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Canoagem

24/06/2016 14h45

Deodoro

Definida a equipe olímpica de canoagem slalom

Cinco canoístas representarão o Brasil no Rio 2016: Ana Sátila (K1), Pedro Henrique Gonçalves (K1), Felipe Borges (C1) e a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira (C2)

A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) confirmou, nesta quinta-feira (23.06), os cinco atletas que vão representar o Brasil na canoagem slalom nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ana Sátila (K1), Pedro Henrique Gonçalves (K1), Felipe Borges (C1) e a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira (C2)  foram convocados para a disputa que será realizada entre os dias 7 e 11 de agosto no Complexo de Deodoro, no Rio de Janeiro.

Os critérios para compor a equipe foram a pontuação na Seletiva Nacional, realizado em março no Rio de Janeiro, e as etapas da Copa do Mundo que ocorreram na Europa. Após a definição, os cinco canoístas agora iniciam uma preparação intensa. “Temos um trabalho específico no canal (Canal Rio/Complexo Deodoro) para que os atletas tenham uma maior bagagem técnica para os Jogos”, informou o auxiliar-técnico da equipe, Guille Diez-Canedo.

Segundo ele, o fator principal para os atletas neste momento é a questão psicológica. “Uma prova olímpica é totalmente diferente de qualquer outra. O atleta deve estar focado com o seu desempenho, sem importar-se com fatores externos”, explicou.

Os canoístas entrarão na Vila Olímpica no dia 26 de julho. A equipe também será composta pelo chefe de equipe, Argos Gonçalves Dias Rodrigues, além do treinador Ettore Ivaldi e o auxiliar-técnico Guille Diez-Canedo.

Para João Tomasini, presidente da CBCa, a canoagem slalom vem crescendo gradativamente e a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 é um marco importante na história da modalidade. “Começamos com um trabalho pequeno e fomos aumentando e aperfeiçoando. Com a chegada do BNDES como patrocinador principal foi possível botar em prática ideias e projetos, e o resultado está aparecendo. Estamos no caminho de uma excelente participação nos Jogos Olímpicos”.

Da esquerda para a direita: Felipe, Ana, Pedro e a dupla Charles e Anderson. Foto: Divulgação/CBCa

Perfil dos convocados

Ana Sátila

Ana Sátila tinha apenas 16 anos quando participou dos Jogos Olímpicos Londres 2012. Na época foi a atleta mais jovem da Delegação Brasileira em todas as modalidades.“Foi muito boa a experiência. Hoje me sinto mais preparada para ser uma atleta olímpica” comenta. A cada ano a mineira, natural de Iturama, conquistou feitos inéditos para o esporte no Brasil. Sua paixão pela canoagem slalom iniciou em Primavera do Leste (MT), quando tinha apenas nove anos e aos poucos começou a chamar a atenção pelo seu desempenho.

Em 2012, mudou-se para Foz do Iguaçu, onde ingressou na Equipe Permanente de Canoagem Slalom. Após as vitórias que já havia conquistado em campeonatos no Brasil, começou a ganhar o mundo. No ano de 2013, foi medalha de bronze no Mundial Júnior realizado em Liptovsky Mikulas, na Eslováquia, pela categoria C1. No ano seguinte mostrou por que era considerada uma promessa com a medalha de ouro no Mundial Júnior realizado em Penrith, na Austrália.

Em 2015, com 19 anos, ela passou a disputar o Mundial Sub-23 e, durante a disputa em casa, ela garantiu uma medalha de prata em Foz do Iguaçu (PR). Em Toronto, nos Jogos Pan-americanos 2015, conquistou um ouro e uma prata pelo C1 e K1, respectivamente. Para finalizar a temporada, faturou um bronze no C1 durante a 1a etapa da Copa do Mundo na República Tcheca.

