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Geral

25/02/2018 15h13

Coreia do Sul

Equipe do Bobsled 4-man termina em 23º e encerra a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno

Time alcançou melhor colocação da história em PyeongChang. Próxima edição dos Jogos será em Pequim 2022

A equipe de bobsled 4-man encerrou a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 batendo uma marca histórica. Neste sábado (24.02, no horário de Brasília), o quarteto formado por Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza não chegou à bateria final, mas terminou a prova na 23ª colocação, melhor posição do país na modalidade.

A marca anterior era a 25ª colocação, obtida na edição de Turim 2006. Na noite deste domingo (25.02) na Coreia (manhã no Brasil), foi realizada a Cerimônia de Encerramento dos Jogos, quando o Time Brasil desfilou com Isadora Williams, da patinação artística, como porta-bandeira.

Equipe brasileira do 4-man: resultado histórico no bobsled. Foto: COB

O Brasil voltou à pista do Olympic Sliding Centre para a terceira bateria pressionado pelo resultado obtido após as duas primeiras descidas da sexta-feira, quando ficou em 25º lugar entre os 29 times participantes. Mais do que insatisfeitos por não alcançarem a 20ª posição, que renderia a classificação para a quarta e última bateria, os atletas brasileiros estavam descontentes com o próprio desempenho.

Neste sábado, o trenó brasileiro mostrou a evolução que já vinha sendo apresentada em toda a temporada e até mesmo nos treinos oficiais na Coreia. Com uma descida veloz e segura, os brasileiros marcaram o seu melhor tempo na competição (49s80), chegando ao total de 2min29s49 após as três baterias. Se não foi o suficiente para chegar ao Top 20 e se classificar para a quarta descida, a performance fez com que o Brasil ultrapassasse os times da República Tcheca e da Austrália para ficar na 23ª colocação geral, nova marca olímpica do 4-man do Brasil. O trenó nacional ficou à frente ainda da China, Itália, Croácia e dos atletas olímpicos da Rússia.

"Hoje nós mostramos que estamos evoluindo. Com essa colocação inédita, conseguimos provar que somos capazes de fazer um bom resultado, superando equipes tradicionais no bobsled mundial", disse Odirlei Pessoni. "Evoluímos muito neste ciclo, estamos andando muito perto das principais potências. Mesmo nos Jogos Olímpicos de Sochi, a gente ainda ficava muito distante deles e agora isso não acontece mais. Mesmo sem ter neve, os esportes de inverno estão evoluindo a cada dia no Brasil, mostrando que temos potencial", completou Odirlei.

A Alemanha, potência na modalidade, conquistou o ouro, com o tempo de 3min15s85, após quatro descidas. A medalha de prata foi compartilhada pela segunda equipe da Alemanha e pela Coreia do Sul. As duas terminaram as quatro descidas com o mesmo tempo total (3min16s68). Pelo empate na prata, não houve medalhista de bronze.
Nos Jogos Olímpicos de PyeongChang 2018, o bobsled do Brasil também estreou na prova do 2-man. Edson Bindilatti e Edson Martins alcançaram a 27ª colocação na disputa. A estreia brasileira no 4-man aconteceu nos Jogos Olímpicos de Salt Lake City 2002, seguido de Turim 2006. Depois de ficar de fora de Vancouver 2010, o trenó brasileiro reapareceu em Sochi-14.

Edson Bindilatti participou de todas as quatro edições olímpicas em que o 4-man do Brasil esteve presente. Foi em Sochi que o baiano de Camamu assumiu a pilotagem. Aos 38 anos, o piloto ainda não fala em aposentadoria. "Quero ajudar cada vez mais o bobsled do Brasil. Vou seguir no circuito da Copa do Mundo todo para conhecer novas pistas e poder ajudar a formação dos jovens pilotos. Eu ainda tenho muito a agregar ao nosso time", disse Edson Bindilatti, que foi o porta-bandeira da delegação do Brasil em PyeongChang.

"Quero chegar na próxima Olimpíada sem a menor dúvida de que vamos conseguir ficar entre os 15 melhores. Aqui na Coreia, nós mostramos que temos condição para isso. Por isso fizemos a melhor colocação da história", completou o piloto.

O Time Brasil participou dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 com 10 atletas, contando o reserva do bobsled Erick Vianna. O Brasil classificou para a Coreia a terceira maior delegação das Américas, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá. Além de Isadora Williams, da patinação artística, e da equipe de bobsled, o Time Brasil em PyeongChang 2018 foi formado por Michel Macedo (esqui alpino); Jaqueline Mourão e Victor Santos (esqui cross country) e Isabel Clark (snowboard).

