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Volei de praia

21/05/2017 15h51

Vôlei de praia

Brasil é ouro no masculino e no feminino na etapa do Rio do Circuito de Vôlei de Praia

Os campeões olímpicos Alison e Bruno Schmidt voltaram a brilhar, enquanto a medalhista de prata no Rio 2016 Ágatha e sua nova parceira Duda chegam ao primeiro título internacional

Primeiro evento internacional disputado no Parque Olímpico desde o fim dos Jogos Rio 2016, a etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Vôlei de Praia terminou neste domingo (21.05) em clima de festa para o Brasil. No masculino, os atuais campeões olímpicos Alison e Bruno Schmidt provaram que são mesmo os donos do Rio de Janeiro e garantiram a medalha de ouro. O mesmo ocorreu no feminino, com Ágatha, medalha de prata nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (ao lado de Bárbara Seixas), e sua recente parceira, a jovem Duda, de apenas 18 anos.

A final feminina foi a primeira a ser disputada no Centro Olímpico de Tênis, que recebeu bom público, responsável por garantir a agitação nas arquibancadas e dar à arena olímpica o clima contagiante de decisão de um grande evento internacional que lembrou os Jogos Rio 2016.

Ágatha e Duda comemoram o triunfo sobre as canadenses na decisão. Foto: FIVB

Nas areias, Ágatha e Duda tinham pela frente a missão de superar as canadenses Sarah Pavan e Melissa Humana-Parede, responsáveis pela eliminação, nas quartas de final, das alemãs Ludwig e Walkenhorst, medalhas de ouro no Rio 2016.

No primeiro set, as brasileiras dominaram as canadenses e, embaladas pela torcida, venceram sem problemas por 21/14. As rivais, entretanto, reagiram na segunda etapa e empataram com o placar de 21/13. A decisão, então, foi para o tie-break. No desempate, após jogo equilibrado, um bloqueio de Ágatha selou o triunfo brasileiro por 15/13.

“É nosso primeiro título juntas no Circuito Mundial. Acho que eu e Duda (que jogam juntas há apenas cinco meses) passamos por jogos bem difíceis. A nossa chave foi super equilibrada. A gente chegou nessa final com uma carga energética pesada, por tudo o que a gente passou. Mas a gente queria ganhar. Então, fizemos de tudo, mesmo com toda a adrenalina. Dormimos cedo, descansamos e poder chegar hoje e jogar bem foi muito legal”, comemorou Ágatha.

“É muito especial ganhar esse título, principalmente no Brasil. É nosso primeiro título mundial e é muito especial. Estou bastante feliz. A gente trabalhou muito para esse torneio. Conseguir esse título ao lado da Ágatha, nossa, é algo que não tenho nem palavras para descrever minha felicidade”, completou Duda.

De novo o ouro

Depois da festa feminina, foi a vez de Alison e Bruno tomarem conta da quadra. Aplaudidíssimos pelo público, os campeões olímpicos fizeram um primeiro set equilibrado contra os poloneses Losiak e Kantor, que não deram trégua. Mas depois de salvar três set points, os brasileiros fecharam em 25/23.

Na sequência, com atuação impecável de Alison no bloqueio, sempre apoiado pela eficiência de Bruno nas ações defensivas, os donos da casa tomaram conta do jogo e fecharam sem problemas por 21/12. Com isso, nove meses após conquistarem o histórico ouro olímpico no Rio, Alison e Bruno brilharam de novo na Cidade Maravilhosa, desta vez pelo Circuito Mundial.

Bruno Schmidt ataca para cima dos rivais poloneses na final. Foto: FIVB

“Não só porque é no Rio e a Olimpíada está bem fresca ainda, mas defender seu país em casa é algo que me deixa sem palavras. Nada se compara a isso. É bacana olhar para a arquibancada e ver o pessoal gritando seu nome, ver o pessoal com um carinho enorme e uma confiança pelo time, isso aí é uma coisa que eu nem sonhava quando comecei”, celebrou Bruno Schmidt.

“A gente confia muito na equipe, nesse time, não desistimos em nenhum momento, então essa é a dupla Alison e Bruno Schmidt”, emendou Alison, que revelou que sofreu com um problema no joelho na véspera do início dos jogos da chave principal (na quarta) e só saiu do hospital às 3h da manhã naquela madrugada.

“Eu não sei explicar esse momento, porque é uma energia incrível. Eu estava no hospital às 2h da manhã. Tive um furúnculo no joelho e só voltei ao hotel às 3h30. Ninguém sabia disso, só o Bruno, a minha equipe e alguns médicos. Depois de um procedimento cirúrgico eu estou aqui fazendo o meu melhor para o meu país”, detalhou Alison.

Longe de Copacabana

A etapa foi resultado de uma parceria entre a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e a Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Para o Ministério do Esporte e para a AGLO, a competição é mais uma ação do plano de legado, que prevê, entre outras iniciativas, o uso sistemático das arenas sob a responsabilidade da AGLO – Centro Olímpico de Tênis, Velódromo e Arenas Cariocas 1 e 2.

Medalhistas da etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Vôlei de Praia: festa brasileira. Foto: FIVB

O presidente da AGLO, Paulo Márcio, acompanhou as finais neste domingo e, ao fim, fez um balanço do evento. “É o primeiro de vários outros grandes que vamos fazer aqui, não só no Centro de Tênis, mas também de outras modalidades, lá no ciclismo (Velódromo), na Arena 1. Esse foi apenas o pontapé inicial e começamos com o pé direito, vencendo os dois torneios, masculino e feminino. Isso é de extrema importância para o esporte brasileiro. A AGLO precisa fazer uma agenda consistente e isso vem sendo construído. Isso é fruto de uma equipe que trabalha para fazer de todo nosso legado um legado bem aproveitado e acho que esse nosso objetivo neste evento foi alcançado”.

Alison também falou sobre a realização da competição no Parque Olímpico e disse que apoia a decisão. Para ele, a etapa do Circuito Mundial ser jogada longe da praia é algo que, no futuro, o público vai se acostumar e, com isso, o campeão acredita que em breve o evento terá mais público.

“Acho que é normal, quando se fala em vôlei de praia, falar em Copacabana. É normal em toda mudança existir um pouco de desconfiança e de resistência. Mas acho que esse é o caminho. No Desafio estava mais cheio (Gigantes da Praia, evento exibição que foi realizado em fevereiro no Centro Olímpico de Tênis), agora está um pouco melhor, e acho que o povo brasileiro vai se acostumar. A estrutura é melhor do que em uma arena e é normal esse início não estar totalmente lotado, até porque aqui cabem oito mil pessoas. É muita gente. Mas acho que com o Brasil ganhando e fazendo um bom papel, isso só tem a melhorar”, encerrou o Mamute.

Na disputa da medalha de bronze, as brasileiras Barbara Seixas e Fernanda Berti acabaram derrotadas pelas tchecas Barbora Hermannova e Marketa Slukova, que venceram por 2 x 0, com parciais de 23/21 e 21/18. No masculino, o bronze ficou com os italianos Nicolai e Lupo, medalhas de prata no Rio 2016, que venceram os norte-americanos Brunner e Patterson por 2 x 1, com parciais de 21/15, 24/26 e 15/11.

Do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte