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Atletismo

19/02/2018 13h11

Coreia do Sul

Dupla brasileira do bobsled termina a competição em PyeongChang na 27ª colocação

Esta foi a primeira vez que o Brasil disputou uma Olimpíada o trenó 2-man. Equipe busca ficar entre os 20 primeiros no 4-man

 

Em sua primeira participação no trenó de duas pessoas em Olimpíadas, o bobsled brasileiro terminou na 27a colocação entre as 30 equipes que disputaram a prova do 2-man nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018. Nesta segunda-feira, o piloto Edson Bindilatti e o brakeman Edson Martins fizeram o tempo de 50s35 em sua terceira descida na pista, somando o tempo total de 2min30s71, pois no domingo haviam descido outras duas vezes (com 50s14 e 50s22).

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Foto: Geovaine de Oliveira/EXPORTT

Após três baterias, as 20 duplas com o os melhores tempos seguiram para uma quarta tentativa - quando as medalhas foram disputadas. Os trenós que ficaram com ouro e prata fizeram exatamente o mesmo tempo acumulado: 3min16s86. Pelos critérios de desempate, os canadenses Justin Kripps e Alexander Kopacz ficaram à frente dos alemães Francesco Friedrich e Thorsten Margis. O terceiro lugar foi para a dupla da Letônia, formada por Oskars Melbardis e Janis Strenga.

Edson Bindilatti não lamentou a posição. A classificação para os Jogos de PyeongChang já foi uma conquista inédita. "Sabemos que poderíamos ter ido melhor, mas a avaliação é positiva. Nossa vitória já foi classificar o trenó de dois para os Jogos. Qualquer um que se classifique para estar aqui mostra que é competitivo. Agora, temos que evoluir a cada descida para chegar firme na disputa do 4-man", disse o atleta, que foi o porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura. "A gente esperava mais. Estava um pouco ansioso e isso pode ter atrapalhado. O importante é mostrar evolução no push (momento de empurrar o trenó na largada e na pilotagem, o que já aconteceu na segunda descida", completou Bindilatti.

Na prova olímpica do 2-man em PyeongChang, os trenós chegaram a alcançar 135,5 km/h. No 4-man, a velocidade máxima ultrapassa os 150 km/h. Em um esporte com tanta velocidade, qualquer mínimo descuido significa uma descida mais lenta. "Na terceira descida, tive um errinho na curva 2 e, se você erra ali, perde velocidade para o restante do percurso. Dava para ganhar uma ou duas posições sem esse erro. Tanto é que a dupla da Letônia, que estava muito rápida nas outras descidas, perdeu o ouro justamente em um descuido rápido na curva 2 na segunda descida", explicou o piloto dos trenós 2-man e 4-man do Brasil.

A dupla do 'bobsledson': o piloto Edson Bindilatti e o brakeman Edson Martins. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Além do status olímpico, a participação no 2-man serviu, também, para aumentar o número de treinos e descidas para o piloto da equipe. "Temos ainda três dias para a estreia do 4-man, que é o nosso ponto forte. Além dos treinos que já fizemos e os que ainda vamos fazer com o quarteto, com essas três descidas em competição do 2-man, ganhamos mais experiência na pista de PyeongChang para o 4-man, que é o nosso ponto forte", acrescentou. "Nossa meta é ficar entre os 20 melhores e fazer a quarta descida. Nos últimos quatro anos, tivemos um salto incrível de qualidade. Saímos de ranking perto de 70 e chegamos a alcançar a 16a posição do mundo. Isso mostra que a possibilidade é real", finalizou Bindilatti, que esteve presente nas três edições olímpicas em que o 4-man do Brasil disputou. Apenas em Sochi ele assumiu a pilotagem. Antes de PyeongChang, o 4-man do Brasil desceu em Salt Lake City 2002 (27º lugar), Turim 2006 (25º lugar) e Sochi 2014 (28º lugar). 

A equipe brasileiro conta, além de Bindilatti como piloto e Martins, com o pushman Odirlei Pessoni e o brakeman Rafael Souza. Erick Vianna é o reserva. As provas serão disputadas nos dias 24 e 25 de fevereiro, no Olympic Sliding Centre.

Acompanhe um passeio a pé ao lado da pista de bobsled na Coreia do Sul

 

Veja o momento de desaceleração até a completa parada

 

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Bobsled: conheça o esporte

Os trenós são feitos de uma combinação de metais leves e primam pela aerodinâmica. O do categoria 4-man pode chegar a 3,8 metros e o da 2-man não passa de 2,7 metros. Durante a descida, a velocidade máxima por vezes alcança 150 km/h e os atletas podem sofrer a pressão de força de até 5G.

No 4-man, o piloto empurra o trenó por 20m e pula antes para dentro do cockpit. Em seguida, os pushers 2 (que fica à esquerda do trenó, logo atrás do piloto) e 3 (à direita do trenó) também entram e ficam em posição intermediária. Quando o quarto atleta (que empurra por trás do trenó e é denominado brakeman, por ser responsável por frear o trenó) entra, ele dá um aviso e todos ficam na posição de descida. No 2-man, o piloto empurra pelo lado esquerdo e o brakeman empurra por trás. O momento da largada é chamado de push. Nos 50m disponíveis para a tração, o trenó alcança cerca de 40 km/h. Na descida, a aerodinâmica, a destreza do piloto e a força da gravidade fazem a velocidade alcançar 150 km/h.

As pistas são de concreto e cobertas por gelo. Elas devem ter entre 1.200 e 1.300 metros e possuir pelo menos 15 curvas. O piloto precisa ter todo o trajeto memorizado para acelerar o reflexo a cada instante.

 

Galeria de fotos dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 (imagens disponível para uso editorial gratuito)

 

PyeongChang 2018 - Jogos Olímpicos de Inverno

 

De PyeongChang (Coreia do Sul), Abelardo Mendes Jr - rededoesporte.gov.br