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27/07/2016 17h45

Vila Olímpica

Delegação australiana recebe chave simbólica e elogia ajustes nos apartamentos

Atletas de outros países relatam problemas nos primeiros dias, mas afirmam que os pedidos de conserto foram atendidos

O desentendimento entre a delegação da Austrália e a organização dos Jogos Rio 2016, em virtude de problemas nos apartamentos da Vila Olímpica, ganhou um capítulo final nesta quarta-feira (27.07). Com pedido de desculpas pelo ocorrido, o prefeito Eduardo Paes entregou à chefe de missão Kitty Chiller uma chave simbólica da cidade do Rio de Janeiro. Bem humorados e de posse de um canguru boxeador para presentear o prefeito, os australianos afirmam que a primeira impressão já foi superada.

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Atletas do time de hóquei da Austrália posam ao lado do prefeito e da chefe de missão. Foto: Buda Mendes/Getty Images

“Temos cerca de 50 atletas nossos na vila agora e houve um tremendo trabalho nas últimas 72 horas. Tivemos 30 atletas chegando ontem à noite, outros 17 chegando hoje e estão todos muito felizes”, contou Kitty Chiller. A delegação australiana terá, ao todo, 420 atletas, sendo que a maior parte desembarcará no local nos próximos dias. “Tivemos nossos desafios, mas a paixão, o compromisso e a boa vontade do seu povo de nos ajudar foi excepcional”, elogiou.

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A Austrália será o único país a receber formalmente a chave simbólica. Para a chefe de missão, o gesto representa a ajuda recebida na última semana. “Muitos países tinham questões uma semana atrás e nós trabalhamos juntos, com a cidade, o prefeito e o comitê organizador, e consertamos esses desafios. Então essa chave representa o significado dos Jogos Olímpicos e do movimento olímpico, que é espírito desportivo, amizade, fair play e respeito”, definiu.

“Fizemos testes de estresse e continuamos a fazer com algumas pequenas questões, em pequenos apartamentos, mas isso é normal em qualquer vila, onde você tem tanta gente nos prédios. Eu sempre disse que esta é a melhor vila que eu já vi nas minhas cinco Olimpíadas”, acrescentou a dirigente.

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Chris Ciriello e Glenn Turner, jogadores de hóquei da seleção australiana. Foto: Ana Cláudia Felizola/brasil2016.gov.br

Membros do time de hóquei sobre grama compareceram à cerimônia desta quarta-feira e não relataram qualquer falha em seus apartamentos. “Acho que o comitê australiano fez um esforço antes de chegarmos aqui e agora está muito bom. Estamos felizes”, disse Chris Ciriello. A equipe entrou no espaço ontem (26), por volta das 21h. “Tivemos tudo arrumado para nós, então está muito bom. Não tivemos nenhum problema. A comida está boa, a praça de alimentação, a área de caminhada. Está bem legal”, completou o jogador Glenn Turner.

O prefeito Eduardo Paes admitiu e lamentou os incidentes ocorridos. “Falhas aconteceram e não tem como negar isso. A vila estava pronta há muito tempo e os problemas estão sendo resolvidos em cinco ou seis dias”, afirmou, negando que o mesmo possa se repetir em arenas de competição. “Acho que teve uma desatenção do síndico da vila de não ter olhado apartamento por apartamento. As arenas estão sendo olhadas com mais atenção. Esse problema nunca surgiu, não houve nenhum alerta. Entregamos a vila há três meses para o comitê organizador e não era um tema que aparecia. Fomos de fato surpreendidos, mas que bom que as coisas estão caminhando para uma solução”, acrescentou.

Paes ainda se desculpou pela brincadeira que fez durante a abertura oficial da Vila Olímpica, no último domingo (24), sobre colocar um canguru no prédio da Austrália. “Eu fiz uma referência ao canguru, que é um símbolo para eles, mas não era o momento de fazer brincadeira. Acabou gerando um mal entendido, mas eu tenho muita alegria de receber todo mundo aqui no Rio e queremos tratar a todos bem e que nossos atletas se sintam em casa”, comentou.

Durante a tarde, o prefeito e o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, estiveram na orla Conde, que receberá a pira olímpica. Bach também comentou a situação da Vila dos Atletas, visitada por ele pela manhã. “Foi uma grande experiência ver que, depois de todos os desafios, os atletas estão entusiasmados em estar aqui, confiantes de que serão grandes Jogos”, analisou.

Falhas resolvidas

Atletas e membros de comissões técnicas de outros países também relataram algumas adversidades iniciais com os apartamentos, mas que, segundo eles, já foram vencidas. “Tivemos alguns problemas, mas eles já arrumaram. Alguns quartos não tinham luz e a água do vaso sanitário estava vazando ao dar descarga. No mesmo dia chamamos e, uma ou duas horas depois, eles chegaram para arrumar”, contou a guatemalteca Rosario Avendaño, responsável por conferir as instalações dos atletas do país, e que chegou à vila no último dia 23.

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Titus Zvomuya, chefe de missão do Zimbábue, mostra seu prédio ao fundo: boa recepção dos brasileiros. Foto: Ana Cláudia Felizola/brasil2016.gov.br

Ben Mahinda, fisioterapeuta da equipe de rúgbi do Quênia, também precisou solicitar um reparo e foi atendido. “A água do banho estava um pouco fria, mas consertaram”, adiantou. “A vila e o ambiente estão muito bons, apesar de um pouco quente. Todo resto está muito bom”, disse, animado.

Chefe de missão do Zimbábue, Titus Zvomuya não fez críticas ao espaço. “Nós do Zimbábue estamos muito felizes. O apartamento está bom, sem problemas. Tudo está em ordem, com água quente e wi-fi”, avaliou, elogiando ainda a recepção brasileira que tiveram no sábado de madrugada. “Fomos bem recebidos no aeroporto, bem transportados até a vila. Mesmo chegando no meio da noite, fomos bem cuidados. Tivemos uma hospitalidade muito boa dos brasileiros”, agradeceu. “Queremos fazer o nosso melhor e não decepcionar as pessoas do Brasil, que se prepararam muito bem para os Jogos”, acrescentou.

Cartilha de cuidados

Passado o mal estar em relação aos apartamentos, a Austrália ainda foi questionada sobre a uma cartilha de segurança que preparou para a estadia de seus atletas no Rio de Janeiro. O texto, afixado em cartazes no prédio da delegação, proíbe que os australianos visitem favelas, saiam sem avisar o líder da equipe, e que as mulheres façam viagens desacompanhadas de homens. O material ainda orienta os atletas em relação ao uso de celulares em áreas públicas e a não reagir em caso de assalto.

“Temos precauções de segurança em qualquer cidade para onde vamos. Precisamos ter certeza de que estamos cuidando da segurança e do bem estar dos nossos atletas em primeiro lugar. Então fizemos um programa educativo para termos certeza de mantê-los os mais seguros possível”, explicou a chefe de missão. Eduardo Paes disse não ter conhecimento das orientações.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br