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Geral

29/06/2016 17h28

Segurança

Cooperação policial internacional é destaque no planejamento de segurança dos Jogos Rio 2016

Trata-se da maior operação de cooperação policial internacional da história do Brasil e da própria Interpol

Como parte do planejamento de segurança para a realização dos Jogos Rio 2016 o governo brasileiro está desenvolvendo uma série de ações de cooperação internacional. Essas atividades são coordenadas pelo Ministério da Justiça e Cidadania e incluem intercâmbio policial internacional com cursos e programa de observadores de grandes eventos, o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) e o Centro Integrado Antiterrorismo (CIANT), que terão a colaboração de policiais de outros países.

O CCPI faz parte do Sistema Integrado de Comando e Controle, implementado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça e Cidadania. A primeira edição do CCPI ocorreu na Copa das Confederações da FIFA em 2013, quando foram reunidos 22 policiais de oito países. Durante a Copa do Mundo FIFA 2014, o CCPI foi ampliado e reuniu 205 policiais, de 37 países.

Equipe que atuou na aprovação do Planos Integrados de Segurança Pública e Ordenamento Urbano para os Jogos Rio 2016. Foto: Divulgação/Sesge

Nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 o trabalho do CCPI será conduzido pela Polícia Federal e irá operar com cerca de 250 policiais, de 55 países, além de Interpol, Ameripol e Europol, reunidos em dois centros de comando e controle no Rio de Janeiro e em Brasília, que funcionarão entre os dias 1 de agosto e 19 de setembro.

A equipe reunida em Brasília atuará 24 horas por dia, na análise de informações de todos os estrangeiros que venham ao Brasil durante os Jogos Olímpicos. Através do CCPI, as forças de segurança pública do Brasil terão a capacidade de pesquisar informações com todos os países, ampliando significativamente o espectro de informações disponíveis.

Para o CCPI na cidade do Rio de Janeiro a atuação será focada em atividades externas. Esses policiais integrarão equipes móveis da Polícia Federal e terão atuação nas áreas de competição. O objetivo dessas equipes é levantar informações de inteligência de campo. Além das atividades de inteligência, o CCPI também presta apoio no curso de investigações conduzidas pelas polícias Civil e Federal envolvendo estrangeiros. Sempre que um estrangeiro estiver envolvido em um delito relacionado aos Jogos o CCPI enviará representantes que possam ajudar na coleta de informações. Esse trabalho envolve desde a tradução dos depoimentos até a confirmação de identidade nos bancos de dados estrangeiros.

"Com a integração das forças de segurança pública, com apoio das Forças Armadas, nós entendemos que, a exemplo do que fizemos em eventos anteriores, podemos garantir que teremos um ambiente de absoluta tranquilidade. Além disso, a cooperação internacional mostra que o Brasil está executando as melhores práticas internacionais para segurança em grandes eventos", destaca Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de segurança para grandes eventos do Ministério da Justiça e Cidadania (SESGE/MJC)

Trata-se da maior operação de cooperação policial internacional da história do Brasil e da própria Interpol e até o momento já estão confirmados os seguintes países: Angola, Argélia, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Iêmen, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Nigéria, Noruega, Nova Zelândia, Oman, Portugal, Catar, Reino Unido, Rússia, Suíça, Turquemenistão e Ucrânia.

Antiterrorismo e Capacitação

Para os Jogos Rio 2016, foi criado o Centro Integrado Antiterrorismo, que é supervisionado pela SESGE/MJ, com coordenação da Polícia Federal. A atuação será focada no enfrentamento ao terrorismo em relação à segurança pública. O ambiente também contará com o intercâmbio e cooperação de policiais nacionais e estrangeiros no combate à ameaça terrorista. Até o momento estão confirmados a Argentina, o Reino Unido, o Paraguai, os Estados Unidos, a Espanha, a Bélgica e a França.

O trabalho de Cooperação Internacional inclui também o Programa de Observadores de Grandes Eventos Desportivos Internacionais, que objetiva possibilitar que profissionais de segurança pública das principais instituições envolvidas na preparação do evento olímpico possam vivenciar e acompanhar in loco as melhores práticas adotadas em alguns dos mais importantes eventos internacionais.

O Programa de Observadores teve início em abril de 2015, durante a Maratona de Boston (EUA), evento que contou com mais de 30 mil corredores e um milhão de espectadores. O encerramento ocorreu em meados de fevereiro deste ano com o Super Bowl, maior evento esportivo norte-americano. O convite para acompanhar a segurança deste último evento partiu do governo norte-americano, por meio do FBI (Federal Bureau of Investigation).

O programa incluiu visitas e reuniões no Departamento de Polícia de São Francisco (SFPD), no Centro de Operações Conjunto do FBI (FBI-JOC), no Centro de Operações de Inteligência (IOC), Unidade Marítima (Marine Unit), Centro de Operações de Emergência (EOC), Centro de Operações do Departamento de Polícia de São Francisco (DOC) e NFL Security. Os profissionais brasileiros também acompanharam a ação de segurança no US Open de Golfe (EUA), nos Jogos Europeus (Azerbaijão); no  Tour de France (França, Bélgica e Holanda); nos Jogos Pan-Americanos (Canadá); no Campeonato Mundial de Atletismo (China) e na Maratona de Berlim (Alemanha). Para os Jogos Rio 2016, o Brasil convidará o Japão (próxima Olimpíada), a Rússia (Próxima Copa Futebol), o Catar (Copa 2022), a Coreia do Sul (Olimpíadas de Inverno) e o Peru (Panamericano 2019) para acompanharem a operação de segurança dos Jogos.

Dentre as ações que visam a cooperação e a troca de experiências estão as atividades de capacitação das forças de segurança como o 2º Briefing Internacional de Segurança para os Jogos Rio 2016 e o Seminário Internacional de Segurança para os Jogos Rio 2016 que reuniram mais de 700 profissionais de 76 países. Em parceria com a Embaixada Americana o Ministério da Justiça e Cidadania também ofereceu mais de 400 vagas em 18 cursos e seminários com temas voltados aos profissionais da segurança.

Fonte: Ministério da Justiça e Cidadania