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Atletismo

21/02/2016 16h05

César Castro garante vaga para o Rio 2016 e comemora com a família no Maria Lenk

Em prova tensa, brasiliense ficou em 16º na eliminatória do trampolim de 3m da Copa do Mundo de saltos ornamentais, em que 18 se classificariam. Esposa, mãe e amigos acompanharam juntos o resultado que lhe dará a 4ª participação olímpica
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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Com a mão no rosto, César espera a definição do resultado. Foto: Carol Delmazo/Brasil2016.gov.br
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César e os familiares abrem a bandeira brasileira para celebrar a classificação. Foto: Carol Delmazo/Brasil2016.gov.br
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César comemora com a esposa, Sabrina, a vaga nos Jogos do Rio. Foto: Carol Delmazo/Brasil2016.gov.br
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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César Castro durante a série de saltos que lhe valeu a vaga para disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez. Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
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As comemorações eram discretas. Mas à medida que os últimos competidores saltavam e não alcançavam os 400.25 pontos, a vaga se aproximava e o sorriso surgia no rosto. César Castro foi o quinto de 56 a saltar na eliminatória do trampolim de 3m da Copa do Mundo de saltos ornamentais neste domingo (21.02). Assim que terminou a participação, diferentemente da seletiva de Londres 2012, em que ficou sozinho em um cantinho, ele se juntou à mãe, à esposa e aos amigos na arquibancada do Maria Lenk. 

Ali, viram juntos o telão do parque aquático mostrar seu nome em 16º lugar. Era a última seletiva para o Rio 2016. Os 18 primeiros se classificariam. Deu certo. César Castro garantiu a primeira vaga brasileira em provas individuais de saltos nos Jogos deste ano. Beijo na esposa Sabrina, abraços em dona Gilda, cumprimento dos amigos. 

“O nível de estresse nessa prova é bem alto. E a gente acaba tendo um filme do que passou até chegar aqui. Na Rússia não deu, foi por pouco. E quando a gente fica por pouco várias vezes, vai engasgando. Mas hoje deu certo. Agora é descansar, ficar tranquilo, para poder amanhã voltar melhor ainda, tirar aquele peso grande da preliminar, saltar com mais confiança, e se tudo der certo, pegar vaga na final”, disse César.

No Mundial de Kazan 2015, foi por pouco. Classificavam-se os 12 finalistas para o Rio 2016, e César ficou em 14º na semifinal.  A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) chegou a anunciar que ele tinha conseguido a vaga, já que dois competidores entre os 12 já haviam conseguido a classificação em outras seletivas. Mas a Federação Internacional de Natação não confirmou.  A última chance era a Copa do Mundo.

Pressão

Neste domingo, César executou os saltos que costumam lhe dar notas mais altas no início da série. Ele terminou a primeira rodada em 17º e, após o segundo round, estava em 15º, mesmo tendo obtido notas menores que as do Mundial de Kazan. Nos dois saltos seguintes, o brasileiro manteve as notas do Mundial, terminando a terceira rodada em 13º e a quarta, em 17º. Ao fim do quinto round, César seguia  na zona de classificação, em 14º. A consagração veio na última rodada: a torcida empurrou, ele executou bem o último salto, somou 400.25 pontos e garantiu a 16ª colocação. Em Kazan, havia feito 419.30.

“Eu acho que o fator que pesa é que essa é a última chance. Muitos atletas entram para o tudo ou nada. É difícil fazer uma coisa na prova que você não treina. Às vezes o atleta quer muito aquela vaga e aí acaba pecando, errando o salto. Esse é o problema da prova de hoje. O nível técnico, talvez a pontuação caiu, mas acho que é por conta da pressão”, explicou.

99% garantido

César reforça que a vaga é do Brasil, e não do atleta, mas pelos critérios da CBDA, a chance é mínima de outro saltador tirá-lo dos Jogos. “É difícil alguém tirar a vaga dele, ele conquistou com garra. A vaga é do Brasil, mas o César é o melhor atleta do Brasil, 99% que essa vaga é dele. Ele tem prioridade, por ter alcançado aqui. Existe uma pontuação, 410 pontos, que ele pode alcançar agora na própria semifinal e definir o assunto, é dele e ninguém mais fala nisso. Se isso não acontecer, no Troféu Brasil, para tirarem a vaga dele, alguém tem que fazer 5% a mais que a melhor pontuação dele a partir daqui”, explicou o coordenador da equipe, Ricardo Moreira.

Será a quarta participação olímpica do brasiliense de 33 anos. “As Olimpíadas, por serem no Brasil, é algo incomparável. Apesar de eu ter três olimpíadas, essa com certeza vai ser a especial. Agora, é continuar trabalhando. Muita coisa passa pela cabeça. Difícil até de raciocinar. Mas a alegria que estou agora é grande e a mesma que tive quando me classifiquei na Copa do Mundo de Atenas com o 14º lugar. Hoje, 12 anos depois, estou me classificando para as Olimpíadas no Brasil com o 16º. É emocionante”. 

Família torcendo junto

Dona Gilda está acostumada a sofrer vendo o filho saltando. Mas desta vez foi diferente: em jogo, estava a Olimpíada em casa. “Foi muito mais emoção que a primeira (olimpíada), essa daí era uma questão moral, ele fechar o ciclo como saltador no nosso país é fundamental. Nem sei definir a emoção, muita ansiedade, muita insegurança, muita alegria no final”.

Foi a primeira vez que Dona Gilda acompanhou uma seletiva olímpica, assim como a esposa de César, Sabrina Ost. Dos dez anos em que estão juntos, ela se lembra de poucos momentos tão emocionantes como o deste domingo.

“É muita luta para chegar nesse momento. A gente mudou pra Atlanta por causa do treinamento dele, eu tive que fazer renúncias pessoais. É uma dedicação grande dele e minha. Fico feliz de estar aqui, eu nunca tinha participado de um pré-olímpico, sempre fico a distância. De Londres, a minha amiga teve que ficar me ajudando a tentar encontrar informações na internet, não passa na TV. A emoção é muito forte”, descreveu Sabrina.

A decisão de vir dos Estados Unidos para o Brasil só para acompanhar a prova traria gastos que, a princípio, seriam complicados para o casal. Mas César pediu, Sabrina veio, e ninguém se arrependeu. “A gente pensa em contenção de despesas, e eu perguntei: ‘Você quer que eu vá?’ Ele disse: ‘quero’. Normalmente, ele é mais comedido, pensa em economizar, mas desta vez ele falou: ‘Vai sim’.  Foi um investimento, valeu demais, não trocaria isso aqui por nada”, finalizou Sabrina. 

O outro brasileiro na prova, Ian Matos, terminou em  39º lugar, 343.40 pontos. A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais prossegue até o dia 24 de fevereiro. A semifinal e a final do trampolim 3m masculino estão marcadas para esta  segunda-feira (22.02).

Carol Delmazo,brasil2016.gov.br