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Hipismo

19/08/2016 17h24

Hipismo

Doda Miranda e Pedro Veniss avançam para a segunda final, mas terminam longe do pódio

Brasil se despede da modalidade sem medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio. Outro cavaleiro na competição, Eduardo Menezes foi eliminado ainda no round A

O clima bem que ganhou ares de celebração brasileira. No último dia do hipismo nos Jogos Olímpicos do Rio, e debaixo do forte sol de Deodoro, a torcida compareceu, as bandeiras nacionais estavam ali e o percurso, desenhado pelo armador Guilherme Jorge, era repleto de obstáculos temáticos, todos exaltando a cultura dos anfitriões. No entanto, a alegria do ouro de Atenas-2004 e dos bronzes de Atlanta-1996 e Sydney-2000 foi a única ausência desta sexta-feira (19.08). Depois de erros no primeiro round da final individual de saltos, Doda Miranda, Pedro Veniss e Eduardo Menezes viram o sonho da medalha se afastar.

Ao lado de outros 32 conjuntos, os brasileiros disputaram durante a manhã o round A, etapa que ficou marcada pela grande quantidade de atletas, 13 ao todo, que conseguiram “zerar” a prova, ou seja, não cometer falta e, assim, deixar a pista sem pontos perdidos. “Os cavalos estão saltando bem. Os obstáculos são bonitos e chamativos, então os cavalos acabam prestando mais atenção e conseguem ler melhor. Acabou ficando um pouco suave”, avalia o experiente Doda Miranda, em sua quinta participação olímpica. Com muitas plantas e flores pelo terreno, os obstáculos tinham temas que representavam do Jardim Botânico às festas juninas do país.

O brasileiro Doda Miranda destacou a atenção dos cavalos nos obstáculos temáticos. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

Mesmo com o percurso considerado mais simples, os brasileiros não tiveram sorte. Eduardo Menezes (montando Quintol) cometeu duas faltas e, com oito pontos perdidos, acabou eliminado ainda no round A. Pedro (Quabri de L’isle) e Doda (Cornetto K) derrubaram um obstáculo cada e, com quatro pontos de desvantagem, ainda conseguiram vaga no round B, mas sabiam que o caminho para o pódio tinha se complicado.

“Acabei montando um pouco mais forte do que eu precisava no rio, que foi o salto anterior ao da minha falta, e isso desregulou um pouco o meu cavalo. Acho que ele ficou um pouco mais agitado”, argumenta Doda, torcendo por uma vantagem no fator psicológico para o percurso final. “A gente acaba entrando com menos pressão. Quem fez 0 pontos já está pensando muito na medalha, aí pode acabar errando”, destaca.

Passado o intervalo, quando os cavalos ganharam um momento de sombra, com direito a ventilador e água com eletrolítico para repor as energias, os cavaleiros retornaram à pista na parte da tarde. Doda e Pedro dependiam de uma apresentação limpa e, além disso, contar com erros dos rivais, já que o resultado seria uma combinação dos rankings das finais A e B.

Pedro Veniss ultrapassou o tempo limite no segundo round e foi penalizado. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

No que estava nas mãos deles, os cavaleiros até cumpriram com a obrigação. Em um percurso mais exigente e com o tempo limite de 68 segundos, Doda não cometeu falta e continuou com os mesmos quatro pontos. Pedro também não derrubou os obstáculos, mas recebeu um ponto a mais por extrapolar o tempo da prova. Com os adversários repetindo o bom desempenho da manhã, os brasileiros acabaram caindo na classificação. Doda ficou em nono lugar, empatado com outros seis cavaleiros, enquanto Pedro terminou em 16º, ao lado de outros dois.

“Acho que poderia ter feito melhor hoje, mas agora me resta trabalhar nos próximos quatro anos e agradecer por ter esse cavalo fantástico. Vou poder contar com ele para as Olimpíadas de Tóquio”, comenta Pedro. “Acho que a gente fez uma boa Olimpíada. Ficamos decepcionados por não conseguir uma medalha, mas mostramos para todos que a gente brigou com os melhores do mundo, algo que, há seis meses, não pensavam que a gente ia conseguir”, acrescenta o atleta. Na última quarta-feira (17), os brasileiros terminaram com a quinta colocação na final por equipes.

Rio 2016 - Hipismo - Finais - 19/08/2016

Decisão

Depois dos dois rounds, seis cavaleiros continuavam empatados, sem nenhuma falta cometida, e precisaram seguir para uma disputa de desempate. O sétimo colocado, o holandês Jeroen Dubbeldam, ficou de fora da decisão após ganhar um ponto por ter extrapolado o tempo em apenas dois centésimos de segundo. Muito abalado, o atleta de 43 anos mal conseguia conter o choro para conceder entrevistas. Um novo percurso foi montado no Centro de Hipismo para, então, o ouro ser faturado pelo britânico Nick Skelton (Big Star). A prata ficou com o sueco Peder Fredricson (All In), e o bronze, com o canadense Eric Lamaze (Fine Lady 5).

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br