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Pentatlo moderno

13/03/2016 01h29

Evento-teste

Em prova marcada por tempestade, Yane Marques é nona no teste do pentatlo

Competição é válida também como a 2ª etapa da Copa do Mundo. No feminino, atual campeã olímpica terminou em 13º e a medalha de prata em Londres foi a 33ª. Homens disputam a final neste domingo

Rio de Janeiro - A final feminina do Evento-Teste do Pentatlo Moderno para os Jogos Olímpicos Rio 2016, disputada neste sábado (12.3), foi marcada por um temporal que ameaçou, mas não caiu durante as três primeiras das quatro provas da modalidade – natação, esgrima e hipismo.

Com isso, a tarde inteira foi de muita tranquilidade para as 36 pentatletas, de 20 países, que disputaram a competição, válida, para o calendário internacional, como a 2ª etapa da Copa do Mundo de Pentatlo Moderno.

Yane Marques, na prova de natação. Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Mas então, no início da noite, pouco depois do começo do evento combinado (prova de corrida e tiro que fecha o pentatlo moderno), uma fortíssima chuva desabou sobre o percurso montado no Parque Olímpico de Deodoro. O toró foi tão grande que adiou a premiação e impediu que as atletas atendessem a maior parte da imprensa.

Por fim, a pernambucana Yane Marques, única representante do país na final feminina e masculina (que será disputa neste domingo – 13.3), terminou em nono lugar, depois de ter sido a melhor na somatória da pontuação nas provas de natação, esgrima e hipismo. A campeã foi a italiana Claudia Cesarini, seguida pela alemã Lena Schoneborn e pela russa Donata Rimsaite. Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a lituana Laura Asadauskaite acabou na 13ª colocação geral, enquanto a britânica Samantha Murray, prata em Londres, foi apenas a 33ª.

Dona de um currículo de peso que inclui, entre outros resultados, a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos (foi ouro no Rio 2007 e Toronto 2015, além de ter ficado com a prata em Guadalajara 2011) e a prata e o bronze nos Campeonatos Mundiais de 2013 e 2015, respectivamente, Yane mostrou muita regularidade nas três primeiras disputas do dia.

A brasileira em ação na esgrima: três vitórias e uma derrota. Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Na natação, prova que abriu a final, a brasileira, contemplada com a Bolsa Pódio do governo federal, caiu na nova piscina do Centro Aquático de Deodoro para disputar a quinta e última bateria do dia. Nadando na raia 6, Yane terminou com o tempo de 2min13s61, o que lhe rendeu o sétimo lugar geral e 300 pontos na conta.

Na disputa seguinte, a esgrima, Yane fez quatro combates, dos quais venceu três. Somados os resultados do ranking round da sexta-feira (11.3), evento que definiu a ordem de entrada dos combates deste sábado e que tem um peso maior em pontuação do que o bonus round , como é chamado o evento da esgrima na final, a brasileira ficou em nono lugar geral, com 229 pontos.

No hipismo, Yane fez uma prova quase perfeita. Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Na prova de hipismo, Yane fez uma excelente passagem no belo percurso de grama montado no Parque Olímpico de Deodoro. Com apenas uma falta, ela perdeu somente 7 pontos dos 300 que tinha quando começou a competir. Com isso, somou mais 293 pontos e partiu para a última disputa do dia liderando o placar, com 822 pontos contra 816 da chinesa Qian Chen e 814 da italiana Claudia Cesarini. A essa altura, a atual campeã olímpica Laura Asadauskaite aparecia apenas em 16º, com799 pontos; enquanto a atual vice-campeã olímpica Samantha Murray estava lá atrás, na 33ª posição, com 502 pontos.

Dilúvio

No pentatlo, a soma das pontuações das três primeiras provas determina a posição de largada para o evento combinado de tiro e corrida, competição que funciona como uma disputa à parte. Nela, quem cruzar a linha de chegada após quatro voltas no circuito na frente leva a medalha de ouro.

A vantagem que Yane conquistou por ter sido a melhor colocada na média das três primeiras provas foi sair na frente da segunda colocada com uma margem de segundos que é calculada a partir da diferença de pontuação de uma atleta para a outra e assim por diante até que a última largue para prova.

Mas no evento combinado de corrida e tiro, ela acabou perdendo a liderança e ficou longe do pódio. Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Pouco depois da largada, entretanto, o temporal desabou em Deodoro e a forte chuva transformou a prova em algo ainda mais complicado para as atletas que, além do cansaço de uma tarde inteira de disputas nos três eventos anteriores tiveram que lidar com a grama encharcada e com a dificuldade de atirar e correr em condições muito adversas.

Neste domingo (13.3) será disputada a final masculina. No total, 103 pentatletas, de 36 países, iniciaram o evento-teste na fase de classificação. O Brasil esteve representado por nove competidores, mas nenhum deles conseguiu ficar entre os 36 finalistas.

Vagas olímpicas

Até o momento, o Brasil tem apenas uma atleta garantida nos Jogos Olímpicos Rio 2016 no pentatlo moderno: Yane Marques, que carimbou o passaporte ao conquistar a medalha de bronze no Mundial de 2015, em Berlim. Por ser país-sede, o Brasil tem assegurada uma vaga no feminino (que já está ocupada por Yane) e uma vaga no masculino (cujo dono ainda será definido). Pelas regras, cada país pode ter no máximo dois atletas por gênero nos Jogos Olímpicos.

Para o técnico de Yane Marques, o coronel Alexandre França, que além da medalhista olímpica treina as atletas Priscila Oliveira e Larissa Lellys, a expectativa é que Brasil consiga classificar mais um atleta para defender o país no Rio em agosto.

“Estamos trabalhando com a expectativa de termos três atletas nessas Olimpíadas. Duas no feminino e um no masculino. A Priscila e a Larissa estão brigando pela outra vaga e acho que elas têm boas chances. Essa é a segunda etapa da Copa do Mundo de um total de quatro. Estamos na metade da briga para saber quem vai se classificar. Na semana que vem temos o Campeonato Pan-Americano em Buenos Aires e depois ainda teremos, antes das Olimpíadas, a etapa final da Copa do Mundo, nos Estados Unidos, e o  Campeonato Mundial, na Rússia, no final de maio”, detalhou o treinador.

Do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br