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Atletismo

07/05/2017 13h44

Tênis de Mesa

Hugo Calderano leva dois ouros no Aberto do Brasil e já faz planos para o Mundial

Na final de simples, brasileiro superou o indiano Amalraj Anthony por 4 sets a 1. Nas duplas, ao lado de Gustavo Tsuboi, bateram o alemão Patrick Baum e o eslovaco Thomas Keinath por 3 x 0

Calderano vibra diante da torcida no ginásio do goalball do CT Paralímpico de São Paulo. Foto: Christian Martinez/CBTM
"Estive dois meses lesionado, mas já estou 100% fisicamente. Agora vem o Mundial, em maio, que é a competição mais importante deste ano. Vamos intensificar a preparação para chegar 100% também tecnicamente"
Hugo Calderano

Confirmando a boa fase e projetando uma boa perspectiva para o Mundial de Dusseldorf, na Alemanha, no fim do mês, o brasileiro Hugo Calderano conquistou os títulos da chave individual e de duplas do Aberto do Brasil de Tênis de Mesa. No torneio disputado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o brasileiro bateu na decisão, neste domingo, o indiano Amalraj Anthony por 4 sets a 1, com parciais de 14/12, 9/11, 11/7, 11/7 e 11/5. 

"Fico muito feliz com minha performance. O indiano tem um estilo que me colocou muita pressão. Joga rápido, em cima da mesa, e dificulta as ações. Tive que me concentrar bastante no saque, na recepção e nas primeiras bolas. Precisei me adaptar para fazer meu melhor", afirmou o atual vigésimo quinto colocado do ranking mundial, que avalia estar num crescente técnico importante depois de uma lesão muscular na coxa direita que o tirou do Aberto do Catar.

"Estive dois meses lesionado, treinando devagarinho, mas já estou 100% fisicamente. Aqui no Brasol foi um grande desafio. Tive um jogo muito difícil logo na primeira rodada (contra o eslovaco Thomas Keinath, vencido por 4 sets a 3 após salvar dois match points). Fui crescendo na competição e consegui apresentar meu melhor nível na decisão", disse. Depois da estreia, Calderano passou pelo francês Andrea Landrieu nas quartas (4 a 2) e pelo parceiro de seleção Gustavo Tsuboi na semifinal (4 a 1).

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"Agora vem o Mundial, que é a competição mais importante do calendário deste ano. Volto na quarta-feira para a Alemanha e vamos intensificar a preparação nessa reta final para chegar 100% também tecnicamente", disse Calderano. O Mundial será disputado de 29 de maio a 5 de junho. Além de Calderano, o Brasil será representado por Gustavo Tsuboi, Cazuo Matsumoto, Vitor Ishyi, Eric Jouti, Bruna Takahashi, Caroline Kumahara e Lin Gui. O torneio reúne chaves individuais e de duplas. 

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Calderano no pódio da chave individual do Aberto do Brasil, ao lado do indiano Amalraj Anthony. Foto: Christian Martinez/CBTM

A final no Brasil foi a terceira de Hugo Calderano em eventos Challenge do Circuito Mundial de Tênis de Mesa. Ano passado, Calderano chegou à decisão no Aberto da Áustria, e perdeu para o japonês Kenta Matsudaira. Em 2013, Calderano havia conquistado o Aberto do Brasil, disputado em Santos (SP).

O brasileiro também ostenta no currículo uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, conquistada em 2014, em Nanquim, na China, e o título individual dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em 2015. Nos Jogos Rio 2016, o atleta igualou a melhor campanha de um brasileiro na história das Olimpíadas ao alcançar as oitavas de final, feito alcançado anteriormente por Hugo Hoyama, nos Jogos de Atlanta, em 1996. Calderano só caiu diante do japonês Jun Mizutani, que terminaria com o bronze na competição.

Nos Mundiais, contudo, a tarefa é mais inglória. Os Jogos Olímpicos impõem uma restrição de dois atletas por país na chave individual. Nos Mundiais, são cinco. Assim, com mais chineses (hegemônicos na modalidade), japoneses e sul-coreanos no páreo, o desafio é mais complicado. 

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Tsuboi e Calderano confirmaram a consistência da dupla número três do mundo. Foto: Christian Martinez/CBTM

Duplas

Na chave de duplas do Brazil Open, Calderano e Tsuboi, que ocupam a terceira colocação no ranking mundial, passaram pela parceria entre o eslovaco Thomas Keinath e o alemão Patrick Baum por 3 seta a 0 na decisão. O resultado coroou uma campanha perfeita dos brasileiros, que não perderam um set sequer no caminho até a decisão.

"Não perdemos nenhum set e vencemos mais um título, o que mostra que temos potencial para sempre estarmos brigando por novas conquistas"
Gustavo Tsuboi

"Não deixamos dúvidas de que estamos no topo, entre os melhores do mundo. Esse resultado mostra nossa regularidade", disse Calderano. 

"Cada vez que jogamos, estamos melhores. Não temos oportunidade de treinar dupla no dia a dia, mas nosso jogo está sólido", disse Tsuboi. "Não perdemos nenhum set e vencemos mais um título, o que mostra que temos potencial para sempre estarmos brigando por novas conquistas. Na dupla, conta muito o saque e a recepção, e isso consigo fazer muito bem. O Hugo é um jogador de muita força, então conta muito fazer um bom saque para ele já conseguir atacar forte", completou Tsuboi. Antes do Aberto do Brasil, os brasileiros ficaram com a prata no Aberto da Hungria e o ouro no Aberto da Suécia.

A romena Bernadette Szocs e a francesa Audrey Zarif (D) venceram nas duplas e fizeram a final individual. Na chave de simples, melhor para Szocs. Foto: Christian Martinez/CBTM
"Conseguimos jogar bem, mesmo com algumas dificuldades, mas falhamos em bolas que tivemos chances"
Bruna Takahashi

Na chave feminina, a romena Bernadette Szocs, cabeça de chave número 1 do torneio, também confirmou o favoritismo e bateu a francesa Audrey Zarif por 4 sets a 0, com parciais de 11/7, 11/9, 11/7 e 11/7. Adversárias no individual, a romena e a francesa fizeram também a final de duplas, e superaram na decisão as brasileiras Gui Lin e Bruna Takahashi por 3 sets a 0, com parciais bem apertadas, de 13/11, 12/10 e 11/8. 

"Conseguimos jogar bem, mesmo com algumas dificuldades, mas falhamos em bolas que tivemos chances. Isso fez a diferença. Como faz tempo que não atuávamos juntas, acho que, nesse torneio, conseguimos nos entrosar bem", disse Bruna Takahashi. "Neste momento, estou triste. Acabamos errando em detalhes que podiam ter mudado o jogo, mas temos de olhar as coisas pelo lado positivo e ver o que podemos aprender com a derrota", emendou Gui Lin.

Gustavo Cunha, brasil2016.gov.br, com informações da CBTM