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Atletismo

03/09/2015 16h34

Câmara dos Deputados

Comissão do Esporte inicia discussão com confederações

Primeiro encontro foi realizado nesta quinta-feira com representantes do atletismo e do handebol. Objetivo é debater a preparação dos atletas para os Jogos de 2016

A Comissão do Esporte promoveu um encontro com as confederações de handebol e atletismo nesta quinta-feira (3.09), na Câmara dos Deputados. A audiência marcou o início de uma série de discussões com as entidades esportivas para debater a preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

“É importante a gente estar próximo das confederações e da realidade dos nossos atletas para os Jogos, conhecer um pouco mais as provas, os índices e quem está em destaque. Assim conseguimos avaliar melhor, saber as dificuldades do dia a dia e as virtudes das conquistas”, explica o relator da subcomissão especial da preparação olímpica, o deputado João Derly.

Apenas o atletismo é responsável por distribuir 141 medalhas nos Jogos Olímpicos, com a disputa de 47 provas. “A modalidade é estratégica para tornar o Brasil uma potência olímpica e atingir a meta de ficar entre os 10 primeiros colocados”, aponta o gerente administrativo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Georgios Stylianos Hatzidakis. Até hoje, o país subiu 14 vezes ao pódio na modalidade. Para as Olimpíadas do ano que vem, 46 atletas já têm o índice assegurado.

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Fernando, Georgios, João Derly e Arnaldo, da esquerda para a direita

“Desde quando o Brasil ganhou o direito de sediar os Jogos, em 2009, houve um planejamento para que os atletas tivessem o máximo de recursos. Fizemos intercâmbios internacionais, contratamos técnicos estrangeiros e promovemos cursos. Com o Plano Brasil Medalhas, os atletas têm uma equipe multidisciplinar, com médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, psicólogos e fisioterapeutas”, acrescenta Georgios, explicando ainda que a CBAt está monitorando os atletas quinzenalmente para acompanhar lesões e metas, em parceria com os clubes. “A gente acredita que, com isso, eles terão um bom desempenho e atingirão suas marcas”, avalia.

Bronze no revezamento 4x100m em Atlanta-1996 e hoje técnico de atletismo, Arnaldo Oliveira apontou que o nervosismo ainda é um obstáculo para o sucesso dos brasileiros. “Para você ganhar uma medalha, tem que estar bem fisicamente e no psicológico. Mundial e Olimpíadas são diferentes de qualquer outro campeonato. Às vezes o atleta está bem treinado, mas as coisas não saem”, comenta. “Em 1996, eu tinha quatro Olimpíadas nas costas e confesso que fiquei nervoso. Graças a Deus abri bem o revezamento e nós conquistamos a medalha, mas porque nosso psicológico foi forte. Quando o resultado não sai, às vezes a culpa não é só do treinamento”, conta.

“Precisamos ter um trabalho grande com psicólogos para não termos problemas dentro de casa, com a pressão de uma meta de medalhas”, diz Fernando Franco, presidente do Centro de Estudos do Atletismo e que desenvolve pesquisas na área. Segundo ele, outro desafio para a modalidade é detectar talentos e atrair jovens. “Temos cerca de 30 milhões de possíveis atletas entre 12 e 17 anos”, calcula.

O atletismo é uma das principais modalidades apoiadas pela Rede Nacional de Treinamento, que o governo federal está estruturando em todo o país. Além das pistas já construídas ou em construção em diversos municípios, a modalidade conta com um convênio firmado com o Ministério do Esporte em 2011 no valor de R$ 10,4 milhões (outros R$ 2,5 milhões foram liberados no último dia 31 de agosto como um aditivo para a prorrogação do convênio até dezembro) e com o apoio da Lei Agnelo/Piva (R$ 3,9 milhões em 2014). A Bolsa Pódio contempla hoje 27 atletas (R$ 3,3 milhões ao ano), e outros 854 recebem a Bolsa-Atleta (R$ 10,1 milhões ao ano) – o maior número de contemplados que o atletismo já teve na história do programa de patrocínio individual. Entre os atletas paralímpicos, 40 recebem a Bolsa Pódio (R$ 6,8 milhões ao ano).

Investimentos na evolução

Outra modalidade debatida na Câmara, o handebol conta com diversos investimentos para apresentar grandes resultados, como a conquista inédita do Mundial da Sérvia, em 2013, e a vitória tanto no masculino quanto no feminino nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Entre 2010 e 2013, a Confederação de Handebol (CBHb) firmou sete convênios com o Ministério do Esporte, totalizando R$ 15 milhões.

Além disso, a entidade foi beneficiada por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (R$ 8,9 milhões, entre 2008 e 2013) e pela Lei Agnelo/Piva (mais de R$ 3 milhões em 2014). A Bolsa-Atleta de 2015 contempla 322 jogadores (R$ 4,5 milhões ao ano) e outros 44 atletas são beneficiados pelo Plano Brasil Medalhas. “O Ministério do Esporte sempre foi nosso grande patrocinador. Os resultados têm surgido e o handebol vem crescendo com recursos”, avalia a diretora de marketing da CBHb, Glória Sperandio. A modalidade ainda conta com apoio dos Correios (R$ 6 milhões) e do Banco do Brasil (R$ 8 milhões).

Com mais investimentos e títulos cada vez mais importantes, o handebol tem atraído um maior interesse do público em geral, com estádios lotados para as partidas e jogos televisivos com uma audiência cada vez maior. “A chegada do nosso Centro Nacional de Desenvolvimento, em São Bernardo do Campo, também vai ser um divisor de águas. Ele já está pronto e agora estamos na fase de compra de equipamentos. Temos um alojamento para 143 pessoas, duas quadras, restaurante, academia. É uma parceria com a prefeitura de São Bernardo, com recursos do Ministério do Esporte no valor de R$ 12 milhões. Agora, na fase de equipamentos, vai custar em torno de R$ 6 milhões”, acrescenta.

A modalidade tem promovido ainda intercâmbios com equipes do exterior e organizado fases de treinamento no Brasil e na Europa. Em dezembro, a seleção feminina defenderá seu título no Mundial da Dinamarca. Todas as iniciativas têm como meta o pódio em 2016. “Vamos para brigar por medalhas. Todas as categorias têm melhorado suas classificações em mundiais”, analisa a dirigente.

Próximas audiências

O deputado João Derly aprovou o primeiro dia de reunião com as confederações brasileiras. “Cada esporte tem a sua particularidade e algumas confederações são mais organizadas do que outras, então tudo isso nós vamos começar a sentir com essas reuniões. Hoje tivemos um bom início com uma modalidade em ascensão e outra histórica em nosso país”, avalia.

No próximo dia 10, será a vez do judô e do levantamento de peso na Câmara dos Deputados. Em seguida, no dia 17, a audiência será com a vela, o remo e o taekwondo.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br