Com dores no joelho, Michel Macedo decide não participar do Super G

O esquiador brasileiro Michel Macedo desistiu de disputar a prova de Super G dos Jogos Olímpicos PyeongChang 2018, na Coreia do Sul, que foi realizada na madrugada desta sexta-feira (horário de Brasília) na pista do Jeongseon Alpine Centre, na região de montanha dos Jogos. Michel chegou a se deslocar para o local do evento e, em testes físicos realizados pouco mais de uma hora antes do início das descidas, sentiu dores no joelho esquerdo - remanescentes de uma queda sofrida em treino já em PyeongChang.

Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Devido à queda, inicialmente Michel estaria fora do Combinado, disputado dia 13 de fevereiro, e do Super G, que seria disputado no dia 15. Como o Super G foi adiado por um dia devido aos fortes ventos que assolaram PyeongChang durante a semana, Michel ganhou mais um dia de tratamento e treinamento, respondeu bem e tentou até o último momento.

"Esse evento, o Super G, é muito veloz. Os riscos são muito maiores que nos eventos que precisam mais de técnica. Então, achamos melhor poupar o joelho para esses eventos técnicos, que não têm riscos tão grandes de se machucar mais seriamente e estragar a participação aqui na Coreia e até mesmo a carreira", contou Michel - visivelmente desapontado por não ter feito a estreia olímpica.

O brasileiro Michel Macedo explica porque decidiu não participar da prova Super G do esqui alpino hoje em #PyeongChang2018 . Michel está inscrito ainda no Slalom Gigante, no dia 18, e no Slalom Especial, no dia 22 pic.twitter.com/ieJXtIPS8y

— Rede do Esporte (@RedeDoEsporteBr) 16 de fevereiro de 2018

A decisão foi tomada em conjunto pelo próprio atleta juntamente com o chefe de delegação Stefano Arnhold, o médico dos atletas, dr. Roberto Nahon, e o treinador Lloyd Scroogins. "O Super G é a prova que ele mais gosta, mas infelizmente ele sentiu o joelho após uma inspeção pela manhã. Para participar de uma prova de velocidade, o atleta tem de estar em 100% de suas condições. A decisão de não participar foi uma decisão fácil de ser tomada em função de ele não estar 100% para enfrentar a descida e se preservar para as próximas duas, que são provas técnicas. Com o trabalho fisioterápico, vamos torcer para que ele esteja em ótima condição para as duas provas restantes", explicou Arnhold, que é presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN).

» Veja galeria de imagens da participação brasileira em PyeongChang no Flickr do Ministério do Esporte (fotos para uso editorial gratuito)

Michel também está inscrito no Slalom Gigante, a ser disputado no dia 17, e no Slalom Especial, no dia 21, ambos no Yongpyong Alpine Centre.

Nascido em Fortaleza e morador de Portland, nos Estados Unidos desde os três anos, Michel é o atleta mais jovem da delegação brasileira na Coreia do Sul - e também o esquiador mais novo entre os competidores em PyeongChang. desde as categorias de base, chegando ao pódio em nove provas internacionais e quebrando, no último ano, quatro dos cinco recordes brasileiros da modalidade. No Super G dos Jogos Olímpicos da Juventude Lillehammer 2016, Michel, então com 17 anos, ficou entre os 15 melhores da competição.

Assim como os outros oito integrantes da delegação brasileira na Coreia do Sul, Michel faz parte do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.

Jeongseon Alpine Centre, em PyeongChang. Fotos: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

O esqui alpino

As disputas no esqui alpino são em formato contra o relógio. Os atletas descem uma pista com passagens obrigatórias (portas/gates) e quem fizer a pista no menor tempo vence a prova. A diferença entre as quatro provas é na inclinação da pista e na distância entre as portas (duas hastes com uma bandeira que marcam o lado por onde os esquiadores precisam passar).

A modalidade está presente desde a primeira edição de Jogos Olímpicos de Inverno de 1924, em Chamonix, na França.

De PyeongChang (Coreia do Sul), Abelardo Mendes Jr - rededoesporte.gov.br