Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Com 18 pontos de bloqueio, Brasil bate a França por 3 a 2 e soma duas vitórias

Volei

13/09/2018 18h50

Mundial de vôlei

Com 18 pontos de bloqueio, Brasil bate a França por 3 a 2 e soma duas vitórias

Seleção abriu 2 sets a 0 e viu a equipe europeia empatar, mas, na hora decisiva, o "paredão" brasileiro fez a diferença. Terceiro duelo será contra a Holanda, no sábado (15.09)

De um lado, os campeões olímpicos com retrospecto de três títulos e um segundo lugar nas últimas quatro edições do Mundial. Do outro, os vencedores da Liga Mundial em 2015 e 2017 e medalhistas de prata na Liga das Nações em 2018. Num duelo que representa um dos grandes clássicos do vôlei masculino, Brasil e França se encontraram logo na segunda rodada da primeira fase do Mundial disputado na Bulgária e na Itália. Os mais de 4.500 espectadores que encheram a Arena Monbat, em Ruse, na Bulgária, assistiram a um confronto que confirmou a expectativa. Foram necessários cinco sets para o Brasil sair com a vitória por 3 a 2, com parciais de 25/20, 25/20, 21/25, 23/25 e 15/12, em 2h22min de jogo.

Na partida, fez diferença a qualidade do bloqueio brasileiro. Foram 18 pontos no fundamento, contra nove europeus. O ponteiro Lipe, que vem tratando uma inflamação no cotovelo e ainda busca a melhor forma, estreou na competição e foi o paredão improvável, com seis pontos, um deles na reta final do tiebreak e sobre o maior pontuador francês, o ponteiro Ngapeth, que anotou 22 vezes. "É uma delícia bloquear o Ngapeth. E foi importante porque ocorreu em um momento estratégico. Isso dá uma energia muito boa para a equipe. Fico feliz de ter ajudado", afirmou Lipe, em entrevista ao canal Sportv. Pelo lado brasileiro, o maior pontuador foi o oposto Wallace, com 20 acertos.

Lipe foi um dos destaques no bloqueio do Brasil, e conseguiu parar algumas vezes o ponteiro Ngapeth. Foto: FIVB
"É uma delícia bloquear o Ngapeth. E foi importante porque ocorreu em momentos estratégicos. Isso dá uma energia muito boa para a equipe"
Lipe, autor de seis bloqueios na partida

Com o resultado, o time treinado pelo técnico Renan Dal Zotto chegou à segunda vitória em dois confrontos válidos pelo Grupo B. Na primeira rodada, o Brasil havia vencido o Egito por 3 sets a 0. Nesta sexta, a equipe apenas treina e volta à quadra no sábado (15.09), diante da Holanda. Antes de encarar o Brasil, os holandeses, que perderam na estreia para o Canadá por 3 sets a 0, enfrentam a China nesta sexta (14.09). Na fase de preparação, Brasil e Holanda fizeram três amistosos. O Brasil venceu todos.

Na classificação parcial, o Canadá, com duas vitórias por 3 sets a 0, lidera o Grupo B. O número de vitórias e a quantidade de sets perdidos têm valor estratégico no Mundial. O regulamento indica que os resultados da primeira fase têm validade na sequência do torneio (veja quadro abaixo). Nesta primeira fase, há quatro grupos, cada um com seis equipes. Os quatro melhores de cada chave se classificam. A final do torneio será em 30 de setembro, em Turim, na Itália.

Montanha russa

A história do jogo foi dividida em momentos de hegemonia distinta. Nos dois primeiros sets, a Seleção Brasileira teve intensidade e precisão na relação entre saques forçados, bloqueios ativos e contra-ataques precisos. As duas vitórias por 25/20 deixaram no ar que o confronto poderia se resolver em três sets.

Na terceira parcial, contudo, houve uma virada de chave. O técnico Tillie Laurent fez três mudanças. Uma delas determinou a entrada do levantador Antoine Brizard, que mudou o andamento do confronto. Os europeus cresceram, passaram a forçar mais o saque, quebraram a recepção brasileira e tomaram conta da parcial. O saque, aliás, foi o fundamento mais importante dos franceses ao longo do jogo, com 10 pontos diretos, contra quatro dos brasileiros. Cinco deles em saques do próprio Brizard.

Equipe brasileira comemora a vitória contra a França por 3 sets a 2 no Campeonato Mundial. Foto: FIVB
"No início do terceiro set houve um pequeno blecaute nosso. Não foi só mérito da França. É isso que não pode acontecer mais"
Bruninho, levantador da Seleção Brasileira

"A França, assim como o Brasil, é um dos poucos times que tem essa característica de que pode fazer uma mudança no elenco e alterar um jogo. Eles trocaram o levantador, o ponteiro e o oposto e foram muito bem", reconheceu o capitão da equipe brasileira, Bruninho, em entrevista à Sportv. "Mas no início do terceiro set houve um pequeno blecaute nosso. Não foi só mérito da França. Isso que não pode acontecer", disse o levantador.

No quarto set, o Brasil também experimentou mudanças, com as entradas do ponteiro Lucas Loh e do central Maurício Souza, que ajudaram a equipe a se reencontrar e a buscar mais consistência no passe e na virada de bola, mas ainda assim a França foi superior nos momentos decisivos e fechou em 25/23. No tiebreak, o Brasil chegou a estar perdendo por três pontos de diferença, mas a entrada de Maurício Souza na rede, dois bloqueios de Lipe e uma sequência precisa de saques do ponteiro Douglas e do central Lucão deram a vitória aos atuais campeões olímpicos e vice-campeões mundiais.

"O saque não estava entrando, eu estava errando bastante, mas pensei comigo: 'Se for para entrar agora, vai entrar", disse Lucão à reportagem da Sportv. "O impressionante é como temos um grupo forte. Na hora que precisou, o Maurício entrou e fez bloqueio, o Loh botou o passe na mão. Em termos de jogo, os dois primeiros sets foram excelentes, mas depois pecamos na virada de bola, até porque eles melhoraram o saque, mas precisamos equilibrar isso nas próximas partidas, para fazermos os outros fundamentos bem", completou Lucão.

Gustavo Cunha, rededoesporte.gov.br