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24/07/2016 09h53

Revezamento da Tocha

Chama olímpica visita ABC Paulista e destaca vocação esportiva na região

Após passar por Guarulhos, o comboio da tocha visitou as cidades de São Caetano e Santo André e encerrou o dia em São Bernardo do Campo, nas mãos do ginasta Diego Hypolito

Com sol forte para quebrar um pouco do frio, o fim de semana começou animado na Grande São Paulo. O Revezamento da Tocha começou o dia em Guarulhos e seguiu para a região do ABC Paulista. O fogo passou por São Caetano e Santo André até chegar em São Bernardo do Campo, onde o ginasta Diego Hypolito acendeu a pira olímpica sob os aplausos e apoio da população.

Grande nome da ginástica masculina, Diego agradeceu o apoio da população. "Todos os meus esforços e todos os dias que eu me dedico treinando, isso é por vocês. Porque acreditaram no meu trabalho", afirma. Para o atleta, o momento é de alegria, especialmente por estar em casa. "Jamais imaginei participar desse circuito. Estou muito feliz de estar na cidade onde eu treino, no ABC, onde eu nasci. Tem tudo a ver comigo e com a ginástica, onde a seleção está atualmente", comemora.

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No Rio, Diego disputará sua terceira edição dos Jogos Olímpicos. Foto: Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br

Nascido em Santo André, mas radicado no Rio de Janeiro, Diego começou a treinar aos sete anos no Clube de Regatas do Flamengo, o mesmo em que sua irmã, a também ginasta Daniele Hypólito, já treinava. "Ser um atleta olímpico é ter dedicação, acordar cedo, ter regra e seguir seu objetivo, independente de saber se vai dar certo ou não", dá a fórmula para chegar tão longe. Bicampeão mundial, ele foi o único representante brasileiro da modalidade nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e fala da importância de ter sonhos. "Temos problemas, mas a gente tem sempre que se superar para conseguir alcançar o nosso sonho, sonhar o mais alto possível. Sonhar muito e não desistir nos obstáculos", afirma.

Classificado para sua terceira olimpíada, o objetivo de Diego é até modesto para quem é um dos favoritos. "O sonho no Rio é acertar minha prova e jogar a responsabilidade para os outros. Estou na terceira participação em Jogos, nos dois primeiros eu tive falha, neste eu quero acertar", diz. Para o atleta o fato de participar em casa será positivo e ele conta com a torcida. "Acho que a torcida vai favorecer bastante os atletas, estou muito empolgado", admite.

Centro de Excelência de Ginástica artística

A seleção de ginástica artística masculina encerrou, também nesta sexta-feira, a concentração no Centro de Excelência de Ginástica de São Bernardo do Campo. Após 20 dias, a equipe já começa a se deslocar para o Rio de Janeiro. "Acredito que nas próximas três semanas a gente vai estar no ponto certo para competir", afirma o ginasta Sérgio Sasaki.

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Sasaki foi o primeiro brasileiro a chegar a uma final do individual geral em Olimpíadas. Foto: Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br

Sasaki participou pela primeira vez de uma Olimpíada em Londres 2012 e já fez história ao se tornar o primeiro representante do país a chegar em uma final no individual geral em uma competição olímpica. Para esta edição, os objetivos são maiores. "Expectativa é um pouco maior do que a de Londres, eu não sabia a grandeza que é uma Olimpíada. Por ser em casa, talvez eu tenha mais chances", espera.

Natural de São Bernardo do Campo, o atleta treina há 18 anos e comemora os avanços que a cidade fez ao longo do tempo no incentivo da prática esportiva. "Eu sinto que faço parte disso. Vim da época que a cidade não tinha nada, nem um clube de alto rendimento. Alguns dos meus resultados deram o pontapé inicial para esse desenvolvimento", afirma ao se referir ao Centro, que recebeu, além da seleção brasileira, a delegação da Japão e da Colômbia.

