esporte, aliás, é conceito que sintetiza a relação de Susana com o mundo. Ela somou forças para combater a doença sem cura no carinho pelos filhos e na prática esportiva. "Normalmente a pessoa vive seis ou sete anos com essa doença. Eu já estou com ela há 11 anos. O esporte desacelerou o processo degenerativo. Por isso, para mim ele é mais importante do que qualquer outra coisa, porque devolveu minha vida. Se eu não estivesse treinando, provavelmente não estaria mais aqui".

Eventos-teste

O Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos receberá o primeiro evento-teste a partir do próximo dia 15. Ao longo dos seis dias de competição, o Troféu Maria Lenk reunirá nadadores de 11 países, além do Brasil, e servirá como última seletiva olímpica para os donos da casa. Além dos 356 brasileiros, o torneio contará com a participação de 55 estrangeiros para as disputas das provas olímpicas. As eliminatórias têm início sempre às 9h30 e as finais, às 17h30.

Já entre os dias 22 e 24 deste mês, a nova arena sediará o Open Internacional Caixa Loterias, evento-teste da natação paralímpica. Serão 212 atletas de 19 países, e o Brasil contará com jovens promessas além da equipe principal, que compete em busca de índice para os Jogos Paralímpicos. O pólo aquático, por sua vez, fecha a sequência de torneios preparatórios no Estádio Aquático, entre os dias 25 e 29 de abril. Segundo o Comitê Organizador Rio 2016, está prevista a participação de 60 atletas, de quatro países (Brasil, Estados Unidos, Canadá e China).

O Estádio Aquático conta com uma piscina principal para competições e uma de aquecimento, sendo que ambas estão concluídas e preenchidas com água. Nos últimos dias, foram executados serviços como instalação de forros nas áreas técnicas, de luminárias e dos geradores, além da finalização da fixação dos assentos, que são nas cores verde e azul.

A fachada externa, já aplicada, é composta por 66 painéis com 27 metros de altura cada, feitos de poliéster e revestidos de PVC, com tratamento anti-UV para proteger a temperatura interna da instalação. As telas reproduzem a obra "Celacanto Provoca Maremoto", da artista plástica Adriana Varejão. A piscina principal tem cerca de 3,7 milhões de litros de água, que durante os Jogos serão mantidos entre 25 e 28 graus centígrados. Um filtro especial reduz em 25% o uso de produtos químicos e elimina 99,9% das impurezas da água.

O Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos será palco da natação, entre os dias 6 e 13 de agosto, e da fase final do pólo aquático, de 15 a 20 de agosto, durante os Jogos Olímpicos, além da natação dos Jogos Paralímpicos, de 8 a 17 de setembro.

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Ambulâncias para serem usadas em emergências nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e que ficarão de legado após os megaeventos. Foto: Roberto Castro/ME

Ambulâncias

Na mesma cerimônia de entrega do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, o Governo Federal entregou 146 ambulâncias que servirão aos turistas e atletas que participarão dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, e o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio de Souza, assinaram o Termo de Cessão dos veículos.

"As Unidades Móveis de Suporte Avançado serão utilizadas para socorrer os casos mais graves. Estamos trabalhando, em parceria com estados e demais municípios onde haverá competições para aprimorar a infraestrutura e a organização dos serviços públicos do setor, para garantir toda assistência aos brasileiros e turistas que vêm ao nosso país acompanhar o mundial", ressaltou Marcelo Castro.

Do total de ambulâncias, dez unidades foram entregues em 2015 ao governo do estado. O evento desta sexta marcou a entrega simbólica pela presidenta Dilma Rousseff das 136 ambulâncias restantes. As ambulâncias estão disponíveis para que o governo estadual do Rio de Janeiro possa buscá-las em Tatuí (SP), onde são fabricados os veículos.

Gustavo Cunha, brasil2016.gov.br, com informações do Ministério da Saúde