Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Em bate-papo online, Petrúcio Ferreira relembra momentos marcantes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016

Atletismo paralímpico

06/09/2017 18h04

Um ano dos Jogos Paralímpicos

Em bate-papo online, Petrúcio Ferreira relembra momentos marcantes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016

Para celebrar o marco de um ano da realização dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016, comemorado nesta quinta-feira (07.09), o velocista Petrúcio Ferreira participou nesta quarta (06) de bate-papo ao vivo na página do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no Facebook. O medalhista paralímpico relembrou momentos marcantes, revelou bastidores e falou sobre as mudanças na sua vida após a primeira edição dos Jogos na América do Sul.

O paraibano Petrúcio Ferreira, 20 anos, fez sua estreia na maior competição paralímpica no Estádio do Engenhão e conquistou três medalhas (ouro nos 100m T47 – amputados - e prata no revezamento 4x100m T42-47 e nos 400m T47), além de bater duas vezes seguidas o recorde mundial na prova 100m T47. Leia mais sobre as medalhas de Petrúcio

Para Petrúcio, o evento teve o poder transformador na sua vida. "Mudou a minha forma de pensar. Eu pensava de forma negativa e vi que depois dos Jogos melhorou a minha visão em relação à vida. Passei a acreditar que o único obstáculo na nossa vida é a gente mesmo. Vendo o Daniel Dias nadar (conquistou nove medalhas no Rio) percebi que podemos fazer qualquer coisa na vida", disse durante a entrevista online.

Assista à entrevista:

1 ano dos Jogos Paralímpicos #RIO2016

1 ano dos Jogos Paralímpicos #RIO2016.

Publicado por Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB em Quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Os Jogos Paralímpicos foram disputados entre os dias 7 e 18 de setembro de 2016. O Brasil levou a sua maior delegação da história para o Rio 2016, com 286 atletas. Os atletas brasileiros subiram 72 vezes ao pódio, um crescimento de 67% em comparação a Londres 2012. Treze modalidades medalharam, sendo quatro inéditas: canoagem, ciclismo, halterofilismo e vôlei sentado.

O título paralímpico de Petrúcio nos 100m T47 foi um dos pódios inesquecíveis do Brasil. O dia 11 de setembro 2016 ficará na memória do jovem como o dia em que o mundo conheceu o paraibano que só tinha três anos como atleta profissional até subir ao alto do pódio do Rio 2016.

petrucio_.jpg
Petrúcio (E) ficou com o ouro nos 100 100m T47 (amputados) no Rio. O bronze também foi brasileiro, com Yohansson Nascimento. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 

O melhor tempo de Petrúcio era de 10s77 antes dos Jogos Paralímpicos. Na semifinal dos 100m, ele conseguiu baixar o recorde mundial em 10 segundos. Na final, o brasileiro quebrou novamente a marca, registrando 10s57. Foram dois recordes mundiais e mais a medalha de ouro para o Brasil.

"A minha maior felicidade foi esse ouro, que foi na minha primeira prova nos 100m. Fiquei muito feliz em ter conquistado o título, porque durante os Jogos eu estava conseguindo realizar um sonho de criança. Sempre falava para a minha mãe que um dia eu iria representar o meu país. Sabia que era uma oportunidade única, consegui dar o meu melhor e quebrar um recorde. O que me deixou mais feliz foi subir no lugar mais alto do pódio e ter ouvido o hino nacional do meu país em casa", recordou.

Durante os Jogos Paralímpicos, Petrúcio dividiu a experiência de se hospedar na Vila Paralímpica com o atleta Rodrigo Parreiras, também do atletismo. Do quarto ao lado, o Daniel Tavares, recordista mundial dos 400m, e o Gustavo Henrique, velocista, dividiram os momentos marcantes no Rio 2016.

"As lembranças mais recentes dos Jogos são as melhores. Há um ano estava eu, o Danielzinho, o Gustavo e o Rodrigo Parreira. Estávamos no quarto comentando como seria a abertura dos Jogos, batendo aquela ansiedade para chegar na abertura e principal, chegar as competições", recordou.

Pós-Jogos

Para o jovem atleta, o principal conquista da Rio 2016 foi a mudança de visão das pessoas em relação aos atletas paralímpicos. "O reconhecimento do esporte paralímpico mudou muito depois do Rio 2016. Antes, sofri preconceito na época do colégio e hoje as pessoas me olham de forma diferente, como atleta bem sucedido e que inspira as pessoas", completou.

Petrúcio revelou ainda que os Jogos abriram novas oportunidades de patrocinadores. "Consegui alguns patrocinadores que me ajudam muito. Entrei no Time Nissan, que agora é minha nova família, firmei nova parceria com a Nike, além das Loterias Caixas e do Ministério do Esporte com a Bolsa Pódio, que ajuda bastante. A questão financeira ajuda muito porque os atletas precisam de uma boa alimentação e um bom descanso para conseguir ter bons resultados", finalizou.

Leia também: 

» Um ano depois, o legado imaterial é de "carne e osso"

» Atletas que competiram no Rio 2016 relembram a expectativa para a abertura do megaevento no Maracanã

» Multicampeão paralímpico, Daniel Dias busca motivação em servir de referência para a nova geração

 

Breno Barros – rededoesporte.gov.br