Jossimar Orlando Calvo Moreno, ginasta da seleção colombiana aprovou a infraestrutura oferecida. "Está tudo muito bom, menos o frio", brinca. O atleta estrangeiro esteve no Rio por três semanas e em São Paulo mais duas. Para ele, a melhor parte foi a recepção dos brasileiros. "Competição é competição porque cada um quer ganhar, quer superar a si mesmo e quer títulos. Mas aqui, na arena esportiva, é como se fôssemos de uma mesma equipe, nos apoiamos, nos motivamos. Me senti muito à vontade no Brasil, todos têm sido muito amigáveis comigo e isso se leva aqui no coração", diz.

O Centro é fruto de uma parceria entre prefeitura de São Bernardo, Ministério do Esporte e Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Em julho de 2014, o local recebeu novos equipamentos, como aparelhos de solo e de salto, barras fixas e paralelas, argolas e cavalo com alças. Os materiais fazem parte de um conjunto de mais de mil itens (para as ginásticas artística, rítmica e de trampolim), fruto de um convênio de R$ 7,3 milhões firmado com o Ministério do Esporte, que equipou centros esportivos por todo o Brasil.

"A princípio é a casa da seleção brasileira, mas ficou para as nossas crianças também", explica coordenadora do local, Ivonete Fagundes. Atualmente mais de 200 crianças, de 6 a 8 anos, praticam a modalidade. "É uma alegria de estar treinando futuros medalhistas, tenho certeza disso", promete.

O Centro de Excelência de Ginástica Artística, em São Bernardo, recebeu as delegações olímpicas do Brasil, Japão e Colômbia na preparação para o Rio 2016. Fotos: Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br

Revezamento em São Bernardo

A chama olímpica chegou à última cidade do dia por volta das 16h30 e encontrou as ruas lotadas. A rota de 12,8 quilômetros ficou pequena para colher todos que queria ver a passagem do fogo. Coube ao campeão do mundo no jiu-jítsu adaptado, Rafael Rodrigues, iniciar o revezamento.

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Dentre os 64 condutores, muitas histórias de superação e inspiração como a da nadadora paralímpica, Susana Schnarndorf. Amante dos esportes, Susana costumava praticar natação quando criança, mas logo mudou para o triatlo e chegou a participar de 13 edições do Ironman. Porém, em 2005 descobriu uma doença degenerativa, Atrofia Múltipla do Sistema, foi quando reencontrou a natação. Classificada para os Jogos Rio 2016, ela promete um espetáculo de pessoas apaixonadas pelo que fazem.

Susana recebeu a chama das mãos do mesa tenista Hugo Hoyama. Querido por toda a cidade, o atual técnico da seleção brasileira foi recordista de ouros em Pan-Americanos e participará de sua nona Olimpíada, desta vez como treinador e em casa. "Precisamos nos concentrar e usar nossa casa como ponto positivo, pensando que nossos familiares estão ali perto, dando apoio, para jogarmos mais motivados", disse.

Fotos: Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.br

Investimentos em esporte

O Ministério do Esporte também investiu na Arena Caixa de Atletismo, próximo ao Centro de Excelência de Ginástica, equipado com verba do Governo Federal. A arena foi inaugurada no começo de 2014 e recebeu um investimento de R$ 19,5 milhões.

Além disso, a cidade paulista também é sede do Centro de Desenvolvimento de Handebol, que teve um total de R$ 13 milhões de recursos, sendo R$ 12 milhões do Ministério do Esporte.

Roteiro deste domingo

A maior cidade do Brasil finalmente receberá a chama olímpica, que chega cedo neste domingo (24.07). A previsão é que o revezamento em São Paulo comece às 7h30 da manhã e percorra 51 quilômetros pelas mãos de 260 condutores. Na rota, os principais pontos turísticos da capital paulista, com o acendimento da pira será no Sambódromo do Anhembi.

Lilian Amaral - brasil2016.gov.br