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Ginastica artística

16/10/2018 00h43

Buenos Aires 2018

Com prata na barra fixa, Diogo Soares faz história na ginástica artística masculina

Após machucar dedo nas paralelas, brasileiro suporta dor, conquista o segundo pódio nos Jogos da Juventude e se torna o ginasta nacional mais premiado no torneio

O Brasil encerrou a participação na ginástica artística dos Jogos Olímpicos da Juventude nesta segunda-feira (15.10) com a melhor campanha brasileira no masculino na história da competição. Com a prata na barra fixa, Diogo Soares fechou o torneio com duas medalhas e cinco finais.

"É uma felicidade imensa. Já ganhei outras medalhas em sul-americanos e pan-americanos, mas levar as primeiras que o Brasil tem no masculino em olimpíadas juvenis é uma felicidade que não tem explicação. São do Brasil, não são somente minhas", celebrou. O brasileiro marcou 13.266 pontos e ficou atrás apenas do japonês Takeru Kitazono (13.566). O húngaro Krisztian Balazs fechou o pódio (13.233).

Diogo Soares e a prata conquistada na prova da barra fixa. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br
"É uma felicidade imensa. Já ganhei medalhas em sul-americanos e pan-americanos, mas levar as primeiras que o Brasil tem no masculino em olimpíadas juvenis não tem explicação"
Diogo Soares

Não foi uma prova fácil. Diogo teve que suportar a dor na mão machucada durante a primeira prova da noite. "Eu não conseguia mexer o dedo, mas pensei: peguei final de barra [fixa]. Cheguei até aqui e uma batidinha no dedo não vai jogar meu sonho no lixo. Era o último aparelho, a última chance", contou.

Ao todo, o ginasta participou de cinco finais por aparelhos. Na disputa das barras paralelas, apostou numa estratégia arriscada para brigar por medalha. Incluiu um movimento novo, que deixou a série mais difícil. Não deu certo. Ele falhou na execução e terminou em último lugar, com a nota de 12.225. O pódio foi formado pelo japonês Takeru Kitazono (14.166), pelo Chinês Dehang Yin (13.800) e pelo russo Sergei Maidin (13.633).

No domingo, o ginasta ficou na sexta colocação nas finais de argolas e saltos. No sábado, em sétimo na prova do cavalo com alças. "Eu competi as quatro finais anteriores e errei. Então fui com tudo e ganhei a medalha. Ela representa todos os aparelhos. Todos os dias de treino, minha competição toda", resumiu. O paulista de Piracicaba, 16 anos, também conquistou em Buenos Aires o bronze no individual geral, a prova mais completa da ginástica artística.

Diogo começou na ginástica aos quatro anos, imitando a irmã mais velha que praticava o esporte. Foi assim que conheceu o técnico Daniel Biscalchin, na Academia Pira Olímpica. Ele treina até hoje na mesma estrutura. "O Diogo é uma das nossas grandes promessas", afirmou Henrique Motta, coordenador geral da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

O brasileiro é campeão sul-americano e pan-americano juvenil. No currículo, tem ainda um bronze na Japan Junior Cup. Além disso, em setembro, conquistou seis medalhas, incluindo o ouro no individual geral, no International Eg Wohnen Juniors Trophy, que reúne atletas de categorias de base, na Alemanha. Ele também sustenta o posto de ter conquistado mais títulos de campeonatos da base do país nos últimos anos. "Meu foco agora é a Olimpíada de 2020. Você precisa ter um sonho e trabalhar para que isso aconteça", disse.

Nanquim 2014

Na última edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, a ginasta Flávia Saraiva, com 14 anos e a mais jovem da delegação brasileira, conquistou três medalhas: ouro no solo e pratas na trave e no individual geral (soma de todos os aparelhos). Foi a melhor campanha da modalidade em Jogos da Juventude.

Cynthia Ribeiro, de Buenos Aires, na Argentina - rededoesporte.gov.br