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Basquete paralímpico

17/09/2016 20h31

Basquete em cadeira de rodas

De virada, Brasil vence Austrália e termina em quinto no basquete em cadeira de rodas

Seleção superou rivais no minuto final, por 70 a 69, e encerrou Rio 2016 com o melhor resultado na história das Paralimpíadas

A seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas entrou em quadra neste sábado (17.09), na Arena Olímpica do Rio, com uma missão: vencer. A partida não valia medalha, mas a melhor participação da equipe em Jogos Paralímpicos estava em jogo. A Austrália – campeã paralímpica em 1996 e 2008 – liderou o placar na maior parte do jogo. O Brasil mostrou tranquilidade, soube aproveitar as oportunidades e arrancou a vitória no minuto final, por 70 a 69, encerrando a participação no Rio 2016 em quinto lugar.

Até então, o nono lugar em Pequim 2008 era o melhor resultado do país em Paralimpíadas. Nos Jogos de Londres, o Brasil não disputou o torneio em cadeira de rodas. Antes do Rio, a meta era terminar em sétimo. O quinto lugar histórico é fruto de uma preparação única durante o ciclo para 2016. A equipe jogou uma série de amistosos, contra a Espanha, Alemanha, Austrália e Canadá. 

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Tiago Franck e Leandro comemoram o resultado histórico para o país. Foto: Cezar Loureiro/MPIX/CPB

O técnico da seleção, Tiago Franck, elogiou a postura do time na última partida. “A equipe está de parabéns. Essa é a seleção que gostaríamos ter visto ao longo de todo o torneio. Hoje chamamos essa partida de última dança, encerrando o ciclo paralímpico. O público e o torcedor, aqueles que apoiam o basquete em cadeira de rodas no Brasil, incentivaram os jogadores e eles mereciam ver a equipe saindo de quadra com a vitória”, comenta.

Um dos destaques da seleção brasileira, Leandro Miranda destacou o papel do público na Arena Olímpica do Rio. “A torcida foi o sexto homem em quadra. Desde o começo das Paralimpíadas que a torcida vem nos apoiando, independente dos resultados. A nossa meta era fazer bons jogos. Se chegamos ao quinto lugar foi fruto de trabalho. Tanto que a nossa seleção jogou mais tranquila hoje. A paciência e a tranquilidade foram fundamentais para a nossa vitória”, avalia Leandro Miranda.

O Brasil entrou em quadra com Paulo Cesar, Amauri Viana, Leandro Miranda, Marcos Sanchez e Júnior da Silva. No primeiro quarto, a Austrália venceu por 20 a 17. No segundo, os australianos mantiveram a vantagem, em 39 a 37. A virada brasileira foi no terceiro quarto, quando o país terminou na liderança, em 54 a 52.

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Os brasileiros até fecharam o terceiro quarto na frente, mas ainda viram os australianos passarem novamente no placar. Foto: Cezar Loureiro/MPIX/CPB

Faltando cerca de um minuto para o fim da partida, a Austrália vencia o confronto por 69 a 68. Foi quando o brasileiro Marcos Cândido sofreu falta. Cândido converteu os dois lances livres e a seleção virou o placar. A Austrália teve chance de virar novamente, mas Bradley Ness errou o arremesso.

“A vitória de hoje é como se fosse uma medalha. Foi a nossa melhor classificação, jogando contra uma equipe campeã paralímpica. É uma satisfação muito grande encerrar os Jogos com a certeza de que fizemos o melhor em quadra”, comemora Júnior da Silva, que converteu seis pontos na partida.

Participação brasileira

A seleção estreou no basquete em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos do Rio no dia 8 de setembro. O primeiro desafio foi contra os Estados Unidos, e os brasileiros perderam por 75 a 38.

A segunda partida foi contra a Argélia. A equipe nacional venceu por 82 a 43. Em seguida, uma derrota para os britânicos por 73 a 55. Contra o Irã, o Brasil venceu por 73 a 50. Já diante da Alemanha, o Brasil perdeu por 73 a 61. No confronto válido pelas quartas de final, os brasileiros caíram diante a Turquia, por 65 a 49.

História e classificação funcional

Praticado inicialmente por ex-soldados que saíram feridos da Segunda Guerra Mundial, o basquete em cadeira de rodas fez parte de todas as edições dos Jogos Paralímpicos. A matemática que determina quais jogadores podem estar em quadra tem um quê de complexidade. Os atletas são distribuídos de acordo com o comprometimento físico motor, numa escala que vai de 1 a 4,5. Quanto menor o número, maior a limitação de movimentos. Cabe ao treinador escolher o elenco de forma que, dentro de quadra, o somatório dos cinco jogadores não supere 14 pontos.

Breno Barros, brasil2016.gov.br