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08/05/2015 09h04

Entrevista em vídeo: Ana Sátila destaca crescimento da canoagem e faz projeções para 2016

Bolsista do Ministério do Esporte ficou em segundo lugar no Mundial Sub 23 disputado em Foz do Iguaçu em abril

Ela ainda tem 19 anos, mas já é o principal nome do Brasil na Canoagem Slalom feminina. Ana Sátila acumula a experiência de ter participado de uma Olimpíada (Londres 2012) e, em abril, ficou com a prata no K1 do Mundial Sub 23, categoria que passou a disputar este ano, após sagrar-se campeã Júnior em 2014. O Campeonato que reuniu os melhores atletas jovens da modalidade foi realizado no Canal de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), local de treinamentos da seleção brasileira permanente.

O Mundial foi um aperitivo para Ana Sátila saber como será competir em casa nos Jogos Rio 2016. “É muito diferente, não tem como descrever. Ter toda minha família e amigos aqui assistindo... Essa medalha é o momento mais marcante da minha carreira”, comentou após o segundo lugar no Mundial Sub 23 de Foz do Iguaçu.

Ana não esconde a ansiedade por conhecer o local das disputas das Olimpíadas, que está sendo construído no Complexo Esportivo de Deodoro, no Rio de Janeiro. “Está todo mundo muito curioso para saber como será o circuito. Eu serei uma das primeiras a entrar e quero apreciar de perto essa estrutura espetacular”, afirmou Ana, que recebe a Bolsa Pódio, benefício concedido pelo Ministério do Esporte a atletas situados entre os 20 melhores do ranking mundial e que tenham chances reais de medalhas em 2016.

CBCa

O Estádio Olímpico de Canoagem Slalom terá o primeiro evento-teste em novembro de 2015. Quando estiver em funcionamento, o país contará com dois circuitos de padrão internacional, o de Deodoro e o de Foz. “Esse Canal de Itaipu é bom para treinar todas as técnicas. Toda a equipe está conseguindo treinar muito bem. A gente tem muita sorte de ter Itaipu como um canal exemplar para o mundo inteiro. Agora a gente vai esperar o Canal do Rio ficar pronto”, comemora Sátila.

No Mundial de 2015, a canoísta competiu no K1 (caiaque) e no C1 (canoa) individual e por equipes. Apesar de ser especialista no caiaque, ela conta as vantagens de disputar os torneios na canoa. “A C1 não é a minha categoria principal, mas decidi começar a disputá-la, justamente, para ajudar na categoria K1 que é a olímpica. A participação na C1 ajuda em tudo, desde a começar a conhecer o percurso e depois entrar na K1 já sabendo como é a pista, o nível de altura das balizas, até a treinar o melhor nível de equilíbrio e adaptação”.

Para Ana Sátila, a modalidade se desenvolveu muito no país nos últimos anos, graças ao apoio dado pelo Governo Federal e pelos patrocinadores do esporte, que permitem a estrutura e os equipamentos necessários para os treinamentos e competições, além do apoio financeiro aos atletas. “Quando eu entrei, a gente não tinha quase nada, não tinha equipe permanente, não tinha os atletas concentrados em um lugar, treinando só para esse esporte. Agora é totalmente diferente, a gente tem toda a estrutura necessária”.

Após os bons resultados na estreia da categoria Sub 23, a atleta promete seguir treinando forte para as próximas etapas da Copa do Mundo, para o Pan-Americano de Toronto e, claro, para os Jogos Rio 2016. Os canoístas que representarão o país durante as Olimpíadas serão definidos pela equipe técnica da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) no primeiro semestre do próximo ano.CBCa

Confira os principais trechos da entrevista ao Brasil2016.gov.br

Temporada 2015 e Rio 2016

A gente está treinando muito. O nosso técnico, com certeza, vai pegar pesado. A gente vai ter muitas temporadas de treinos fora do país. Treinamos a maior parte na Europa, é o lugar que tem a maior parte das etapas da Copa do Mundo e as melhores pistas do mundo. É bom para conhecer pistas diferentes, treinar com os melhores atletas do mundo e se preparar melhor.

Temos as etapas da Copa do Mundo e o Mundial, que vão servir como experiência para os Jogos Olímpicos. Ter ido para Londres (Olimpíadas de 2012) vai ajudar bastante, pela experiência. Vou saber o que eu vou encarar e vou tentar me adaptar às Olimpíadas nessa nova pista. Tenho certeza que vai ser um dos melhores resultados para o Brasil.

Principais adversárias

As minhas principais adversárias são a Jéssica Fox (Austrália), que é campeã mundial e é a melhor atleta do mundo na categoria sub 23, e a Karolina Galuskova (República Tcheca), que está treinando muito forte. Eu pretendo pegar elas como exemplo e ver o que elas fazem de diferente, analisar e ficar ali na cola delas.

Desenvolvimento da canoagem

Quando eu entrei a gente não tinha quase nada, não tinha equipe permanente, não tinha os atletas concentrados em um lugar, treinando só para esse esporte. Agora é totalmente diferente, a gente tem toda a estrutura necessária. Nunca vi no mundo uma estrutura tão boa como no Brasil. Tenho certeza que todos os atletas tentam aproveitar isso ao máximo. Todos os atletas têm salário para comprar equipamentos, a gente tem uma das melhores pistas do mundo, a gente vive junto para concentrar para as competições. Com certeza, o Brasil desenvolveu muito no nível técnico. Eu fui campeã mundial, o que nunca tinha acontecido. Até o Rio a gente vai estar bem melhor.

Apoio

A Bolsa Pódio ajuda muito. Antes não tinha tanto apoio como agora. Depois que comecei a receber a bolsa, melhorou em tudo. Posso ter o equipamento que decidi e que desejo, independente do preço, posso estar no padrão e nível técnico dos atletas internacionais. Isso que eu busco fazer com o dinheiro, melhorar na categoria e ter os melhores equipamentos para competir bem.

Competir em casa

É muito diferente. Não tem como descrever. Ter toda minha família e amigos aqui, assistindo... Essa medalha é o momento mais marcante da minha carreira. Experiência incrível. Nunca senti o que senti nessa largada. Tenho certeza que nas próximas competições estarei mais calma e experiente. Esse foi o ápice das emoções.

Vídeo: sinta as emoções de um canoísta na descida do Canal de Itaipu

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Gabriel Fialho - Ministério do Esporte