Para o chefe da missão brasileira e presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Stefano Arnhold, o Brasil mostrou em PyeongChang que está evoluindo nos esportes de inverno, além de mostrar histórias exemplares de superação e talento. "A Isadora Williams conquistou o público brasileiro com muito talento e carisma na patinação artística, um resultado extremamente expressivo, se classificando para o Programa Longo pela primeira vez. Tivemos também a inédita classificação da equipe de 2-man do bobsled, além da experiente Jaqueline Mourão chegando à sua sexta participação olímpica e igualando o recorde nacional. Olhando para o futuro, Michel Macedo, com apenas 19 anos, chegou aos Jogos Olímpicos nos abrindo boas possibilidades no esqui alpino", afirmou Stefano.

"O Brasil ficou em terceiro lugar em tamanho de delegação das Américas aqui em PyeongChang e à frente de 54 delegações nos Jogos. Só 36 países classificaram mais atletas do que o Brasil. Esta é a prova de que estamos crescendo ano a ano", concluiu o chefe da missão brasileira.

Após o retorno da delegação, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) iniciará o período de reuniões técnicas com a Confederações Brasileiras de Desportos no Gelo e a Confederação Brasileira de Desportos na Neve para avaliação do desempenho dos atletas, além do estabelecimento do planejamento das ações para este ciclo olímpico.

Os próximos Jogos Olímpicos de Inverno serão realizados em Pequim, entre 4 e 20 de fevereiro de 2022. A capital da China receberá a terceira edição seguida dos Jogos Olímpicos na Ásia – após PyeongChang 18 e Tóquio 20.

Cerimônia de Encerramento

Após o término de todas as disputas, o Brasil se despede de PyeongChang com a participação na Cerimônia de Encerramento dos Jogos. A primeira e única atleta da América Latina a competir na patinação artística em Jogos Olímpicos de Inverno, a Isadora Williams foi a porta-bandeira da delegação brasileira.

Isadora foi o destaque do Brasil nos Jogos, ficando em 24º lugar na prova individual feminina de patinação artística. Pela primeira vez, uma atleta do continente passou para a final da competição. Isadora fez uma apresentação impecável no Programa Curto, que a deixou em 17º lugar entre as melhores atletas do mundo. "É uma honra muito grande carregar a Bandeira Brasileira mais uma vez", disse a patinadora, que já havia sido porta-bandeira em Sochi 2014.

História

A primeira participação brasileira em uma edição de Jogos Olímpicos de Inverno aconteceu em Albertville, em 1992, na França. Desde então, o Time Brasil esteve presente a todas as edições da competição.

A Confederação Brasileira de Desportos na Neve e a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo são as responsáveis pelo desenvolvimento das respectivas modalidades no Brasil. O Comitê Olímpico do Brasil dá suporte a esse trabalho através de repasse de recursos da Lei Agnelo/Piva e projetos especiais de apoio à classificação e participação em Jogos Olímpicos de Inverno.

Acompanhe um passeio a pé ao lado da pista de bobsled na Coreia do Sul

 

Facebook Live: veja como foi o descontraído bate-papo com a equipe do bobsled

 Equipe brasileira de bobsled em PyeongChang 2018

Bate-papo ao vivo com a equipe brasileira do bobsled nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang #2018

Publicado por Rede Nacional do Esporte em Quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018


Conheça os bastidores de uma competição de bobsled

 

» Muito mais que uma descida a 150 km/h: conheça a rotina da equipe brasileira de bobsled


Mais sobre a modalidade

Os trenós são feitos de uma combinação de metais leves e primam pela aerodinâmica. O do categoria 4-man pode chegar a 3,8 metros e o da 2-man não passa de 2,7 metros. Durante a descida, a velocidade máxima por vezes alcança 150 km/h e os atletas podem sofrer a pressão de força de até 5G.

No 4-man, o piloto empurra o trenó por 20 metros e pula antes para dentro do cockpit. Em seguida, os pushers 2 (que fica à esquerda do trenó, logo atrás do piloto) e 3 (à direita do trenó) também entram e ficam em posição intermediária. Quando o quarto atleta (que empurra por trás do trenó e é denominado brakeman, por ser responsável por frear o trenó) entra, ele dá um aviso e todos ficam na posição de descida. No 2-man, o piloto empurra pelo lado esquerdo e o brakeman empurra por trás. O momento da largada é chamado de push. Nos 50 metros disponíveis para a tração, o trenó alcança cerca de 40 km/h. Na descida, a aerodinâmica, a destreza do piloto e a força da gravidade fazem a velocidade alcançar até 150 km/h.

As pistas são de concreto e cobertas por gelo. Elas devem ter entre 1.200 e 1.300 metros e possuir pelo menos 15 curvas. O piloto precisa ter todo o trajeto memorizado para acelerar o reflexo a cada instante.

Galeria de fotos dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 (imagens disponível para uso editorial gratuito)

PyeongChang 2018 - Jogos Olímpicos de Inverno

Fonte: Comitê Olímpico do Brasil e Abelardo Mendes Jr, de PyeongChang (Coreia do Sul) - rededoesporte.gov.br