Neste ano, Sátila se dedica integralmente ao K1, modalidade que é olímpica. Na última etapa da Copa do Mundo de 2016, realizada na França, a canoísta garantiu o 6º lugar. Com os resultados de 2016,  a brasileira é a quarta melhor atleta no ranking internacional, com chances reais de uma briga por medalha olímpica, agora com 20 anos.

“A Ana tem uma mentalidade muito forte. Sua principal vantagem é que ela só se importa em remar, remar bem e vencer. Se continuar assim a pressão dos Jogos vai virar ao seu favor. Só precisa ser ela mesma”, explica Guille Diez-Canedo.

Pedro Henrique Gonçalves

Em 2012, o canoísta Pedro Henrique Gonçalves, o Pepê, achava que o “mundo havia acabado”. O atleta perdeu a vaga para os Jogos de Londres para o canadense David Ford por 13 centésimos de segundo durante evento classificatório. “Eu vi a vaga pular das minhas mãos”, relembra.

Já a classificação para o Rio 2016 também veio com a ajuda de centésimos. Durante a Seletiva Nacional realizada em abril em uma disputa acirrada, ele foi o melhor por apenas 25 centésimos, ficando à frente de Ricardo Taques na disputa. Ele percebeu que a vaga não estava fácil e que os pequenos erros precisavam ser superados. Nas duas etapas da Copa do Mundo deste ano, ele fez sua parte e garantiu sua primeira participação nos Jogos Olímpicos.

Natural de Piraju (SP), Pepê saiu de casa em busca de crescimento esportivo com apenas 16 anos, quando se mudou para Foz do Iguaçu para ingressar na equipe permanente. Hoje ele é um dos símbolos da sua cidade natal ao lado da dupla Charles Corrêa e Anderson Oliveira. “Colocamos no mapa da canoagem onde fica Piraju”, comemora.

O atleta conquistou em 2015 uma medalha de prata no K1 nos Jogos Pan-Americanos Toronto. Já em 2016, garantiu duas semifinais na 1a e 3a etapas da Copa do Mundo realizadas na Europa. Aos 23 anos, o atleta tem dois sonhos: “Quero conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio e torcer para que meu esporte seja mais conhecido e reconhecido no cenário nacional, a começar por minha cidade que tem talentos incríveis para serem explorados”.

Felipe Borges

Felipe Borges foi da primeira turma do Projeto Social Meninos do Lago em 2009. O projeto é uma ação da Canoagem Brasileira com a Itaipu Binacional que busca desenvolver o esporte e a educação com comunidades de Foz do Iguaçu. O projeto  já atendeu mais de 500 jovens carentes e é considerado o modelo de sucesso de desenvolvimento da base da canoagem no país.

Felipe ganhou, em 2010, sua primeira competição na 2ª  etapa da Copa Brasil, em Primavera do Leste (MT), e seguiu crescendo desde lá. Em 2015, o ano da sua consagração profissional, foi bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e bronze no Mundial Sub-23, em Foz do Iguaçu,
 
Criança agitada na infância, Felipe, que hoje tem 22 anos, viu na canoagem slalom um novo desafio para descarregar suas energias, tanto que até sua mãe percebeu que o esporte o havia transformado. “Ele mudou da água para o vinho”, comenta.

Charles Corrêa e Anderson Oliveira

Charles Corrêa, 23 anos, e Anderson Oliveira, 24, são bons amigos de infância. Ambos são de Piraju (SP) e iniciaram em categorias diferentes na canoagem slalom. Enquanto Charles encarava o C1, modalidade que ainda disputa, Anderson era do K1. Porém, em 2012, os dois resolveram unir forças e começaram a disputar o C2.. Em pouco tempo os resultados começaram a aparecer.

Nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015 conquistaram a medalha de prata e, neste ano, ficaram em 9º lugar na 1ª etapa da Copa do Mundo na Itália.  “Foi o nosso melhor resultado e o que nos trouxe a vaga olímpica”, comenta Charles.

Fonte: Confederação Brasileira de Canoagem